Sepp Herberger, lendário treinador da seleção alemã, Campeão mundial em 1954, batendo na final a equipe da Hungria

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Sepp Herberger, lendário treinador da seleção alemã

 

Sepp Herberger, lendário treinador da seleção alemã (Foto: Picture – Alliance/ dpa)

 

Sepp Herberger (Mannheim, 28 de março de 1897 – Manheim, Alemanha, 28 de abril de 1977), ex-técnico da Seleção de futebol da República Federal da Alemanha. Campeão mundial em 1954, batendo na final a equipe da Hungria, ele treinou o selecionado de seu país durante 27 anos, até se aposentar em 1964.

Sepp Herberger faleceu dia 28 de abril de 1977, de um ataque cardíaco, aos 80 anos, em Manheim, Alemanha.
(Fonte: Veja, 4 de maio de 1977 – Edição 452 – DATAS – Pág; 87)

 

1964: Renúncia de Sepp Herberger, lendário treinador da seleção alemã

Em 12 de maio de 1964, Sepp Herberger renunciava ao cargo de treinador da seleção alemã. O lendário técnico ocupava o posto desde 1949. Seu auge foi a conquista da Copa do Mundo de 1954.

De origem humilde, Josef (Sepp) Herberger nasceu em Mannheim em 28 de março de 1897. O pai, operário de fábrica, faleceu quando ele tinha 13 anos, em consequência de uma gripe. Para ajudar no sustento da família, Sepp interrompeu os estudos e começou a trabalhar inicialmente como auxiliar de pedreiro e depois como operário.

O futebol foi a válvula de escape na dura rotina da fábrica. A força de vontade e talento o destacaram em campo. Entre 1921 e 1925, foi convocado três vezes à seleção nacional e, graças aos seus dribles e à competência de goleador, em pouco tempo conseguiu a ascensão social.

Em 1926, foi convocado pelo Tênis Borussia Berlim e começou o curso de Educação Física, que concluiu como o melhor da turma em 1932. Neste mesmo ano, ganhou a vaga de treinador no time berlinense.

Contato com jogadores durante a guerra

 

O fracasso da seleção alemã de futebol nos Jogos Olímpicos de 1936 levou à contratação de Herberger pelo regime nazista para a reorganização da equipe nacional. Dos 11 jogos que disputou em 1937, a Alemanha venceu dez. Um ano depois, unificada com a Áustria numa “grande equipe alemã”, a Alemanha não conseguiu chegar às últimas rodadas da Copa do Mundo da França. Depois, mesmo durante a guerra, Herberger manteve contato com os jogadores.

A partir de 1945, voltou a se empenhar pelo esporte, lutando pela construção da hoje renomada Escola Superior de Educação Física de Colônia, onde também foi professor. Em 1949, voltou a ser chamado para treinar a seleção, que cinco anos mais tarde conquistou a Copa do Mundo em Berna, na Suíça, numa partida em que demonstrou todo seu talento tático.

Nas classificatórias, contra o forte time da Hungria, Sepp havia colocado os reservas em campo, o que resultou na catastrófica derrota alemã por 8 a 3. Mas, na final, os húngaros exageraram na autoconfiança e os alemães triunfaram com 3 a 2.

Sepp Herberger, ídolo indiscutível, foi um grande perito e estrategista do futebol alemão. Até sua renúncia, em 1964, comandou 167 jogos da seleção, dos quais venceu 94 e perdeu 46. Ele mesmo garantia que ninguém mais na Alemanha entendia de futebol tão bem quanto ele. Herberger, condecorado com várias distinções esportivas nacionais, foi inclusive motivo de um selo, por ocasião de seus 80 anos, em 1977. Neste mesmo ano, ele faleceu em Mannheim, a 28 de abril.

