Hosni Mubarak, ex-presidente egípcio. Ditador árabe que permaneceu mais de 30 anos no poder

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Ex-ditador do Egito

 

Hosni Mubarak (Monufia, 4 de maio de 1928 – Cairo, Egito, 25 de fevereiro de 2020), ex-presidente egípcio. Ditador árabe que permaneceu mais de 30 anos no poder.

 

 

Mohamed Hosni Mubarak nasceu em 4 de maio de 1928, em meio a uma família da pequena burguesia rural do delta do Nilo. Avançou na hierarquia militar até chegar ao posto de comandante-em-chefe da Força Aérea e foi nomeado vice-presidente em abril de 1975. Em 1981, sucedeu o presidente Anwar al-Sadat, assassinado por islamitas.

Mubarak, que governou o Egito durante três décadas com mãos de ferro antes de uma revolta popular eclodir no país, nasceu em 4 de maio de 1928, em meio a uma família da pequena burguesia rural do delta do Nilo. Avançou na hierarquia militar até chegar ao posto de comandante-em-chefe da Força Aérea e foi nomeado vice-presidente em abril de 1975.

 

 

Em 1981, Mubarak sucedeu o presidente Anwar al-Sadat, assassinado por islamitas. Sua imagem foi se desgastando com o tempo pela falta de contato com o povo e por sua reputação de orgulho sem limites. Um temível aparato policial e um partido a seu serviço se tornaram as principais demonstrações de seu poder.

 

 

No Ocidente, manteve uma reputação de moderado, conseguindo preservar a aliança com os Estados Unidos e os acordos de paz firmados em 1979 com Israel – e que custaram a vida de Sadat.

 

 

Com sua silhueta imponente, a cabeleira sempre escura (apesar da idade) e o olhar frequentemente escondido por óculos escuros, tornou-se uma figura familiar dos encontros internacionais.

 

 

Durante sua longa carreira, Mubarak escapou de pelo menos seis tentativas de assassinato. O estado de emergência foi mantido ao longo de praticamente todo seu governo, sendo suspenso apenas em maio de 2012. Ele chegou a ser declarado “clinicamente morto” em 2012 pela agência oficial de notícias Mena.

 

 

A chegada ao poder após a morte de Sadat.

 

Hosni Mubarak tornou-se piloto de combate e, em 1973, atuou na guerra do Yom Kippur, contra Israel, como chefe da força aérea egípcia.

 

Em 1975, o então presidente, Anwar Al-Sadat (1918-1981), o nomeou vice-presidente. O assassinato de Sadat, em outubro de 1981 o alçou ao cargo de presidente.

 

Foi confirmado nas urnas em 1987, 1993 e 2005, em votações consideradas de ficção, marcadas pela farsa.

 

Antes da ascensão ao poder, Mubarak se destacava como articulador importante tanto nas relações com os demais países árabes quanto com Israel e Estados Unidos, em uma prática que se repetiu em seus 30 anos de mandato.

 

Em 1979, foi um dos mediadores do acordo de paz com Israel (Camp David). Durante a guerra do Golfo (1990-1991), liderou os demais países árabes no apoio a iniciativa saudita de se unir aos Estados Unidos contra o Iraque.

 

Mais tarde, seria abandonado pelos aliados ocidentais. Sua “aderência” aos regimes do Oeste fazia parte de um cálculo político: ao mesmo tempo em que contribuía para estabilidade internacional, desidratava as críticas contra o estado de emergência com que comandava o país, impedindo a discussão política, legalizando a censura e caçando terroristas islâmicos que tantas vezes tentaram matá-lo. O que já não existe mais no Egito.

 

 

Governou o Egito durante três décadas com mãos de ferro antes de uma revolta popular eclodir no país. Centenas de milhares de egípcios acamparam no início de 2011 durante 18 dias no centro do Cairo para reivindicar a saída dele.

 

 

Mubarak teve de renunciar, o que fez dele o segundo governante da região a cair pela chamada “Primavera Árabe”, na esteira do tunisiano Zine El Abidine Ben Ali (1936-2019).

