Van Gogh, artista e pintor de imensa popularidade.

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Van Gogh, artista e pintor de imensa popularidade.

Museu Van Gogh, que reúne obras do artista, optou, em sua reinauguração, por dedicar uma mostra ao processo de trabalho do pintor.

Com isso, derrubou alguns mitos – como o de que ele jamais se interessou por estudos formais, ideia que sua correspondência e obras da juventude colocam no chão.

Estima-se que mais de uma centena de museus no mundo tenham obras de Van Gogh – no Brasil, por exemplo, o Museu de Arte de São Paulo guarda Passeio ao Crepúsculo; já nos EUA, pode-se conferir a vasta seleção no Museu de Arte Moderna de Nova York. Ainda assim, é possível montar um pequeno roteiro Van Gogh na Europa, para aqueles que, além de ver as obras, se interessem pelos locais onde viveu o artista.

Na Holanda, além de Amsterdã, uma boa parada é a pequena cidade de Zundert, que fica no sul do país, próxima à fronteira com a Bélgica. Foi lá que Van Gogh nasceu, em 30 de março de 1953, e passou sua infância. Sua casa ainda pode ser visitada, assim como a igreja em que seu pai foi pastor.

Depois de períodos em Haia e Bruxelas, Van Gogh muda-se em 1886 para Paris, onde vai dividir um pequeno apartamento em Montmartre com o irmão Theo, que será o grande confidente e amigo do pintor ao longo de sua vida.

Foi naquela região que o artista teve contato pela primeira vez com artistas como Toulouse-Lautrec, que o teria apresentado ao absinto, ou Monet, Renoir, Sisley, Pissarro, Degas, Signac e Seurat. Do outro lado do Rio Sena, parada obrigatória é o Museu D”Orsay, onde estão quadros como Igreja em Auvers ou a reprodução de seu quarto em Arles.

Van Gogh viveu em Londres entre 1873-75. A Tate Gallery tem a maior coleção britânica do artista, mas é possível encontrar seus quadros também na National Gallery e no British Museum.

O pintor termina sua vida em Arles, no sul da França. São desse período os quadros retratando os girassóis, assim como a Casa Amarela, onde viveu, tido por especialistas como fundamentais.

Um dos grandes equívocos em torno de Van Gogh é de que se tratava de um talento natural, o que significaria que em momento algum ele demonstrou interesse por escolas ou mesmo pelo que outros artistas de sua época faziam.

Um dos objetivos que Van Gogh mostrou é que, mesmo que ele não tenha obtido sucesso em instituições de ensino, isso não significou desinteresse pelo estudo. Ao contrário, no início de sua carreira, encontramos ele muito preocupado com esboços, exercícios e também com a troca de informações com outros artistas.

Se a ousadia no uso da cor foi uma marca de Van Gogh, o fato é que as cores que vemos hoje não são exatamente aquelas imaginadas pelo artista: houve um desgaste nas telas, causado pelo tempo e pelo tipo de tinta utilizado. E, assim, é possível especular que muitos dos quadros carregavam cores ainda mais fortes do que vemos hoje.

Impressões de Van Gogh

Versões

Van Gogh fez diversas versões de O Quarto – a primeira delas é de 1888. Em todas, o que impressiona é o uso de cores fortes e expressivas, que formam uma série de contrastes e cujo objetivo é ressaltar o estado emocional do artista durante o processo de confecção da obra

Vista de Auvers
Um dos primeiros quadros feitos por Van Gogh na chegada à cidade, em 1890. A paisagem fascinou de tal forma o artista que ela seria tema de diversas telas.

Autorretrato

O artista registra a si próprio, em Paris (1888). Para o nosso olhar, trata-se apenas de um pintor com suas tintas e pinceis. Mas, para os pesquisadores, o quadro oferece informação preciosa sobre o método de trabalho de Van Gogh.

Girassóis

Gauguin, após viver em Arles por um tempo, pediu para levar o quadro consigo para Paris. Van Gogh não deixou, mas fez uma versão para o colega.

Campo de Trigo com Corvos

Durante anos, acreditou-se que esta fosse a última obra do pintor, mas especialistas acreditam que há quadros posteriores. Seja como for, está entre as criações da maturidade de Van Gogh, que via nele símbolo do que havia de saudável na vida no campo.

Vista do Mar em Scheveningen

A pincelada brusca, as tintas de cores fortes, a espuma do mar, o céu escuro, a vela içada: tudo se presta a um retrato dramático de uma tempestade no norte da Holanda. Uma das pérolas do acervo, aparece como reprodução: o original foi roubado em 2012.

Telhados e Casas A vista de Paris foi feita já sob o impacto da chegada à França. É testemunho do fascínio inicial do pintor por cores
escuras, mas também do contato com os pintores do Impressionismo.

(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias – NOTÍCIAS – Um outro olhar/ Por JOÃO LUIZ SAMPAIO/ AMSTERDÃ – O Estado de S.Paulo – 27 de agosto de 2013)

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