(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO / Por Detmer – 12 de maio)

 

 

 

 

Sepp Herberger é o homem responsável pelo Milagre de Berna, que em 1954 deu à Alemanha seu primeiro título de Copa do Mundo e colocou o país entre os grandes do futebol mundial. Só essa conquista, ainda mais da forma como aconteceu em campo e fora dele (derrotando a poderosa Hungria na final, tão pouco tempo depois do término da Segunda Guerra Mundial, numa época em que a Alemanha ainda se reconstruía) já bastaria para colocá-lo na galeria dos grandes nomes da história do futebol.
Mas este alemão nascido na cidade de Mannheim em março de 1897 fez muito mais do que isso. No âmbito esportivo, foi o responsável por manter vivo o futebol durante a guerra e por devolver status de grandeza à modalidade depois que os conflitos acabaram, num país devastado pela guerra e desacredito no resto do mundo.
E este alemão que esteve longe de ser brilhante como jogador, apesar de suas três convocações para a seleção germânica, foi ainda mais além. Apesar de ser filiado ao partido nazista e até ter atuado a serviço do Exército alemão, Sepp Herberger ajudou a salvar a vida de dezenas de jogadores, convocando-os para amistosos da seleção durante a guerra e tirando-os dos campos de batalha.
A história de vida de Herberger começou a se desenhar aos 12 anos de idade, quando ele perdeu o pai, vítima de gripe. Caçula de seis irmãos, o então garoto Josef passou a trabalhar para ajudar no sustento da casa e da mãe. Arrumou empregos de pedreiro e de operário numa fábrica de metais.
Talvez tenha vindo desse período o estilo disciplinador que norteou a carreira de Sepp como técnico. Ele jamais admitia, por exemplo, que jogadores fumassem ou ingerissem bebidas alcoólicas enquanto estavam concentrados. “Se você quiser trazer o esporte para o que é toda a sua vida deve agir em conformidade com isso. Se os outros pensam de seu prazer, você pensa em sua condição física”, costumava dizier, segundo relatos de Fritz Walter, capitão da seleção na Copa de 1954.
A própria disciplina, assim como o gosto por estratégias, foi mais bem apurada quando da sua primeira passagem pelo Exército. Sepp foi convocado em 1916, pouco antes de completar 19 anos de idade, e dispensado três anos depois. Já nessa época, mesmo antes do alistamento militar, Herberger atuava pelo Waldhof Mannheim. Ele ainda jogaria por VfR Mannheim e Tennis Borussia Berlim, além da própria seleção nacional, pela qual marcou dois gols. E chegou até a se envolver numa polêmica: por ter aceitado dinheiro para jogar, foi suspenso por um ano.
Herberger começou a projetar a carreira de técnico em 1926, ano em que se mudou a Berlim para estudar no Instituto Germânico de Educação Física. Com a graduação em instrutor de futebol, veio também o encerramento da carreira de jogador e o convite para assumir comando técnico do Tennis Borussia, o que ocorreu em 1930.
Não demorou para que o então novato treinador começasse a se destacar e levar sua equipe a boas campanhas. Seu trabalho chamou a atenção da Federação alemã. Em 1932, Sepp deixou o Tennis Borussia e partiu para o trabalho de treinador adjunto da seleção.

