Antonio Gades, foi o mais célebre dos bailarinos e coreógrafos espanhóis de sua geração

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Antonio Gades, o mais célebre dos bailarinos e coreógrafos espanhóis de sua geração.

 

 

Stella Arauzo como Candela e Antonio Gades como Carmelo - (Foto: antoniogades.com)

Stella Arauzo como Candela e Antonio Gades como Carmelo – (Foto: antoniogades.com)

 

 

Antonio Gades (Elda, Alicante, 14 de novembro de 1936 – Madri, 20 de julho de 2004)bailarino e coreógrafo espanhol especializado em flamenco, foi o mais célebre dos bailarinos e coreógrafos espanhóis de sua geração.

 

Antonio Esteve Ródenas nasceu em novembro de 1936, em Elda, província espanhola de Alicante, era militante comunista e sentia-se muito unido a Cuba. Sua dança deixou marcas inesquecíveis em quem o viu: uma sensação fortíssima de inquietude e brio. Seus passos foram imortalizados nas telas por Carlos Saura, em “Bodas de Sangue”, “Carmem” e “Amores Bruxos”. O corpo magro pulsa no ritmo intenso dos pés, numa dança carregada de energia, que sobrepuja a técnica. No flamenco de Gades, valem os encantos populares revitalizados, do flamenco como dança do fogo, que acende e consome as paixões.
 

Seus trabalhos mais conhecidos foram vistos em filmes do diretor Carlos Saura. Gades montou e dirigiu o Balé Nacional da Espanha de 1978 a 1980, quando criou sua própria companhia.

 

Gades, cujo verdadeiro nome era Antonio Esteve Rodenas, foi condecorado no dia 5 de junho de 2004 pelo presidente de Cuba, Fidel Castro, com a ordem José Martí, a maior distinção concedida pelo governo da ilha, por “seu amor, amizade e fidelidade inquebrantáveis”.



Em uma de suas últimas atividades públicas, Gades recebeu a condecoração em uma cerimônia íntima na qual também esteve presente Raúl Castro, ministro da Defesa e segundo homem mais importante da política da ilha caribenha.





O primeiro casamento do bailarino, com a popular cantora espanhola Marisol, com a qual teve três filhas, foi realizado em Cuba com uma cerimônia civil com Fidel Castro e a bailarina Alicia Alonso como padrinhos.

 

Gades começou a trabalhar cedo para pagar seus estudos de dança. De 1952 a 61 foi bailarino da companhia de Pilar Lopez, que seguia os passos da famosa La Argentinita, unindo elementos do folclore espanhol com técnicas de balé e teatro. Completou sua formação na Itália, com Anton Dolin, e foi convidado pelo compositor Gian Carlo Menotti para participar em Spoleto do Festival de Balé, onde dançou numa produção da ópera “Carmem”.

 

 

De volta à Espanha, dança no cabaré Los Tartantos, em Barcelona, e se torna coqueluche dos intelectuais catalães (entre eles o pintor Joan Miró e o poeta Joan Brossa), que lhe incitam a se apresentar na Exposição Universal de Nova York em 1964.

 

 

Foi o começo de sua consagração, coroada numa trilogia coreografada e estrelada por ele (com a bailarina Cristina Hoyos): “Bodas de Sangue” (73), “Carmem” (83) e “Amores Bruxos” (86). As adaptações cinematográficas, feitas por Saura, renovariam o interesse pela dança flamenca. Gades montou e dirigiu o Balé Nacional da Espanha, de 1978 a 80, quando criou sua própria companhia.
 

Em 2003, o Balé Nacional apresentou no Brasil “Fuenteovejuna”, que já havia sido apresentada aqui pela companhia de Gades em 1995. Em entrevista à Folha, Gades afirmou que “nunca quis inventar uma dança”. Era, isto sim, “uma questão de visão. Sinto o flamenco de uma forma severa, mais sombria que outros artistas. Cultivo o silêncio e a concentração, talvez isso faça a diferença nas minhas coreografias”.

 

 

Em “Bodas de Sangue”, a dança flamenca se torna a expressão de sentimentos simples e elementares, teatralizados em sequências de dança que recriam a ambiência de um casamento popular. O tema da família dividida, em contraponto com uma guerra civil, define dramaticamente a trama, cujo emblema corporal é a batida desafiadora do pé no chão.

 

 

Também a ópera “Carmem”, de Georges Bizet (1838-75), foi montada por Gades como um retorno à origem popular da história. Feita de contrastes de sombra e luz, a peça alterna tragédia, paródia e humor, num espírito barroco. Gades reinventa o mito de Carmem, com atualizadas doses de sensualidade.

 

 

Gades elimina o supérfluo: a essência das coisas vêm à tona, num sentido quase literal. Reinventada por Gades, essa dança tem agora uma nova introversão, que se concentra no dinamismo do sapateado, ecoando nos braços e nos movimentos de rotação do corpo. É o canto que define e orienta os matizes da dança, da mais ligeira à mais grave, da mais picante à mais sombria e fatal. Toda uma rede de tensões amorosas se faz ver na tensão angulosa dos gestos, acentuados por afetos incompreensíveis, controladamente descontrolados.
 

O mínimo que se pode dizer, em suma, é que Gades foi um dos principais responsáveis pela evolução moderna da dança flamenca. E este flamenco não é mais da Espanha, ou não só: recriado por ele, pertence agora ao imaginário de todos nós, onde se encarna para sempre a figura do bailarino.

 

Antonio Gades faleceu em 20 de julho de 2004, em Madri aos 67 anos, vítima de um câncer do qual sofria havia anos

Gades morreu no Hospital Gregorio Marañón da capital espanhola, onde estava internado havia várias semanas.

A saúde do bailarino piorou no domingo passado, quando os médicos disseram à família que ele não tinha mais muito tempo de vida, segundo as fontes.

No momento de seu falecimento, estavam junto a Gades sua esposa, Eugenia Eiriz, com a qual o bailarino se casara recentemente, e várias de suas filhas.

(Fonte: Veja, 28 de julho de 2004 – ANO 37 – N° 30 – Edição 1864 – DATAS – Pág: 86)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – ILUSTRADA / Por INÊS BOGÉA crítica da Folha – 21/07/2004)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2004/07/20 – Madri (EFE).- ÚLTIMAS NOTÍCIAS – 20/07/2004)

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