Tornou-se o fotógrafo pioneiro na capital gaúcha

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Primeiros fabricantes de imagens

Se a fotografia era empolgante novidade na Europa lá pela metade do século 19, nada mais natural que ela chegasse a uma rústica cidadezinha sul -americana, pelas mãos dos imigrantes que vinham “fazer a América”. Foi assim que, provavelmente em 1853, um italiano chamado Luis Terragno chegou a Porto Alegre, trazendo na bagagem, além da vontade de trabalhar, essa atividade que lhe garantiria prestígio e sustento.

Terragno, ao estabelecer um atelier na esquina da Rua da Alegria com a rua do Rosário (atuais General Vitorino e Vigário José Inácio), tornou-se o fotógrafo pioneiro na capital gaúcha. Outros podem ter trabalhado eventualmente antes por aqui, mas ele veio para ficar na história.

Terragno contava com a vaidade de alguns poucos abastados habitantes da cidade, que só chegou a uma população de 18.465 almas (e rostos) cinco anos depois da chegada dele.

Outros vieram em seguida. Em 1871 chegava outro italiano, Rafael Ferrari, que mais tarde, junto com os filhos Carlos e Jacinto, administrou o bem-sucedido e famoso Atelier Ferrari. Por volta de 1885, chegou o jovem Virgílio Calegari, também italiano, nascido em Bérgamo em 1868, que é o mais profícuo e conhecido fotógrafo daqueles primórdios da cidade que crescia rumo à modernidade e à virada do século.

A fotografia era um dos símbolos dessa transformação, e seus expoentes eram considerados, pela imprensa de então, “mestres em seu metiê, fidalgos no trato ameno, talhados para sentir as emanações emocionantes da vida artistica”, como disse dos Irmãos Ferrari a Revista Máscara.

Fonte: Ensaios sobre o fotográfico,
Editora Unidade Editorial, 1998.

(Fonte: Zero Hora – Ano 46 – N° 16 269 – 9 de março de 2010 – Almanaque Gaúcho/ Túnel do Tempo – Por Dioclécio Lopes – Interino – Pág; 54)

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