Um dos pioneiros no estudo da mecânica quântica

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Um dos pioneiros no estudo da mecânica quântica

Werner Heisenberg (1900-1976), um dos maiores físicos do século XX, foi o mais importante entre os cientistas alemães convocados pelo regime nazista a colaborar com projetos militares durante a Segunda Guerra Mundial. Heisenberg é um dos pioneiros no estudo da mecânica quântica, foi aluno de Niels Bohr. Ganhou o Nobel de Física em 1932, aos 31 anos, pela fundação da mecânica quântica, formulou o famoso Princípio da Incerteza – o de que é impossível determinar ao mesmo tempo a posição e a velocidade de uma partícula. Depois da guerra, continuou suas pesquisas na Alemanha até sua morte, em 1976. Até sua morte, cultivou cuidadosamente a imagem do pesquisador apolítico que, movido por convicções éticas, resistiu em silêncio à tirania nazista.
No ponto mais delicado de sua biografia – a participação no projeto de fabricar uma bomba atômica para Adolf Hitler – deu a entender que fez de tudo para sabotar o desenvolvimento da arma, enquanto fingia lealdade ao regime. Seu colega e antigo professor o físico dinamarquês, Niels Bohr, os dois cientistas, ambos premiados com o Nobel de Física, foram co-fundadores da mecânica quântica, os estudo das partículas que compõem o átomo.
Disputa; a Alemanha e os Estados Unidos se empenharam na fabricação da bomba atômica na Segunda Guerra. Os alemães liderados por Heisenberg, fracassaram. Os americanos obtiveram êxito, explodiram sua primeira bomba, perto de Albuquerque, no Novo México, em 16 de julho de 1945.
Ruptura; o alemão Heisenberg e o dinamarquês Bohr colaboraram nas pesquisas sobre o átomo, mas a Segunda Guerra Mundial dividiu-os entre o programa nuclear da Alemanha e o dos EUA. A carreira de Heisenberg chegou a ser prejudicada por acadêmicos nazistas que desprezavam a mecânica quântica e a Teoria da Relatividade (de Einstein) como “física judia”. Em 1939, entusiasmou-se com a descoberta da fissão nuclear, o princípio da bomba atômica, por outro alemão, Otto Hahn, e buscava um uso militar para a novidade. Sua lista de possíveis aplicações inclui submarinos nucleares e uma bomba “que ultrapasse o poder dos mais fortes materiais explosivos em várias ordens de magnitude. Heisenberg, encarregado de conseguir a bomba para Hitler, simplesmente fracassou, apesar de seu vasto conhecimento. Pelo que se sabe do programa nuclear alemão, o físico e sua equipe erraram em vários pontos, entre eles o cálculo da quantidade de material radioativo necessária para um artefato explosivo.
Heisenberg foi sincero quando explicou aos chefes nazistas, em 1942, que a bomba atômica ainda levaria vários anos para ficar pronta. Hitler, imediatamente, desinteressou-se da idéia e mandou suspender as pesquisas. O ditador queria novas armas viáveis a curto prazo, num momento em que já dominava quase toda a Europa continental e se acreditava a um passo da vitória final. Àquela altura, o governo americano, aflito com o perigo de ver tamanho poder destrutivo nas mãos dos nazistas, já tinha iniciado a fabricação da arma, lançada em 1945 contra o Japão. Ironicamente, o próprio Bohr veio a participar desse projeto, depois de fugir para os EUA, em 1943.

(Fonte: Revista ÉPOCA, 21 de janeiro, 2002 – MUNDO – HISTÓRIA – Por Alexandre Moschella – ANO IV – N.º 192 – Editora Globo – Pág. 76/77)

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