Violeta Parra, autora de Gracias a la Vida

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Violeta del Carmen Parra Sandoval (San Carlos, 4 de outubro de 1917 – Santiago do Chile, 5 de fevereiro de 1967), cantora, compositora, poeta, artesã, artista plástica e folclorista

A autora de Gracias a la Vida se suicidou, aos 49 anos, em sua casa em Santiago do Chile um ano após compor o hino que se eternizou e transcendeu o Chile, a América Latina a alcançou todo o mundo. Apesar da morte precoce, Violeta Parra deixou uma enorme contribuição à arte e à cultura chilenas e latino-americana.

Seus trabalhos foram a base para o desenvolvimento do movimento estético-musical-político chamado de Nova Canção Chilena, do qual fizeram parte também Victor Jara, Rolando Alarcón, e Patricio Manns, além dos grupos Inti-Ilimani e Quilapayún.

Para criar seus recitais, Violeta Parra recolheu histórias e canções de várias localidades chilenas. Pode-se dizer que sua obra está dividida em dois momentos: a primeira desde 1954 que se dedica à recopilação do folclore, criando canções como La jardinera; La Juana Rosa; Me voy, me voy; Parabienes al revés. A segunda se dá a partir de sua segunda viagem a Paris. A partir de 1962 passa a aperfeiçoar sua poesia, seu canto até chegar à sua obra principal: As últimas canções de Violeta Parra.

Apesar de conhecida por suas músicas, seus quadros contém um estilo pessoal muito característico — parecido com o naif — que representa o mesmo mundo de suas canções. Escreveu os livros Décimas – autobiografia em versos, um marco na literatura chilena.

Em 1965, juntamente com seus filhos Ángel e Isabel Parra e os folcloristas Rolando Alarcón, Víctor Jara e Patricio Manns, criou, próximo a Santiago, uma grande tenda cultural chamada de Comuna de la Reina. Parra alimentava o sonho de convertê-la em um centro de cultura folclórica e de referência para a cultura do Chile, mas não obteve o apoio que esperava para seu projeto.

Violeta Parra durante ato político da revista El Siglo

Violeta Parra durante ato político da revista El Siglo

O ideal da integração latino-americana e a luta contra o imperialismo esteve presente em toda a sua obra. Suas canções mostravam as semelhanças dos processos históricos dos países da América Latina e, por conseguinte, as semelhanças dos seus processos de lutas populares, sempre exaltando o antiimperialismo e a vida, o trabalho e a luta dos camponeses pobres, povos indígenas e estudantes.

Seus trabalhos inspiraram muitos artistas que vieram depois dela. Pode-se dizer que sua maior contribuição é o entendimento da música como uma ferramenta de denúncia, longe das trivialidades e versos fáceis, mas sem sacrificar a beleza, poesia e conteúdo. “A obrigação de cada artista é a de colocar seu poder criador a serviço dos homens. (…) Hoje a vida é mais dura e o sofrimento do povo não pode ficar desatendido pelo artista”.

Em 2013 foi lançado o filme “Violeta foi para o Céu”, de Andrés Wood, o mesmo diretor de “Machuca” (2004), que conta a história de Violeta.

(Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia/235229-133 – Por Vanessa Martina Silva, do Portal Vermelho – 5 de fevereiro de 2014)

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