Raul Randon, empreendedor de Caxias do Sul que construiu um dos maiores impérios industriais no Rio Grande do Sul

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Raul Randon, empreendedor de Caxias do Sul que construiu um dos maiores impérios industriais no Rio Grande do Sul (Foto: Omar Freitas / Agencia RBS)

Raul Randon, empreendedor de Caxias do Sul que construiu um dos maiores impérios industriais no Rio Grande do Sul (Foto: Omar Freitas / Agencia RBS)

Raul Randon, presidente do conselho das empresas, empreendedor de Caxias do Sul que construiu um dos maiores impérios industriais no Rio Grande do Sul

Raul Anselmo Randon, empreendedor, visionário e empresário que construiu e personifica um dos maiores impérios industriais do Estado

O fundador do conglomerado de 11 empresas com sede em Caxias do Sul produz de carretas a autopeças e teve faturamento de ao menos R$ 6,3 bilhões previsto para 2014

Randon começou a labuta na bigorna aos 14 anos na ferraria do pai. 

Ao lado do irmão Hercílio, ele abriu em 1949 uma pequena oficina para reforma de motores industriais que se tornaria um dos maiores grupos industriais gaúchos.

No ramo de autopeças, possui a Fras-le, a Master, a Jost, e a Suspensys. A Randon Implementos, faz as carretas, compra componentes de todas as empresas. Automaticamente, a Randon consome 20% da produção dessas empresas para fazer as carretas. E o resto para outras montadoras.

Então o sistema (do grupo) está montado de uma maneira muito eficiente. A Randon tinha certa vez 40% do mercado, depois baixou para 30%. Aumentou muito a demanda. Quando se tem pouca demanda, pode ter mais participação e quando não tem fábrica que chegue se perde participação. Hoje existem 160 fabricantes de carretas no Brasil.

(Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2014/03 -4447085 – ANO 50 – N° 17.687 – ECONOMIA/ Por: Caio Cigana – 15/03/2014)

 

 

 

Raul Randon, visionário e empreendedor, um verdadeiro mito (Foto: REVISTA PELLEGRINO)

Raul Randon, visionário e empreendedor, um verdadeiro mito (Foto: REVISTA PELLEGRINO)

 

Raul Randon: 60 anos à frente do grupo que fundou

Começou adolescente batendo marreta e construiu complexo industrial com nove mil colaboradores e faturamento, em 2008, de R$ 3,1 bilhões, não é nada fácil.

Nem para qualquer um. Ainda assim, o senhor mantém a simplicidade do garoto que trabalhava firme para ajudar o pai na produção de foices e machados. Sessenta anos após iniciar a pequena oficina e construir as indústrias Randon e Fras-le, entre outras.

Comecei aos 14 anos, ajudando meu pai a produzir ferramentas agrícolas. Aos 18, servi o exército e, quando voltei, em 1949, juntei-me ao meu irmão (Hercílio), que havia aprendido mecânica fina para trabalharmos com reforma de motores a explosão. Na mesma época, em sociedade com o Rossi, italiano da região, montamos uma gráfica para imprimir talões e notas fiscais.

Em 1951, pegou fogo. Eu e meu irmão continuamos com os motores. Tinha muito serviço. Até que surgiu a ideia de fazer freios para os reboques. Na região serrana, precisávamos de freios mais robustos, os a vácuo não eram tão bons. E em 1953 começamos a produzir terceiro eixo. Os negócios nos levaram para o transporte. Freio a ar, terceiro eixo e semi-reboque.

Salto importante

Em 70, quando foi para Milão e Hanover. Somados, Itália e Alemanha tinham 110 milhões de habitantes. O Brasil tinha 80 milhões, estava crescendo, com 80% do transporte rodoviário. Chegou cheio de ideias.

Em 70, produzia-se 700 reboques/ano. Disse ao seu irmão que iríamos fazer mil unidades/mês. Ele levou um susto. “Como assim?”, perguntou. Explicou que era um projeto, que ia devagar, mas iríamos fazer. Em 71, compraram uma área de 40 mil m² e abriram o capital da empresa. Inauguraram a fábrica em 74 e o serviço não parava.

