Major Olímpio, era líder do PSL no Senado e integrava a frente parlamentar de segurança pública na Casa

0
Powered by Rock Convert

Senador Major Olímpio

Ex-instrutor de tiro e ex-PM de SP, foi deputado federal e estadual antes de ser senador.

 

Sérgio Olimpio Gomes (Presidente Venceslau, São Paulo, 20 de março de 1962 – São Paulo, 18 de março de 2021), congressista conhecido como Major Olimpio, era líder do PSL no Senado e integrava a frente parlamentar de segurança pública na Casa.

 

Natural de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, Olimpio foi deputado federal por um mandato e deputado estadual em São Paulo por dois mandatos. Ele também foi vereador na capital paulista. Antes de se dedicar à carreira política, serviu como policial militar no estado de São Paulo por 29 anos.

 

Major Olímpio teve uma carreira de 29 anos na Polícia Militar de São Paulo, que virou sua base eleitoral quando ele entrou na política, em 2006, como deputado estadual.

 

Além de bacharel em ciências jurídicas e sociais, titulação obtida ao concluir da Academia do Barro Branco da Polícia Militar, exerceu as profissões de jornalista, professor de educação física e de técnica em defesa pessoal. Também foi instrutor de tiro.

 

Ferrenho opositor da gestão tucana paulista, a quem acusava de maquiar dados de segurança pública e atuar contra os interesses da corporação, Olímpio se celebrizou pelo hábito de seguir o então governador Geraldo Alckmin em várias agendas públicas pelo estado de São Paulo.

 

Com um megafone em punho, ele tentava interromper qualquer discurso de Alckmin com palavras de ordem em favor de melhores salários e condições para trabalho de policiais.

 

Em 2017, quando Olímpio já era deputado federal, ele conseguiu tirar o então pré-candidato à presidência pelo PSDB do prumo ao cobrar aumento aos policiais em um evento em São Carlos.

 

Alckmin se exaltou: “Alguém aqui ganha R$ 50 mil do povo de São Paulo? É ele que está gritando. Ele ganha R$ 50 mil, devia ter vergonha, vergonha de vir aqui, R$ 50 mil do povo de São Paulo. Tenha vergonha, deputado. Não pode olhar no rosto dos brasileiros de São Paulo, R$ 50 mil por mês. Vergonha!”, em referência ao acúmulo do salário como deputado e da aposentadoria como policial que Olímpio recebia.

 

No ano seguinte, em 2018, Olímpio atuaria como um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro em São Paulo, em uma simbiose que primeiro aumentou a presença de Bolsonaro em terras paulistas e depois garantiu a Olímpio votos suficientes para se tornar senador pelo Estado, desbancando o petista e ex-senador Eduardo Suplicy.

 

Sua maior comemoração, no entanto, foi ter ajudado a reduzir drasticamente a performance do tucano Alckmin, que sequer chegou ao segundo turno e terminou o pleito fora da política.

 

Na Câmara, sua atuação era correntemente descrita por colegas como lobby em favor de fabricantes de armas e de empresas de segurança privada. Até a chegada de Bolsonaro ao poder, ele era considerado um parlamentar de baixo clero e pouca influência sobre os rumos do poder.

 

Com Bolsonaro, poderia sonhar com posição de mais destaque. Mas as expectativas de Olímpio com Bolsonaro, de quem era aguerrido defensor, não se cumpriram. Com uma pauta conservadora e anticorrupção, o senador era crítico a aproximações do governo com o Centrão.

 

O ápice do rompimento, no entanto, foi seu apoio à CPI da Lava Toga, cujo objetivo era investigar o comportamento de ministros dos tribunais superiores brasileiros. Olímpio foi a favor da CPI e acusou Bolsonaro de ser contrário por não querer melindrar interesses dos magistrados que poderiam vir a julgar seu filho, Flávio Bolsonaro, então sob investigação no caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

 

Atacado por policiais bolsonaristas, em maio de 2020, ele anunciou em áudio de WhatsApp que não concorreria a mais nenhum cargo e atacou o presidente: “Eu não gosto de ladrão. Para mim, ladrão de esquerda é ladrão. De direita, é ladrão. Se for filho do presidente ladrão roubando junto com o presidente, eu vou dizer”.

 

Apesar das discordâncias com Bolsonaro, Major Olímpio também adotou o estilo negacionista do governo federal em relação a covid-19. Semanas antes de ser internado e intubado, participou de uma manifestação em Bauru, interior paulista, contra o fechamento obrigatório do comércio pelo poder local, que tentava controlar a escalada da pandemia. E seu gabinete, além dele, outros quatro assessores contraíram a doença ao mesmo tempo. Seu assessor de imprensa também está em estado grave.

 

E apesar de ter como temas assuntos de violência, armamento e segurança pública, Olímpio não tinha estilo truculento e costumava salpicar a conversa com seus interlocutores com piadas e ditados populares. Certa vez, em 2018, perguntado pela reportagem da BBC News Brasil se estava preocupado com um tema da campanha naquele momento, ele respondeu divertido: “Que nada, eu sou que nem chuveiro elétrico velho: estou ligado, mas não esquento”.

 

Major Olímpio participou de uma sessão remota do Senado já hospitalizado e com a voz enfraquecida.

 

O congressista discursou sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), cujo texto foi aprovado por 62 a 16.

Com a voz debilitada, Olímpio disse que reconhecia o esforço do relator do tema, Márcio Bittar (MDB-AC), de encontrar um texto que forme consenso para voto.

“Eu reconheço a tentativa do esforço do senador Marcio Bittar, mas essa PEC 186, na sua essência, foi mais uma forma de achincalhe aos serviços públicos, aos servidores públicos que são realmente as pessoas que estão neste momento defendendo a sociedade”, disse.