 
O início na seleção

 
Em 1936, era grande a expectativa na Alemanha pela conquista da medalha de ouro do futebol nas Olimpíadas de Berlim. Mas veio o fracasso – a derrota para a Noruega – e com ele a demissão do técnico Otto Nerz e a renovação no elenco germânico. Sepp Herberger foi, então, convidado para assumir como técnico da seleção alemã, já naquele tempo controlada pelo regime nazista.
O trabalho de montar uma equipe competitiva para a Copa do Mundo de 1938 começou bem. Em 1937, sob o comando de Herberger, a seleção ganhou dez dos 11 jogos que disputou, incluindo três eliminatórios para o Mundial e uma goleada por 8 a 0 sobre a Dinamarca, em amistoso.
Mas a política começaria a dar suas caras e atrapalhar os planos do promissor treinador. Com a incorporação da Áustria pelas forças nazistas, Sepp foi obrigado a levar para a Copa da França um time mesclado de alemães e austríacos (que curiosamente também haviam conquistado a vaga nas eliminatórias, mas ficaram impedidos de atuar pelo próprio país). O calor dos acontecimentos foi também o pano de fundo para que o desafeto Otto Mink deixasse suas funções na comissão técnica – ele e Herberger tinham divergências públicas, inclusive com disputas pelo cargo de treinador.
Faltavam dez semanas para o início do Mundial e Sepp Herberger havia recebido ordem superior para escalar alemães e austríacos num mesmo time, ainda que os atletas tivessem estilos bem diferentes e não fossem o que se pode chamar de bons amigos. Ele tentou. Levou para a França 13 jogadores que defenderam a Alemanha nas eliminatórias e sete que jogaram pela Áustria.
Por contenção de custos, apenas 15 jogadores viajaram para a estreia em Paris, onde houve empate com a Suíça por 1 a 1. O regime nazista obrigava Sepp a escalar sempre seis jogadores de uma nacionalidade e cinco de outra. Naquele 4 de junho de 1938, cinco austríacos estiveram em campo com a camisa alemã. Assim como os demais companheiros de delegação, eles sofreram com garrafas, ovos e tomates arremessados pela torcida, furiosa com o ambiente político que tomava conta da Alemanha e espalhava a tensão pelo resto da Europa.
Como a Copa do Mundo era disputada de maneira eliminatória e não havia decisão por pênaltis, um jogo desempate foi marcado para cinco dias depois, novamente no Parque dos Príncipes. Dessa vez, Herberger inverteu a conta e mandou a campo seis austríacos. A derrota por 4 a 2 eliminou a Alemanha do Mundial.
Depois do fracasso, o técnico começou a montagem de uma seleção renovada, já sem a obrigatoriedade de convocar determinado número de austríacos. A ideia era montar uma equipe forte, para ganhar uma eventual Copa de 1942, que poderia ser organizada pela própria Alemanha – e que jamais aconteceu. O primeiro amistoso do “novo” time foi em março de 1939 e agradou, apesar da derrota por 3 a 2 para a então campeã mundial Itália, em amistoso disputado na cidade italiana de Florença.

 
E veio a guerra…

 
Em setembro de 1939, eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Com a Alemanha no centro das atenções – e das miras dos países aliados –, o futebol virou artigo de segundo plano. Foi quando, então, Sepp Herberger começou a gravar seu nome na história.
Apesar das imensas dificuldades em montar uma seleção nacional numa nação em conflito, o treinador não desistiu. Se já no período pré-guerra, países como França, Inglaterra e Holanda não estavam mais dispostos a tomar parte em qualquer competição desportiva com os alemães, depois que as batalhas começaram o jeito foi recorrer a aliados ao regime (como Bulgária, Iugoslávia e Itália) ou países neutros ou ocupados (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Suíça). Dessa forma, a seleção alemã disputou dez amistosos em 1940, nove em 1941 e outros dez em 1942.
Foi assim, meio que aos trancos e barrancos, que Sepp Herberger conseguiu manter vivo o selecionado germânico mesmo em meio aos horrores da guerra. E foi como técnico da seleção que ele ajudou a manter vivos vários jogadores que haviam sido recrutados para o Exército. Para alguns amistosos, convocou mais de 30 jogadores, muitos deles sem condições técnicas de defender a seleção e numa época em que as substituições ainda não eram permitidas no futebol. Tudo para livrá-los das frentes de batalha.
Em 1943, o governo alemão decretou o estado de “guerra total” e a seleção não pôde mais se reunir. Dali em diante, todos os cidadãos eram imprescindíveis para lutar pela nação, pensava o regime. Ainda assim, Sepp ajudou a criar os Caçadores Vermelhos, uma espécie de time do Exército, que contava com jogadores da seleção como Fritz Walter, Alfons Moog, Hermann Eppenhoff, Josef Stroh e Franz Hanreiter e disputava jogos amistosos (foram sete naquele ano e 19 no ano seguinte), também colaborando para afastar os atletas da guerra.
Nesse período, Herberger ainda viajou pelo país para incentivar a continuidade de ligas, observar jogadores e organizar cursos de formação voltados ao futebol. Em junho de 1944, era um dos 70 mil espectadores que viram o Dresdner derrotar o Hamburgo na final do Campeonato Alemão.
O treinador também precisou dar sua contribuição ao regime tornando-se conselheiro militar na invadida Noruega e posteriormente soldado numa base aérea.

