Lúcio Cardoso, escritor, dramaturgo, jornalista e poeta mineiro

Cardoso: “com a alma doente”

Joaquim Lúcio Cardoso Filho (Curvelo, 14 de agosto de 1913 –Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1968), escritor, dramaturgo, jornalista e poeta mineiro. Embora não esteja entre os nomes mais conhecidos da literatura brasileira do século XX, o mineiro desbravou um filão importante: o dos romances introspectivos e carregados de tormento existencial.

Numa época em que o regionalismo reinava absoluto no gosto do público e da crítica, ele costumava dizer que os melhores livros eram aqueles feitos com “o desespero e a alma doente do seu autor”. Publicado em 1936, “A Luz no Subsolo” é seu terceiro romance. A trama gira em torno de um casal cuja rotina entra numa espiral de loucura com a chegada de uma empregada. Trata-se de um belo exemplo da obra um tanto sombria do autor.

Católico, deixou em seu “Diário” (1961), escrito entre 1949 e 1962, um relato emocionado sobre sua homossexualidade, e as dúvidas e culpas geradas pela sua orientação sexual.

“Posso provocar?”, pergunta Pedro Paulo, como se fosse possível evitar que o seu raciocínio a jato atinja seus alvos como um raio. “Coloca também Shakespeare, considerando que os sonetos tenham mesmo sido escritos para um rapaz, e Santo Agostinho”, que nas “Confissões” relata suas “relações proibidas”.

Lúcio Cardoso morreu em 1968.

(Fonte: http://igay.ig.com.br/2013-07-25 – 25 de julho é o Dia do Escritor – Ana Ribeiro , iG São Paulo – 25/07/2013)

(Fonte: Veja, 1º de outubro de 2003 – ANO 36 – N° 39 – Edição 1822 – Veja Recomenda – Pág: 108/109)