Thomas Hardy, novelista e poeta inglês

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“As pessoas que possuem alguma força de caráter carregam consigo, como os planetas, a sua atmosfera nas suas órbitas”.

Thomas Hardy em 1911 (Foto: people.stfx.ca)

Thomas Hardy em 1911 (Foto: people.stfx.ca)

Thomas Hardy (Higher Bockhampton, Dorset, 2 de julho de 1840 – Max Gate, Dorchester, 11 de janeiro de 1928), novelista e poeta inglês.

Thomas Hardy passou a infância no campo. Começou sua vida profissional como arquiteto. Em 1862 mudou-se para Londres. Após publicar com êxito o seu primeiro romance, “Remédios Desesperados”, em 1871, deixou de lado a arquitetura e passou a se dedicar integralmente à literatura.

Seus romances “Tess of the Urbervilles” (1891) e “Judas, o Obscuro” (1895) são considerados clássicos da literatura, mas na época de sua publicação receberam duras críticas, por serem considerados pessimistas e tocarem no assunto da sexualidade. “Tess” foi levada ao cinema em 1979, num filme dirigido por Roman Polansky, com Nastassja Kinski no papel principal.

Na Inglaterra rural de Thomas Hardy, a indiferença da história faz e desfaz das pequenas vidas que chegaram tarde demais para cumprir as regras e demasiado cedo para desobedecê-las.

Mas mesmo esse tempo petrificado tem de aceitar a chegada do invasor: o dinheiro novo, a sociedade nova, a nova moralidade. Tess, Angel Clare e Alec – o mesmo triângulo filmado por Roman Polansky, com o mesmo título – foram apanhados exatamente nessa transição, onde o mundo rural de fins do século XIX ainda não possuía os meios de conciliar as novas paixões com as ruínas da antiga moral.

Alec se destrói porque, na farsa de adotar um velho nome para disfarçar o novo dinheiro, seu pai o condenou a repetir o papel senhorial de violar camponesas – mesmo quando já não existiam muitas que aceitassem isso com naturalidade.

Angel Clare, filho de clérigo, é precocemente contemporâneo, porque vítima de uma liberdade de pensamento que não o liberou de nenhum dos rançosos preconceitos machistas.

Mas é em Tess D’Urbervilles que repousa o que Thomas Hardy entende como tragédia. Tess não pode ser mais a submissão e naturalidade de uma camponesa, nem a flexibilidade de uma mulher moderna.

Do ponto de vista social, ela é o protótipo da era vitoriana em convulsão. Mas o paradoxo moral em que é lançada é sempre contemporâneo: suscetível ao peso de seus atos, Tess está, por caráter e personalidade, condenada a não poder escamotear suas culpas reais ou imaginárias.

Diante do casamento com Angel, resta-lhe uma escolha dolorosa: mentir e mergulhar na culpa ou dizer a verdade e perder sua aposta mais importante. Tess resolve o dilema escolhendo a fidelidade ao próprio caráter, e a perda da esperança.

Na condenação pesada à sociedade, o pessimismo de Thomas Hardy não vê outra coisa na vida das pessoas que não seja a brutal e irreparável tendência a se submeterem à infelicidade completa.

Tess é o viço e a beleza condenados pelas pesadas botas de uma sociedade hostil. O mundo é insensato e as rotas da história estão ladrilhadas de vítimas perplexas.

O último romance de Thomas Hardy publicado em livro foi “A Bem-amada”, em 1897 (que já havia saído, anteriormente, em fascículos).

Ele também publicou contos e acabou trocando a ficção pela poesia. Lançou “Poemas de Wessex” (1888), “Poemas do Passado e do Presente” (1901) e “Palavras de Inverno” (1928), tornando-se também um dos grandes poetas ingleses. O tom coloquial e isento de retórica de sua obra poética, que versava sobre a velhice, o amor e a morte, influiu na reação anti-romântica.

Thomas Hardy morreu aos 87 anos, em janeiro de 1928.

(Fonte: Zero Hora – Ano 47 -– N° 16. 656 – 13 de abril de 2011 – Almanaque Gaúcho/ Por Mauro Toralles – Pág; 46)

(Fonte: Veja, 1º de julho de 1981 – Edição 669 – Livros/ Por José Onofre – Pág: 113)

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