E uma coisa puxa a outra. Nos três anos de projeto negociaram, em paralelo, com a Suécia, para fabricar caminhões fora-de-estrada. Aliás, é o único caminhão feito por brasileiros no setor. Em 1982, começaram a negociar com a Rockwell e passaram a fabricar eixos, diferenciais e carcaças para caminhões pesados. Em 1987, inauguraram a Master, depois veio a Suspensys, até que, em 1994, chegou a vez da Fras-le.

Fras-le no grupo

A receita líquida consolidada (2008) foi de R$ 432,3 milhões, entre 8% e 10%. É a maior produtora de lona pesada do mundo. São mais de 300 toneladas/dia de freios e pastilhas. Cerca de 60% da produção para reposição.

 

No complexo industrial, carretas e implementos se equivalem

Cerca de 50%, meio a meio. E, muito embora hoje não haja no mundo fábrica de carretas como a nossa –já que aprendemos muito com a produção do caminhão fora-de-estrada que exigiu melhora dos processos de qualidade– se pararmos qualquer empresa, o grupo sobrevive.

Se não se faz hoje 100% das carretas –e se faz de 40% a 50%–, cada carreta tem uma peça Randon. Vende-se peças para que outros fabriquem. Freios, cubo, rolamentos, quinta roda. Estou neste mercado de várias formas.

 

Muitas pessoas, diante de dificuldades, mudam. A Randon, não.

Sempre ocorrem estas fases. Crises, quedas nas vendas, mas depois recupera. Durante a revolução de 64, teve uma, mas foi rápida. No início dos anos 80, foi difícil. Depois de dois anos puxados, no final de 82, não aguentamos. Pedimos concordata. Eram mais de três mil funcionários e reduzimos para 2,8 mil. Em 83, começou a melhorar. Em março, exportamos US$ 12 milhões para a Argélia e investimos em novas máquinas e projetos.

Na crise é que se aprende

Aprenderam que nunca mais iríam descontar títulos. Hoje, fazem empréstimos em longo prazo, mas descontar duplicatas de 60 dias, não. É importante ter caixa forte em casa, no mínimo o faturamento do mês em dinheiro, para enfrentar qualquer problema, já que ir ao banco é perigoso, porque quando se precisa de dinheiro ele é caro, quando não se precisa, é barato.

 

A crise de 2008

Nossa demanda caiu 20%, mas a economia estava aquecida demais. Não acreditava. No final de 2007, nas reuniões do conselho, avisei que o ano de 2008 não poderia continuar como estava. Todo mundo querendo vender cada vez mais. Hoje, o mercado está mais equilibrado, concorrido e justo.

Antigamente, as montadoras fabricavam quase tudo. Hoje, não querem fabricar. Só montar. Veja a Volks Caminhões: só faz a cabine. Acho que este é o caminho. O mercado de automóveis é parecido. E, como o brasileiro age como o americano, que quer trocar de carro e faz financiamentos em longo prazo, aquele que compra um novo vende o usado, que continua circulando. E precisa de peças de reposição. Esse mercado não pára.

A reposição é o desgaste dos usados que são trocados por novos, caminhões e automóveis. Nós estamos nesse mercado. E esse é um bom negócio.

As distribuidoras têm mercado pela frente. Tem de trabalhar para a reposição, na assistência técnica e reforma dos produtos. Há uma série de coisas a fazer.

RAIO-X

Randon S.A. Implementos e Participações

Produtos: implementos rodoviários e ferroviários de carga – reboques, semi-reboques, veículos fora-de-estrada, autopeças (pastilhas, lonas de freio, conjuntos de freios e freios, quinta-roda e ponteiras)

Receita líquida consolidada [2008]: R$ 3,1 bilhões

Colaboradores: 9.000

Operações: duas plantas em Caxias do Sul (RS), uma em São Paulo/Guarulhos e Argentina. Fras-Le possui plantas na China e Alabama (EUA)

Mais informaçõeswww.randon.com.br

(Fonte: http://www.pellegrino.com.br/node/44249 – Raul Randon: 80 anos, 60 à frente do grupo que fundou/ Por João Carlos Baldan – 02/05/2013)

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