William Turner, o maior mestre da aquarela inglesa, desafia os séculos com suas obras

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O maior mestre da aquarela inglesa

William Turner (Londres, 23 de abril de 1775 – Chelsea, 19 de dezembro de 1851), o maior mestre da aquarela inglesa, reinventou a arte da aquarela, desafia os séculos com suas obras.

Poucas técnicas artísticas permitem traçar, através da evolução do seu uso e das obras realizadas, uma trajetória tão revolucionária quanto a aparentemente inofensiva aquarela. Foram essas qualidades, ideais para fixar fugazes instantes de luz e sintetizar o essencial das formas, que – através dos aquarelistas ingleses e, dentre eles Joseph Turner – acabaram influenciando os pintores franceses e lançando as bases do impressionismo. É impossível conhecer o melhor da aquarela sem olhar obras produzidas pelos artistas ingleses durante os séculos XVIII e XIX.

Nesse período de tempo, gerações sucessivas de aquarelistas e um expressivo número de grandes mestres produziram tantas e tão belas obras que essa técnica de pintura passou a ser identificada como a arte nacional inglesa, e a Grã-Bretanha, confundida com a pátria de uma técnica milenar que remonta aos antigos egípcios.

O castelo de Norwich, uma sólida construção do século XII situada na região nordeste da Inglaterra, foi a sede da primeira associação de aquarelistas do país. Fundada em 1803, antes mesmo da associação equivalente de Londres, e promovendo exposições anuais, documenta o desenviolvimento da aquarela, as origens da pintura paisagística inglesa, outra revolução patrocinada pela aquarela e que superou a pintura neoclássica, de temas históricos, então praticada.

Colega de Thomas Girtin (1775-1802) na academia do doutor Monro, em Londres – um médico que, como um mecenas, fornecia dinheiro e comida para telentosos estudantes de artes dispostos a estudar aquarela -, logo se destacaria Joseph Mallord William Turner, como o maior de todos os aquarelistas ingleses e um dos maiores pintores de seu tempo.

A habilidade de Turner para pintar aquarelas vinha desde os seus 9 anos, quando coloria rótulos para um fabricante de cerveja. Aos 13 anos, trabalhava como aprendiz de um aquarelista tipógrafo, aos 15 teve uma de suas aquarelas aceita pela Academia Real de Londres, onde expôs aos 21 anos e passou a integrar o quadro de associados com apenas 24 anos.

Uma carreira meteórica que atingiria seu ponto alto na série de paisagens de Veneza, em que a sugestão era mais importante do que a definição da forma, um prenúncio do impressionismo. Utilizando a técnica de molhar totalmente o papel antes de passar o pincel sobre ele, obtinha uma grande dispersão dos pigmentos sobre a superfície do trabalho e passagens suaves de cores, além de belas interpretações de tonalidades.

Outro grande aquarelista – contemporâneo de Turner e seu colega na academia do doutor Monro -, Peter De Wint (1784-1849) utilizava pinceladas totalmente livres de aquarela pura em grandes e sugestivas manchas luminosas.

(Fonte: Veja, 13 de dezembro de 1989 -– ANO 22 – N° 49 – Edição 1109 –- ARTE/ Por ANGÉLICA DE MORÃES -– Pág; 162/163)
(Fonte: Veja, 30 de novembro de 1988 -– ANO 21 – N° 48 – Edição 1056 -– ARTE –- Pág; 140/141)

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