 
Reconstruindo a seleção

 
O fim da guerra, em 1945, marcou o início da batalha de Sepp Herberger para reerguer a seleção alemã. Foram necessários cinco anos para que o time nacional voltasse a campo, em novembro de 1950, em Stuttgart, contra a Suíça. Dois meses antes, a Federação Alemã conseguiu o reingresso na Fifa – sua suspensão havia rendido a ausência germânica na Copa do Mundo daquele ano.
A vitória por 1 a 0 diante de um público estimado em 115 mil pessoas foi uma injeção de ânimo aos que acreditavam no reerguimento do esporte no país. E era preciso correr, pois um novo Mundial ocorreria dali a quatro anos e participar dele era fundamental.
Sepp Herberger, que havia rejeitado propostas para dirigir vários clubes no pós-guerra, queria montar uma seleção de estilo próprio. Ele retomava, na verdade, o trabalho que quase dera frutos em 1938, não fosse interrompido pela ascensão do nazismo ao poder e a consequente necessidade de misturar alemães e austríacos no mesmo time.
Viajando pela Europa, o treinador observou os mais variados estilos de jogo e adquiriu conhecimento raro para aqueles tempos. Passou a montar uma equipe utilizando a base do WM, consagrado por Herbet Chapman, mas acrescentando uma dura marcação individual na defesa. Era um jogo baseado na condição física e na disciplina tática.
Se dentro de campo o treinador tinha o desafio de remontar a seleção de um país destruído pela guerra, fora dele precisava convencer os críticos de que seu trabalho como treinador era mais importante do que o passado recente ligado ao nazismo. E mostrar para as outras nações que a Alemanha, ao menos no campo desportivo, estava preocupada somente em jogar bola e não precisava ser vista com olhar de desconfiança.
O trabalho de reconstrução do selecionado passou, novamente, por uma renovação no elenco. Fritz Walter foi alçado à condição de homem de confiança de Herberger e capitão do time e uma série de novos talentos ganhou oportunidade.
Mas uma derrota por 3 a 1 para a França, em amistoso de preparação disputado em 1952, em Paris, quase põe tudo a perder. Considerado uma “calamidade nacional” pelos críticos da época, o resultado levou Fritz a pedir demissão, ideia da qual foi demovido por Herberger, que via nele o principal pilar para uma possível conquista dois anos depois.

