Mário Cravo Júnior, artista plástico, foi responsável pelo monumento da Fonte da Rampa do Mercado, um dos cartões postais de Salvador

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Mario Cravo Júnior, último dos modernistas baianos

Escultor foi responsável pelo monumento da Fonte da Rampa do Mercado, um dos cartões postais de Salvador

 

 

Mário Cravo Júnior

O artista plástico baiano Mario Cravo Júnior. – (Foto: Cultura – Estadão)

 

 

 

Expoente da geração de modernistas

 

Mário Cravo Júnior (Salvador, 13 de abril de 1923 – Salvador, 1° de agosto de 2018), artista plástico, último expoente da geração de artistas modernistas da Bahia.

 

 

Pintor, escultor e gravador, Cravo é considerado um dos maiores artistas plásticos do Brasil e deixa um legado de obras em espaços públicos da capital baiana, como o Monumento da Cruz Caída, localizado na Praça da Sé, e a Fonte da Rampa do Mercado, entre o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.

 

 

 

Escultura de Mário Cravo, com o Elevador Lacerda ao fundo em Salvador (Foto: Heitor Hui/Dedoc)

 

 

 

 

Com 15 anos, Cravo começou a fazer seus primeiros desenhos e esculturas. Depois disso, trabalhou nos ateliês do artista baiano Pedro Ferreira e do escultor Humberto Cozzo. Em 1947, Cravo ainda se tornou aluno especial do escultor Ivan Mestrovich na Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, foi um dos propulsores do movimento de arte moderna junto com Carlos Bastos, Genaro de Carvalho e Carybé a partir de 1949. Em 1954, aos 31 anos, Cravo se graduou em Belas Artes pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, depois disso, tornou-se livre docente da cadeira de gravura da instituição.

 

 

Escultor, pintor e gravador, Cravo Júnior teve uma trajetória de mais de sete décadas nas artes e se consolidou como um dos nomes mais marcantes da escultura brasileira. Junto de artistas como Carlos Bastos e Genaro de Carvalho, ele ajudou a impulsionar a arte moderna na Bahia e deixou um legado de pinturas, gravuras, desenhos e esculturas.

 

 

Filho de uma família de comerciantes de Alagoinhas, no norte da Bahia, ele passou a infância na capital do estado, onde morou no bairro da Ribeira, região da cidade baixa. Foi na capital que se aproximou de escritores como Jorge Amado e Zélia Gattai e também do artista plástico argentino Carybé, reforçando o elo de suas obras com os temas da cultura popular da Bahia. Uma de suas obras mais famosas, “O Tocador de Berimbau”, segue essa linha.

 

 

Parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, o escultor, pintor, gravador e desenhista Mario Cravo Junior era considerado o último modernista baiano vivo.

 

Sua obra mais conhecida é o monumento da Fonte da Rampa do Mercado, no Centro de Salvador, construída com fibra de vidro em 1970, tem 16 metros de altura, um dos cartões-postais da cidade. Diversas esculturas suas também estão presentes no Parque de Pituaçu, também em Salvador.

A obra de Mario Cravo Júnior transitou entre as mais diversas tradições artísticas, entre as quais cerâmica, imaginária popular, ex-votos e manifestações culturais regionais com as quais entrou em contato nas inúmeras viagens que realizou pelo interior do Nordeste.

 

 

Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, o artista fez suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viajou pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalhou com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e mudou-se para o Rio de Janeiro, estagiando no ateliê do escultor Humberto Cozzo. Em 1947, realizou sua primeira exposição individual, em Salvador.

 

 

Ainda em 47, Mario foi aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic na Syracuse University, nos Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, mudou-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos, Genaro e Carybé.

 

 

 

Em 1954, o artista começou a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 64 e 65, morou em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retornou ao Brasil em 1966, ano em que obteve o título de doutor em belas artes pela UFBA e assumiu o cargo de diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, posição que ocupou até 1967.

 

 

Em 1981, Mario Cravo Júnior coordenou a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doou várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu.

 

 

 

Seu filho, Mario Cravo Neto, também era escultor, mas ficou famoso e foi reconhecido internacionalmente em outra área, a fotografia. Morreu em 2009, aos 62 anos.

 

 

 

 

Biografia

 

 

 

Baiano de Salvador, Mário Cravo Júnior ainda era estudante do internato do Colégio Antônio Vieira quando descobriu a habilidade para o desenho. Mais tarde, desenvolveu o gosto pela escultura.

 

 

Foi estudar no Rio de Janeiro e, depois, nos Estados Unidos. Quando voltou ao Brasil, fez parte da primeira geração de artistas modernistas da Bahia. Tornou-se um especialista em monumentos.

As obras do artista estão eternizadas em museus e espaços abertos no Brasil e no exterior. Na capital baiana, o talento de Mário Cravo Júnior está espalhado pela cidade.

“Monumento às Quatro Raças, de Mário Cravo Júnior”, compõe cartão postal da cidade (Foto: Egi Santana/G1)

Entre as famosas esculturas estão “O monumento às quatro raças”, na Praça Cayru, bairro do Comércio, “A cruz caída”, na Praça da Sé, a escultura de Ruy Barbosa, no Fórum de Nazaré, a sereia de Itapuã, o memorial a Clériston Andrade, na Avenida Garibaldi, e o Parque das Esculturas, em Pituaçu, onde existe o acervo do artista com cerca de três mil obras, entre elas a “Via Crucis”.

Em mais de 70 anos de atividade profissional, Mário Cravo Júnior foi premiado nacional e internacionalmente, e foi um dos artistas plásticos que mais estimulou e valorizou os elementos da cultura popular para produzir arte.

Mario Cravo Junior morreu em 1° de agosto de 2018, em Salvador, aos 95 anos, após dez dias de internação por causa de uma pneumonia. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Autoridades lamentaram a morte do artista. O governador da Bahia, Rui Costa, disse: “Mário Cravo Júnior soube ser local e universal em sua arte única. Escultor, gravador, desenhista e professor, percorreu o mundo, juntou conhecimento e experiências; e voltou à Bahia como professor universitário e diretor de museu, com uma bagagem artística extraordinária. Perdemos um ilustre nome das artes, que se eternizará na memória de todos os baianos.” Já ACM Neto, prefeito de Salvador, declarou: “O mundo perde, hoje, um dos maiores expoentes da arte moderna.”

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.156 – 2 de agosto de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / POR O GLOBO – 01/08/2018)

(Fonte: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/08/01 – BAHIA / NOTÍCIA / Por G1 BA – 01/08/2018)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/08 – ILUSTRADA / Por João Pedro Pitombo – 1º.ago.2018)

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