William Boyd, apareceu em filmes como “O Barqueiro do Volga”, “Rei dos Reis” e “Duas Noites Árabes”

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William Boyd, ator americano que chegou ao estrelato como ‘Hopalong Cassidy’

William Lawrence Boyd (Hendrysburg, Ohio, 5 de junho de 1895 – South Laguna, Califórnia, 12 de setembro de 1972), ator americano que chegou ao estrelato como Hopalong Cassidy, que, com o chapéu negro em seu cavalo Topper, encarnava um ideal americano: não beijava as moças e não matava os bandidos; não fumava nem bebia – na tela.

Quase liquidado como ator (“Os Barqueiros do Volga”, “O Rei dos Reis”) em 1935, por ter sido fotografado por um jornal numa orgia (para salvar-se da ruína, criou o vaqueiro sem mácula); antes da televisão comercial, já tinha comprado os direitos do mocinho no vídeo; casado quatro vezes.

A representação de Hopalong por Boyd – um “cara bom” que usava um chapéu preto, mas era um modelo de virtude – foi a caracterização mais longa da história de Hollywood. Ele cavalgou em seu cavalo, Topper, por um quarto de século no cinema e na televisão.

Hoppy, um personagem meio concebido por escritores, meio por Boyd, não fumava, bebia ou xingava: ele capturava vilões em vez de atirar neles. A responsabilidade de ser um herói infantil transformou William Boyd, um ex-playboy, em um filantropo dedicado a fortalecer a fibra da juventude americana.

“Quando você tem filhos que admiram você”, dizia ele, “quando tem pais dizendo que Hoppy é um cara maravilhoso, o que você faz? Você tem que ser um cara maravilhoso.”

Nascido em Hendrysburg, Ohio, filho de um pobre trabalhador rural, William Boyd largou a escola após a sexta série e foi trabalhar. Ele veio para Hollywood quando jovem e apareceu em filmes como “O Barqueiro do Volga”, “Rei dos Reis” e “Duas Noites Árabes”. Ele se tornou um ídolo romântico dos anos 20, em uma classe com estrelas como Wallace Reid e Rod LaRocque.

Ele gastava livremente, jogava pesadamente e vivia luxuosamente. Ele comprou uma mansão em Beverly Hills, uma casa de praia e um rancho em Malibu. Ele se casou e se divorciou de três atrizes, Ruth Miller, Elinor Fair e Dorothy Sebastian. Ruth Miller deu-lhe um filho, que viveu apenas nove meses.

Então, em 1932, a boa vida parou. Um ator da Broadway chamado William Boyd, agora morto, foi preso em uma festa de bebidas e jogos de azar. Nos jornais da manhã, em Hollywood, a foto de Boyd foi publicada por engano. Um pedido de desculpas foi publicado mais tarde, mas sua carreira despencou.

Ele era um ex-namorado em 1951, quando um produtor da Paramount se ofereceu para estrelá-lo em uma série de filmes de cowboy. William Boyd pediu algumas mudanças em sua função e então fez a primeira. Filme “Hopalong Cassidy”.

Os executivos do cinema disseram que Boyd, que não sabia andar a cavalo, fez de Hopalong um cavalheiro demais. Mas, ele persistiu, tornou-se um bom cavaleiro e adotou Topper, que seria sua montaria por 19 anos.

Os filmes eram populares e ele discretamente comprou todos os direitos televisivos da ideia. Em 1948, o primeiro show Hoppy apareceu na televisão. A reação dos telespectadores contou a história – William Boyd havia tirado uma bolada.

Em 1937, ele se casou com Grace Bradley e lhe atribuiu o sucesso. Ele permaneceu dedicado a ela até sua morte.

Boyd fundou um clube chamado Hoppy’s Troopers, que rivalizava com os escoteiros. Tinha um Código de Conduta Hopalong, que pregava lealdade, honestidade, ambição, bondade e outras virtudes.

Ele doou dinheiro para hospitais e lares infantis, dizendo: “Do jeito que eu acho, se não fosse pelas crianças, eu estaria um vagabundo hoje. Foram eles que tornaram meu sucesso possível. São eles que devem se beneficiar com isso.”

Ele se aposentou em 1953 depois de fazer 106 shows Hoppy. Ele e sua esposa compraram imóveis e se mudaram para Palm Desert, onde viveram tranquilamente.

Em 1968, ele foi submetido a uma cirurgia para remoção de um tumor cancerígeno de uma glândula linfática. A partir de então, o Sr. Boyd recusou todas as entrevistas e fotografias.

O personagem de Hopalong Cassidy foi concebido muitos anos antes de Boyd, primeiro assumir o papel, por Clarence E. Mulford, então um caixeiro de licença do Brooklyn, que vinha produzindo ficção ocidental na Costa Leste desde 1904.

O Hopalong do Sr. Mulford era um pistoleiro viciado em jogos de azar de fala grosseira padrão. Seu apelido veio de uma lesão no joelho em um tiroteio que fez com que ele andasse irregularmente do cavalo.

Mas Boyd conseguiu impor sua própria visão do personagem Hopalong na série de filmes produzida por Harry Sherman (1884-1952). Ele estava farto de brincar de pesados, e logo Hopalong era uma espécie de Galahad de meia-idade em um brilhante terno preto de cowboy e botas.

Clarence Mulford, que morreu em 1956, não entendeu mal: ele aceitou a ideia de que os antigos Hopalong eram adultos do Tor, enquanto o novo e mais brilhante modelo era para crianças.

“Tenho muita admiração pelas realizações de Boyd”, disse ele. “Deixe Bill ter seu Hopalong. Eu tenho o meu….”

Boyd faleceu no dia 12 de setembro de 1972, de mal de Parkinson, em South Laguna, Califórnia, hospital de complicações da doença de Parkinson e insuficiência cardíaca congestiva. Ele tinha 77 anos.

(Fonte: Revista Veja, 20 de setembro de 1972 – Edição 211 – DATAS – Pág; 78)

(Fonte: https://www.nytimes.com/1972/09/14/archives – New York Times Company / ARQUIVOS / por (AP) – HOLLYWOOD, 13 de setembro – 14 de setembro de 1972)

Sobre o Arquivo
Esta é uma versão digitalizada de um artigo do arquivo impresso do The Times, antes do início da publicação online em 1996. Para preservar esses artigos como eles apareceram originalmente, o The Times não os altera, edita ou atualiza.
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