Günter Grass, foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura e autor de obras como “O Tambor” (1959) e “A Ratazana” (1986)

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Sua primeira obra, ‘O tambor’ (1959), é best-seller mundial.

Escritor Günter Grass mostra poema em que acusa o estado hebreu de ameaçar a paz mundial (Foto: Marcus Brandt/AFP)

Escritor Günter Grass mostra poema em que acusa o estado hebreu de ameaçar a paz mundial (Foto: Marcus Brandt/AFP)

 

Celebrizado como um dos maiores ficcionistas alemães do após-guerra.

Günter Grass (Danzig, hoje conhecida como Gdansk, 16 de outubro de 1927 – Lübeck, Alemanha, 13 de abril de 2015), escritor alemão e Prêmio Nobel de Literatura em 1999 e Príncipe das Astúrias das Letras, e autor de obras como “O Tambor” (1959) e “A Ratazana” (1986)

Considerado o mais importante escritor em língua alemã do pós-guerra e uma referência em seu país, Grass conquistou fama mundial com a publicação do romance “O tambor de lata”, em 1959.

Quarenta anos depois, em 1999, recebeu os dois mais importantes prêmios da literatura mundial, o Nobel e o Príncipe das Astúrias das Letras.

Outras obras de destaque do autor foram “Descascando a cebola” (2006), seu polêmico livro de memórias; “A Passo de Caranguejo” (2002), além de “O Meu Século” (1999), “Uma Longa História” (1995), “Anos de Cão” (1963) e “O Gato e o Rato” (1961).

Nascido em 16 de outubro de 1927, na cidade de Danzig, hoje conhecida como Gdansk, Günter Grass alternava literatura com escultura e artes gráficas e era conhecido como um dos principais representantes do “teatro do absurdo” da Alemanha. Grass também é autor dos livros “Passo de Caranguejo”, “Meu Século” e “Um Campo Vasto”.

O escritor, que durante os anos 1960 e 1970 insistiu em destacar o passado nazista de seu país, provocou um grande escândalo em 2006 quando revelou que na juventude integrou as Waffen SS, forças de elite de Adolf Hitler. Isto ele publicou no livro “Descascando a cebola”, que faz parte de suas memórias. Grass estudou Artes em Düsseldorf e em Berlim, e, pós-2ª Guerra, se juntou ao grupo 47 com escritores como Ingeborg Bachmann (1926-1973) e Heinrich Böll (1917-1985).

Após se mudar para Paris em 1956, ele começou a trabalhar em “O tambor”, romance que conta a história da Alemanha na primeira metade do século 20 através da vida de um menino que se recusa a crescer. O livro foi atacado por críticos, negado pelo prêmio de literatura Bremen por senadores ultrajados, queimado em Düsseldorf e se tornou um best-seller mundial. “O tambor” foi adaptado para o cinema por Volker Schloendorff em 1979.

Grass ignorou a tradição alemã de manter uma distância intelectual, insistindo que o dever do escritor era estar na linha de frente do debate moral e político. Conhecido por suas convicções políticas social-democratas, Günter Grass suscitou uma polêmica com Israel em 2012 ao publicar um poema em prosa, no qual afirmava que o Estado hebreu ameaçava a paz mundial ao querer atacar o Irã preventivamente diante da possibilidade de que este país dispusesse de armas nucleares. Por este motivo, Israel o declarou “persona non grata”.

Grass é considerado uma autoridade moral e política na Alemanha, por seu compromisso constante com o passado recente do país e capacidade de entrar em qualquer polêmica e controvérsia.

O escritor apoiou a política do Partido Social-Democrata (SPD) em tempos do chanceler Willy Brandt e, embora depois tenha se afastado da legenda, por considerá-la centrista demais, apoiou sucessivas campanhas eleitorais, incluída a de Gerhard Schröder, que governou a Alemanha de 1998 a 2005.

Grass foi um crítico ferrenho dos conservadores, especialmente nos tempos do chanceler Helmut Kohl (1982-1998).

No terreno literário, tornou-se lendária sua inimizade com o mais feroz crítico do país, Marcel Reich-Ranicki (1920-2013).

Em janeiro de 2014, Grass anunciou que deixaria de escrever romances devido à sua idade avançada. “Meu estado de saúde não me permite conceber projetos de cinco ou seis anos e esta seria a condição para o trabalho de pesquisa para um romance”, disse, na ocasião.

Nos últimos tempos, sua figura esteve envolvida em sucessivas polêmicas, tanto por seu reconhecimento, nas memórias publicadas em 2006, que serviu nas tropas nazistas SS Waffen, como por suas críticas a Israel, algo considerado um tabu na Alemanha.

Grass afirmou em 2013 que Israel era uma ameaça para a paz mundial.

Günter Grass morreu em 13 de abril de 2015, aos 87 anos, em uma clínica de Lübeck, norte da Alemanha.

O escritor britânico Salman Rushdie foi um dos primeiros a lamentar a morte de Grass. “Isso é muito triste. Um verdadeiro gigante, inspirador, e amigo”, escreveu, no Twitter.

 

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/04 – POP & ARTE – Da France Presse – 13/04/2015)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2015/04/13 – NOTÍCIAS – Berlim (EFE).- 13/04/2015)

(Fonte: Veja, 20 de julho de 1983 – Edição 776 – LIVROS/ Por José Paulo Paes – Pág: 108/109)

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