Vicente da Câmara, sobrinho da fadista Maria Teresa de Noronha, era considerado um dos maiores expoentes do fado

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Com 65 anos de carreira, Vicente da Câmara era considerado um dos maiores expoentes do fado. (Foto: LUSA/Divulgação)

Com 65 anos de carreira, Vicente da Câmara era considerado um dos maiores expoentes do fado. (Foto: LUSA/Divulgação)

 

Vicente Maria do Carmo de Noronha da Câmara (Lisboa, 7 de maio de 1928 – Lisboa, 28 de maio de 2016), cantor e guitarrista, fadista era considerado um dos maiores expoentes do fado, sobrinho da fadista Maria Teresa de Noronha, tornou-se conhecido, entre outros êxitos, pelo fado Moda das Tranças Pretas.

O cantor e guitarrista começou a interessar-se por fado ainda em criança, quando ouvia os discos do tio-avô João do Carmo de Noronha. Apesar disso, foi só em 1948 — com 20 anos — que a carreira de Vicente da Câmara começou verdadeiramente, quando ganhou um concurso da Emissora Nacional.

O fadista Vicente da Câmara, que nasceu em Lisboa, no seio de uma família aristocrática, era considerado um dos maiores expoentes do fado.

Entre outros prêmios, Vicente da Câmara foi distinguido em 2013 com o Prêmio Amália Rodrigues Carreira e tinha um percurso artístico com mais de 60 anos, que iniciou na extinta Emissora Nacional.

Em 1948, incentivado pela tia, concorreu a um concurso da então Emissora Nacional. A vitória no concurso radiofônico, que no ano anterior tinha sido conquistada por Júlia Barroso, deu-lhe o passaporte para atuar aos microfones da rádio oficial em programas de grande popularidade, como “Serão para trabalhadores”.

O fado “A moda das tranças pretas” que o celebrizou foi composto na década de 1950, quando assinou o primeiro contrato discográfico para a Valentim de Carvalho. Gravou, em 78 rpm, temas como “Fado das Caldas”, “Uma oração”, “Varina” (de sua autoria) ou “Os teus olhos”, com uma letra sua.

Do seu repertório constam ainda temas como “Sino”, de sua autoria, “As cordas de uma guitarra” ou “Outono”, com letra de seu pai, “Triste mar”, “Maldição” e “Menina de uma só trança”.

O seu percurso inclui outros fados como “Fado Lopes”, “Era mais que simpatia”, “Milagre de St.º António”, “Fado do Pão-de-Ló”, ou “Fado do João”, “Guitarra soluçante”, “O fado antigo é meu amigo” e “Há saudades toda a vida”.

Em 1964 estreou-se no cinema, em “A última pega”, de Constantino Esteves, protagonizado por Fernando Farinha, no apogeu da carreira, e contracenando com Leónia Mendes, Júlia Buisel e José Ganhão.

Voltou ao cinema em 2007, sob a direção de Carlos Saura, em “Fados”, e ao lado de Carminho, Ricardo Ribeiro, Mariza, Camané e Carlos do Carmo, entre outros.

O fadista, um dos fundadores da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), integrou o elenco do espetáculo de inauguração do Museu do Fado, em 1998. Atuou na Alemanha, Luxemburgo, França, Espanha, Países Baixos, Canadá, África do Sul, Macau, Hong Kong, Coreia do Sul, Malásia, Brasil, Moçambique e Angola.

Em 1993, gravou com José da Câmara e Nuno da Câmara Pereira o disco “Tradição” (EMI/VC), em homenagem à tia Maria Teresa de Noronha.

“O rio que nos viu nascer” (2006) é o mais recente álbum de Vicente da Câmara (Ovação).

Vicente da Câmara foi referência incontornável na história do fado - (Foto: Sagrada Película/Divulgação)

Vicente da Câmara foi referência incontornável na história do fado – (Foto: Sagrada Película/Divulgação)

Vicente da Câmara morreu em Lisboa, em 28 de maio de 2016com 88 anos.

(Fonte: http://mag.sapo.pt/showbiz/artigos – LUSA – SHOWBIZ – 28 MAIO 2016)

(Fonte: https://www.publico.pt/2016/05/28/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON/ Por  – )

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