 

 

Preso durante um período de seis anos, ele deixou o hospital militar onde passou a maior parte de sua detenção em 2017, depois que a justiça retirou as acusações por cumplicidade na morte de manifestantes e o absolveu definitivamente — ele sempre afirmou ser inocente. “Agora que minha vida se aproxima do final, Graças a Deus tenho a consciência tranquila”, declarou.

 

 

Mubarak pode não estar mais no cenário internacional das atenções, mas lentamente o pior de seu legado vai sendo colocado sob a terra.

 

A praça Tahir foi invadida por milhares de manifestantes. O local foi uma espécie de símbolo dos protestos para derrubada do regime ditatorial egípcio.

 

Diversas manifestações pacíficas foram realizadas antes do confronto eclodir, em novembro de 2011.

 

Em poucas horas virou uma praça de guerra e pelo menos 20 pessoas morreram. Apesar da repressão militar, Mubarak acabou renunciando.

 

O ex-chefe de Estado foi condenado à prisão perpétua pela repressão da revolta contra seu regime em 2011, que deixou cerca de 850 mortos.

 

O tribunal não o acusou de ter uma responsabilidade direta, e sim de não ter tomado as iniciativas necessárias para impedir essas mortes.

 

As acusações de corrupção contra ele e seus dois filhos Gamal e Alaa não foram consideradas.

 

O ditador foi deposto em 11 de fevereiro de 2011 após uma revolta popular no Egito. No início de junho de 2012, ele foi condenado à prisão perpétua por não ter impedido a matança de manifestantes durante o levante contra seu regime. Após passar os meses anteriores ao julgamento em instalações militares, ele foi transferido para uma prisão.

 

O antigo líder egípcio Mubarak foi transferido dia 19 de junho de 2012 da prisão de Tora onde se encontrava e cumpria pena perpétua pela morte de manifestantes durante os protestos que levaram ao fim de seu mandato, em 2011 – para um hospital militar da capital Cairo, depois de ter sofrido um ataque cardíaco. A instalação militar é onde o antecessor de Mubarak, Anwar Sadat, foi declarado morto depois de ser atingido por um disparo de extremistas islâmicos em 1981.

 

TRAJETÓRIA DE UM DITADOR

 

1928 – Nascido em 1928 de uma família pobre, em Minufiya, a mesma província de Sadat no Delta do Nilo.

 

1973 – Chefe da Força Aérea egípcia na guerra do Yon Kippur, contra Israel.

 

1975 – Nomeado vice de Anwar Al-Sadat.

 

1979 – Mediador do acordo de paz com Israel e no início dos anos 90, atuou nas negociações entre israelenses e palestinos.

 

1981 – Com o assassinato de Sadat, ascendeu ao cargo de presidente.

 

1987 e 1999 – Sofre dois atentados.

 

2005 – Concorre com outros candidatos, mas apenas 25% dos eleitores votam.

 

25 de janeiro de 2011 – Milhares tomam as ruas do Cairo exigindo sua renúncia. Centenas de milhares de egípcios acamparam no início de 2011 durante 18 dias no centro do Cairo para reivindicar a saída dele.

 

11 de fevereiro de 2011 – Ex-vice de Mubarak, Omar Suleiman anuncia o fim do governo e a transmissão do poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas.

 

Agosto de 2011 – Após ser detido na praia Sharm el-Sheikh, começou a ser julgado, acusado de disparos contra manifestantes. A promotoria pediu pena de morte. Doente, Mubarak assistiu às audiências em uma maca.

 

Em 2012, Mubarak foi levado de ambulância após sua audiência no Cairo em que foi condenado à prisão perpétua por envolvimento no assassinato de manifestantes durante a revolta que o derrubou.

 

Preso durante um período de seis anos, ele deixou o hospital militar onde passou a maior parte de sua detenção em 2017, depois que a justiça retirou as acusações contra ele.

O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, deposto em 2011, morreu em 25 de fevereiro de 2020, aos 91 anos no hospital militar Galaa, no Cairo.

 

(Fonte: Correio do Povo – ANO 117 – Nº 263 – Notícias – Internacional – CAIRO – 19 de junho de 2012)

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – Nº 17.058 – 20 de junho de 2012 – MUNDO/ Por Cairo Por Rodrigo Lopes – Pág; 22)

(Fonte: Veja, 14 de outubro de 1981 – Edição 684 – Internacional – Pág; 40/42 e 51/52)

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