Cariê Lindenberg, era presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta, maior rede de comunicação do Espírito Santo

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Empresário e presidente do conselho da Rede Gazeta, do Espírito Santo

 

Carlos Fernando Lindenberg Filho, o Cariê, em retrato feito em 2017 — (Foto: Guilherme Ferrari)

 

Carlos Fernando Lindenberg Filho (Rio de Janeiro, – Vitória (ES), 6 de abril de 2021), empresário, músico e escritor conhecido como Cariê Lindenberg.

 

Lindenberg era presidente do conselho de administração da Rede Gazeta, conglomerado de mídia com sede no Espírito Santo.

 

O empresário, músico e escritor foi responsável pelo surgimento da maior rede de comunicação do Espírito Santo, fundador da TV Gazeta, afiliada da TV Globo, e do site “Gazeta Online” – hoje “A Gazeta” -, ele presidia o Conselho de Administração da Rede Gazeta.

 

Nascido no Rio de Janeiro, Cariê Lindenberg foi levado para Vitória com apenas 17 dias de vida e se considerava capixaba. Ele era filho de Maria Antonieta e do ex-governador do Espírito Santo Carlos Fernando Monteiro Lindenberg (1899-1991), que comandou o Estado por dois mandatos (1947-1951 e 1959-1962).

 

Em 1958, Lindenberg se formou em direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Na década de 60, ingressou na área de comunicação ao assumir o jornal A Gazeta, adquirido por sua família. Atuando para a expansão dos negócios, fundou a TV Gazeta, hoje afiliada da TV Globo, em 1976. Nas décadas seguintes, investiu em tecnologia, fundando também o site do jornal.

 

O empresário era defensor do jornalismo e da liberdade de expressão. Além de empresário, Lindenberg era músico e escritor, tendo dedicado os últimos 18 anos à literatura, com a publicação de seis livros. Passou os últimos anos se dividindo entre a leitura e a música em sua residência. Durante a pandemia, o empresário permaneceu em isolamento social.

 

Ao longo de seus 85 anos, Cariê sempre foi um ferrenho defensor do jornalismo e da liberdade de expressão. Esteve à frente da Rede Gazeta entre os anos de 1965 e 2001. Foi por sua atuação que o Grupo Globo estabeleceu-se no Espírito Santo, tendo a TV Gazeta como afiliada, e posteriormente os negócios se expandiram, com a criação de rádios, do site e das emissoras regionais sediadas em Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Colatina.

Em 2018, por ocasião do aniversário de 90 anos da empresa, revelou sempre ter sido um apaixonado pelo ambiente da redação.

“Minha tarefa não era lá, mas meu cacoete era ficar lá. Se não inteiramente na Redação, com os caras que eram os editores, diretores, jornalistas. Eu tinha, graças a Deus, excelente trânsito. Porque também era econômico em pedir as coisas, eu nunca mandei. Sempre propus discutir alguma coisa que fosse boa”, relembrou.

Cariê entrou para o mundo empresarial “por sorte” – como ele mesmo definiu em sua primeira obra literária, “Eu e a Sorte”, lançado em 2001. Sem qualquer experiência ou formação em administração, fez a fazenda da família, em Linhares, dobrar de tamanho, embora não tenha lhe dado lucro. Sob sua gestão, o jornal “A Gazeta”, que havia sido comprado por seu pai, o ex-governador Carlos Lindenberg, para apoiar o PSD e tinha apenas 38 funcionários, ganhou perfil imparcial e desvinculado de partidos políticos.
Filho do ex-governador que comandou o Espírito Santo por dois períodos (1947-1951 e 1959-1962), Cariê não quis ingressar na vida política. Na última passagem do pai pelo Palácio Anchieta, ele chegou a ser convidado a assumir uma cadeira no secretariado, após colaborar ativamente com a campanha, mas declinou da ideia.
“Disse ao papai: ‘não tenho conhecimento necessário para fazer-te uma boa companhia; vou continuar no meu carguinho. Mas é preciso você manter a [minha]mesada, porque não vou ficar com essa pobreza'”, contou, em 2019, com seu característico bom humor.
Foi um dos responsáveis pelo processo “de forma lenta, real e gradativa”, como explicava, de separar o jornal “A Gazeta” de vínculos políticos, na década de 1960, fato do qual ele sempre manifestou orgulho.
“Houve a possibilidade de caminharmos para a isenção e a ponderação das verdades. É uma marca de A Gazeta. Vi isso em vários jornais importantes do Brasil e do mundo, e também nos livros sobre ética jornalística. Absorvi com muita naturalidade”, pontuou.
Uma reflexão que revelou em sua última entrevista, concedida ao jornalista Abdo Chequer em setembro de 2019: “No jornalismo não cabe favor. Nem favor a favor e nem favor contra. O jornalismo tem que ser isento, tem que ser a transparência do que ocorre com a sociedade a que ele serve”.
Em seu livro, “Vou Te Contar”, Cariê resumiu sua trajetória: “Eu encontrei a vida na Gazeta e larguei todo o resto que eu fazia. Talvez um terço ou mais das histórias do livro sejam vinculadas à Gazeta porque foi a coisa mais importante da minha vida”.
Cariê Lindenberg faleceu em 6 de abril de 2021, em Vitória (ES), aos 85 anos. O empresário faleceu em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia.

Em postagem no Twitter, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), lamentou a morte de Cariê Lindenberg. “Cariê se notabilizou como defensor da democracia e da liberdade de imprensa. Sua história orgulha os capixabas. Siga em paz”, escreveu. Casagrande também decretou luto oficial de três dias em todo o Estado.

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), também falou sobre a morte do empresário.

“O Espírito Santo começou essa terça-feira de maneira muito triste com a notícia do falecimento de Cariê Lindenberg. Fica o legado do escritor, do empresário e do músico. O legado da democracia, da ética, da retidão, da construção de um grupo sólido de comunicação com pilares muito fincados na democracia. Um homem à frente do seu tempo, que deixa uma história que vai marcar para sempre o estado”, comentou.

Em nota, a Rede Gazeta destacou a atuação de Lindenberg para a modernização do grupo. “Cariê é um alicerce da história da Rede Gazeta. Foi quem transformou um jornal impresso em uma rede de comunicação plural e conectada com o Espírito Santo. Seja na TV, nas rádios ou na internet, o jornalismo e o entretenimento produzidos pelos veículos da Rede Gazeta têm o DNA de Cariê Lindenberg. A empresa se despede não apenas de seu presidente, mas de alguém que enraizou aqui o compromisso com a verdade, com a seriedade e com as milhões de pessoas que hoje constroem conosco novos capítulos da história”, declarou.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Estadão Conteúdo – 06/04/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2021/04/06 – ESPÍRITO SANTO / NOTÍCIA / Por G1 ES – 06/04/2021)

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