 

Evolução ao longo dos anos

 

O nome de urna de Olímpio evoluiu junto com sua patente na Polícia Militar de São Paulo. Em 2002 disputou o cargo de deputado federal com o nome de Capitão Olímpio. Ficou como suplente, então filiado ao PPB (nome antigo do PP).

Em 2004, tentou ser vereador em São Paulo, de novo pelo PP. Também não foi eleito, novamente ficou como suplente.

 

Em 2006, já como Major Olímpio, concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo pelo PV. Foi eleito. Em 2010 foi reeleito, mas pelo PDT.

 

Disputou a eleição de 2014 ainda filiado ao PDT e foi eleito deputado federal.

 

Tentou ser prefeito de São Paulo em 2016, pelo Solidariedade. Teve 2% dos votos. João Doria (PSDB) ganhou a disputa no 1º turno.

 

Em 2018 conseguiu se eleger senador impulsionado pela onda que levou Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Agora, pelo PSL.

 

Senador mais votado

 

Major Olimpio foi o senador mais votado com 9 milhões de votos na eleição de 2018. Era seu primeiro mandato na Casa. Os suplentes dele são o empresário Alexandre Luiz Giordano e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

 

Identificado com as pautas de segurança pública e conservadores, foi aliado de Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha de 2018, mas rompeu com o governo e passou a ser atacado por apoiadores da família do presidente.

 

Nascido em Presidente Venceslau (SP), Sérgio Olimpio Gomes foi presidente da Associação Paulista dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

Na carreira militar incorporou seu nome eleitoral (major) e conquistou a base que o elegeu a uma cadeira na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), em 2006, com cerca de 52 mil votos. Ele foi reeleito em 2010 para o Legislativo paulista e se lançou ao cargo de deputado federal, em 2014, quando foi eleito com 179 mil votos, o 14º mais votado no estado.

 

Apesar da fala forte e seus gritos no plenário incomodarem parlamentares, Olimpio era respeitado pelos pares no Congresso e tinha tratamento cordial com os colegas.

 

Durante o mandato na Câmara, manteve as bandeiras pelos policiais militares e a fala firme contra o PSDB. Em setembro de 2017, protagonizou uma das poucas cenas em que o ex-governador Geraldo Alckmin se exaltou e gritou publicamente.

 

Com um microfone e uma caixa de som, Olimpio foi a São Carlos (SP) cobrar do governador o reajuste nos salários de policiais. Ele gritava fazendo os pedidos por aumento nos rendimentos e correligionários do ex-governador criticaram Olimpio. No final do seu discurso, Alckmin tratou de responder ao então deputado:

 

“Alguém aqui ganha R$ 50 mil do povo de São Paulo? É ele que está gritando. Ele ganha R$ 50 mil, devia ter vergonha, vergonha de vir aqui, R$ 50 mil do povo de São Paulo. Tenha vergonha, deputado!”, gritou Alckmin do palanque para Olimpio.

 

O embate com Alckmin foi mais um momento de tensão como ferrenho opositor ao PSDB. Ao longo da vida, Olimpio passou por seis legendas (PP, PV, PDT, PMB, Solidariedade e PSL), sempre como oposição aos tucanos.

 

A rixa se deu pela defesa da Polícia Militar, que é comandada desde 1994 pelos tucanos, que venceram todas as eleições para governador no período.

 

Fora o destaque como adversário dos governadores de São Paulo, o salto na carreira política aconteceu na eleição de 2018, quando o então candidato a Presidência Jair Bolsonaro era seu correligionário no PSL. Olimpio reconheceu que a eleição ao Senado foi fruto da campanha com Bolsonaro.

Rompimento e gritos de traidor

Assim como os ex-ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) e Santos Cruz (Secretaria de Governo), as críticas à família Bolsonaro levaram ao rompimento com o presidente. Ele chegou a dizer ao UOL, em 2020, que os filhos do presidente “só atrapalham”.
O senador chamou Bolsonaro de traidor e disse que o presidente brigou com ele “porque não queria que eu assinasse a CPI da Lava Toga do STF para proteger filho bandido”.
“Eu não gosto de ladrão. Para mim, ladrão de esquerda é ladrão. De direita, é ladrão. Se for filho do presidente ladrão roubando junto com o presidente, eu vou dizer”, diz Olímpio em um áudio de WhatsApp para rebater críticas de policiais que o cobravam, alegando que o senador mudou de posição após ser eleito.
Em fevereiro, Olimpio chegou a participar de protestos contra o fechamento do comércio em São Paulo, medida adotada pelo governador João Doria (PSDB), contra a disseminação do coronavírus. Apesar de usar máscaras nos protestos, o senador se mostrava contrário às políticas de isolamento social.
Major Olímpio faleceu na tarde de 5ª feira (18.mar.2021), aos 58 anos de idade no hospital São Camilo, em São Paulo, onde passava por tratamento contra a covid-19.

De acordo com a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, Olímpio participou de um protesto com aglomeração contra o lockdown em Bauru (interior de SP) duas semanas antes de ser internado com covid-19. Durante o ato, ele inclusive tirou fotos abraçado com apoiadores.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por BBCNEWS – 18/03/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Mateus Maia – 18/03/2021)

Poder 360
(Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/03/18 – POLÍTICA / Guilherme Mazieiro, Gilvan Marques e Leonardo Martins Do UOL, em Brasília e São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo – 18/03/2021)
(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/03/18 – SÃO PAULO / NOTÍCIA / Por G1 SP e G1 Brasília – 18/03/2021)
Powered by Rock Convert
Share.