Um marco da luta ambientalista no Brasil e no mundo

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UM MARCO NA LUTA AMBIENTALISTA NO BRASIL E NO MUNDO

25 de fevereiro de 1975: um rapaz de 20 anos, estudante universitário, confere um insuspeitado sentido político e social a um gesto que faz parte do cotidiano de qualquer criança. Carlos Alberto Dayrel sobe em uma árvore. Estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele se encaminhava para a aula quando percebeu que uma árvore de mais de 80 anos estava por ser derrubada por funcionários da prefeitura. Aproveitando o intervalo de almoço dos operários, Dayrel encarapitou-se no alto da acácia, na Avenida João Pessoa. Armou-se uma confusão. A polícia foi chamada. Outros dois estudantes – Teresa Jardim, da Biblioteconomia, e Marcos Saraçol, da Matemática – juntaram-se ao primeiro. Cerca de mil pessoas passaram a acompanhar a cena.
A maioria vaiava a polícia e os funcionários da Secretária de Obras, alcançando lanches e cartazes aos universitários. Ninguém aceitava o argumento de que a árvore entravava o caminho do progresso – no caso, o Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina. O diretor da Escola de Engenharia teve que intervir, convencendo Dayrel a acompanhá-lo para uma possível reunião com o próprio prefeito. Nesse meio tempo, a polícia espancou e prendeu os outros estudantes. Também jornalistas que cobriam o caso foram agredidos e levados ao Dops. No fim, o gesto de Dayrel se provou eficaz: a árvore ficou no lugar. Fixou-se como um marco da luta ambientalista no Brasil e no mundo. A causa ecológica, então novidade, entrou na ordem do dia.

(Fonte: Caderno Especial 40 Anos Zero Hora – Porto Alegre, domingo, 2 de maio de 2004 – FATOS – Pág. 17)

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