Primeira unidade a gerar energia elétrica em grandes quantidades no Estado do Rio Grande do Sul

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PRIMEIRA UNIDADE A GERAR ENERGIA ELÉTRICA EM GRANDES QUANTIDADES NO ESTADO

Patrimônio – Petróleo caro parou a usina.
Pouco antes de sua desativação, a Usina do Gasômetro, primeira unidade a gerar energia elétrica em grandes quantidades no Estado, não iluminava mais que um pequeno trecho do centro da Capital.
Fundada em 1928, a termelétrica ganhou seu sobrenome graças à proximidade com um depósito de gás que havia na época – o Gasômetro. Ao lado dele, ficava a Casa de Correção, o antigo presídio. Durante anos, centenas de presidiários trabalharam com os operários na transformação do carvão vindo por barcaças de São Jerônimo em energia elétrica.
A fuligem que saía da empresa irritava os moradores. A sujeira obrigou à construção da chaminé de 117 metros, em 1937. A construção virou referência da cidade e símbolo de destemor entre os operários. Muitos gabavam-se de subir até o alto sem se intimidar pelo vento que balança a coluna.
Construída por engenheiros ingleses, a usina era operada pela Companhia Brasileira de Força Elétrica, subsidiária da empresa americana Bond & Share American Foreign Power, também controladora da Carris. Em 1959, por decisão do então governador Leonel Brizola, a usina foi encampada.
As caldeiras deixaram de ser movidas pelo carvão em 1967, passando a operar com o fuel oil, um derivado do petróleo. A mudança, acrescida à alternativa mais econômica e moderna das hidrelétricas, acabou decretando a desativação da unidade, em 12 de agosto de 1974, em plena crise do petróleo. A usina, que chegou a gerar 24,6 mil quilovates, produzia então apenas 5 mil quilovates.
– Velha desse jeito, não se adapta ao sistema de produção de energia elétrica, que conta com um milhão de quilovates – disse, na época, o diretor-presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), general José Maria Bastide Schneider.
Os planos de derrubar o prédio e manter a chaminé em uma praça não se concretizaram. A usina permaneceu 14 anos entregue à depredação, salva do abandono por iniciativas isoladas, apesar de o prédio ter sido tombado em 1984 pelo governador Jair Soares. Em 1988, depois de obras de restauração ainda incompletas, foi reinaugurada pelo prefeito Alceu Collares, e mais tarde, reaberta, nos anos 90 pelo governo Olívio Dutra como centro cultural.

(Fonte: Jornal Zero Hora, Segunda-feira, 12 de julho de 2004 – Edição nº 14203 – GERAL – Por CLARICE ESPERANÇA – Patrimônio)

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