 
O Milagre de Berna

 
Mesmo depois de ter passado pelas Eliminatórias sem dificuldades, a Alemanha não chegou à Copa do Mundo de 1954 apontada como uma das favoritas. Afinal, era apenas o primeiro Mundial de um país que ficara tanto tempo afastado das competições oficiais e que, por conta da guerra, tinha muitos problemas a resolver.
O que os críticos e, principalmente, os adversários da época não contavam era com o poder motivacional e a disciplina imposta por Sepp Herberger. Ele sabia, por exemplo, que havia dois fatores fundamentais para que a Alemanha tivesse a chance de vencer a Copa: fazer seus jogadores acreditarem nisso e terem preparo físico para tal.
A primeira tarefa ficou por conta do próprio jeito de ser do treinador, motivador por natureza. Para a segunda, fez um período de preparação em que trabalhou muito a parte física dos atletas, fazendo-os ter condições de superar no fôlego uma eventual inferioridade técnica. Além disso, passou seu conhecimento ao elenco, mostrando de que maneira jogavam os principais adversários.
Em 17 de junho de 1954, a Alemanha (então chamada de Alemanha Ocidental) estreava na Copa do Mundo vencendo a Turquia por 4 a 1. Três dias depois, viria o embate diante da Hungria, notadamente dono do melhor futebol do mundo na época e grande favorita à conquista da Copa.
Foi quando, mais uma vez, o lado estrategista de Sepp Herberg ganhou força. Alheio às críticas que surgiriam, ele mandou a campo um time cheio de reservas, que apanhou feio: 8 a 3. Estava dado, porém, o primeiro lance daquilo que viria a ser conhecido como o Milagre de Berna.
Sabedor que não teria condições de ganhar dos húngaros na primeira fase do Mundial e que uma eventual derrota não lhe tiraria as chances de classificação, o treinador optou por descansar os titulares e, ao mesmo tempo, fazer importantes observações sobre o adversário que fatalmente encontraria mais para frente. De quebra, ainda garantiu à Hungria um entusiasmo enganoso pela goleada aplicada e viu Liebrich dar dura entrada em Puskas, o principal jogador húngaro – que ficou fora das partidas seguintes e jogou a final fora de sua forma plena.
Nova vitória sobre a Turquia (7 a 2) levou os alemães para as quartas de final. A vaga na semifinal foi obtida diante da Iugoslávia (2 a 0) e a classificação para a decisão garantida após os 6 a 1 diante da Áustria.
No dia 4 de julho, Alemanha e Hungria se encontravam novamente, desta vez para decidir o Campeonato Mundial de 1954, perante 60 mil pessoas, em Berna. Os alemães foram a campo com uma formação totalmente diferente do primeiro encontro e dispostos a parar a melhor seleção do planeta.
Com apenas oito minutos de jogo, porém, Puskas e Czibor já tinham colocado a Hungria na frente. Foi quando começou a aparecer a força mental, a disciplina e a parte física tão prezadas por Sepp Herberger. Apesar da diferença no placar, os alemães não se desesperaram e, dez minutos depois, com gols de Morlock e Rahn, o jogo já estava empatado.
A partida era disputada sob forte chuva e exigia bastante fisicamente dos atletas. Herbberger, que havia estudado a Hungria nos seus mínimos detalhes, via na defesa adversária um ponto vulnerável e acreditava conhecer o caminho para a vitória. Ele neutralizou o meio de campo húngaro, impedindo a troca de bolas entre Czibor e Puskas e plantou a defesa em linha, obrigando o adversário a abusar dos cruzamentos para a área.
A estratégia deu certo. Aos 39 minutos do segundo tempo, Rahn marcou novamente e decretou uma das viradas mais espetaculares da história da Copa do Mundo. Era o Milagre de Berna: a queda da poderosa Hungria e a ascensão da Alemanha, com todos os seus problemas e dramas, à elite do futebol mundial.
Apesar do grandeza do feito, porém, ainda hoje alguns pontos polêmicos são levantados sobre aquele histórico jogo. A contusão de Puskas, ocasionada na partida da primeira fase e que impediu o craque húngaro de jogar plenamente a final é um deles. Um gol que empataria o jogo, marcado pelo próprio Puskas nos minutos finais e anulado pela arbitragem, é outro.
Isso sem dizer na suspeita de doping que recaiu sobre o selecionado alemão. Na época, houve quem estranhou tamanho vigor físico do time, mesmo diante de um adversário de alto nível e atuando sob chuva, num gramado em más condições. Algumas semanas depois da Copa, vários jogadores e o próprio treinador padeceram de icterícia, o que levou ao aumento das desconfianças.
Em 2010, um estudo do Instituto Federal de Ciências Esportivas da Alemanha trouxe o assunto à tona novamente. Segundo o trabalho, alguns jogadores receberam injeções com doses de vitamina C antes das partidas mais importantes.

 
O legado de Sepp

 
Sepp Herberger nunca mais conseguiu o mesmo sucesso à frente da seleção. Foi técnico nas Copas seguintes, de 1958 (4.º lugar) e 1962 (7.º), antes de encerrar a carreira, em 1964.
E mais do que frases famosas, como “a bola é redonda” e “o jogo tem duração de 90 minutos”, que explicam uma partida de futebol de maneira extremamente simples e eficaz, Sepp Herberger deixou nos alemães a influência do Milagre de Berna. Ele fez o país acreditar de verdade em seu potencial futebolístico e na real possibilidade de vencer através da imposição de um estilo próprio de jogo. Seu trabalho foi fundamental para que o país se tornasse uma potência do futebol mundial.
Sepp faleceu em 28 de abril de 1977, vítima de pneumonia. Atualmente, uma fundação com seu nome trabalha para desenvolver o papel social do futebol na Alemanha.
(Fonte: www. trivela.uol.com.br/ – 7º – Sepp Herberger: o homem do Milagre de Berna – 23 de Maio de 2011)

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