Román Fresnedo Siri, arquiteto uruguaio de grande destaque em seu país, no Brasil e nos EUA.

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Román Fresnedo Siri (Salto, Uruguai, 4 de fevereiro de 1903 – Montevidéu, Uruguai, 26 de junho de 1971), arquiteto uruguaio de grande destaque em seu país, no Brasil e nos Estados Unidos.

O arquiteto uruguaio Román Fresnedo Siri, graduado em 1930 em Montevidéu, foi um personagem importante no quadro arquitetônico latino-americano, entre as décadas de 1940- 1960, fato comprovado pela realização de obras de grande impacto e destaque.

Destacam-se, no Uruguai, a residência de Punta Ballena (1938) e uma série de obras na capital uruguaia, como a Faculdade de Arquitetura da Universidad de la República (1938), as tribunas para o Hipódromo de Maroñas (1938, 1942 e 1945), o edifício Sede da Usina de Telefonia do Estado, UTE, (1942), o Hospital Americano (1946) e o edifício de habitação coletiva para a Vila do Cerro (1956).

Nos Estados Unidos, Fresnedo projeta a Sede da Organização Pan-americana da Saúde (OPS) em Washington (1961), o que levará a novo encargo no ano de 1971, para projetar a Sede da mesma
organização em Brasília. Contudo, é no envolvimento com duas obras em Porto Alegre que o arquiteto define uma etapa extremamente importante de sua carreira: tratam-se dos projetos do Hipódromo do Cristal (1951) e do edifício Esplanada (1952).

Román Fresnedo Siri produziu obras de 1938 a 1971, onde delimita o período de obras de reconhecimento nacional e internacional do arquiteto.

Apresenta-se a formação do arquiteto e o contexto histórico latino-americano do período abordado.

A primeira parte da análise dos projetos envolve as obras datadas de 1938 e 1946 localizadas no Uruguai. Esta produção marca a gênese da obra de Fresnedo, ainda vinculada ao Art Déco.

O segundo momento deste trabalho trata sobre a atuação do arquiteto em Porto Alegre, apresentando dois exemplares de excelência executados na década de 1950. Esta fase afirma o auge da sua produção arquitetônica vinculada às bases modernistas e à escola carioca brasileira.

O período final, de 1956 a 1971, define a fase de internacionalização do arquiteto abrangendo projetos realizados em diversos países: Uruguai, Brasil e Estados Unidos.

Fresnedo cria um estilo próprio, no qual se encontram temas recorrentes que são identificados e explanados ao longo do desenvolvimento do trabalho. Procura-se relacionar estas características à arquitetura moderna, bem como às vertentes uruguaia e brasileira da época, buscando comprovar a originalidade da obra Fresnedo dentro do quadro da arquitetura no século XX.

A obra do uruguaio Román Fresnedo Siri, realizada entre 1938 e 1971, expressa a gradual maturação de temáticas compositivas modernas no ambiente sul-americano da época. Dentre os traços compositivos modernos identificáveis nas propostas, destacam-se a expressão plástica da estrutura de concreto armado e o emprego do vidro como definidor de planos nos edifícios. Fresnedo dá início a sua carreira em Montevidéu, onde além de algumas residências, constrói entre 1938 e 1946, obras importantes como a Faculdade de Arquitetura, a sede da UTE (Palácio da Luz) e as novas tribunas do Hipódromo de Maroñas. Em 1951, como arquiteto contratado pela construtora Azevedo, Moura & Gertum, Fresnedo vence o concurso para a construção do Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre. No ano seguinte, em 1952, projeta outro empreendimento, o edifício Esplanada, para a mesma construtora. Sua experiência através destes projetos lhe abre uma interface com a arquitetura moderna brasileira, o que faz deste momento o mais fértil em sua carreira. O objetivo deste trabalho é examinar com precisão estas duas obras em termos de sua configuração compositiva, sua articulação espacial e seu aspecto plástico, delineando os termos da confluência entre este arquiteto uruguaio e sua experiência brasileira. O exame das confluências peculiares à condição não-central das modernidades uruguaia e gaúcha nos anos 50 permite compreender melhor o significado destas obras na produção de Román Fresnedo Siri.

(Fonte: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/14980 – Jamile Maria da Silva Weizenmann – 2008)

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