Primeira grande estrela de origem asiática em Hollywood

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Primeira grande estrela de origem asiática em Hollywood

Anna May Wong, primeira mulher asiática a estampar moeda de dólar

Filha de imigrantes chineses, Anna se tornou um ícone na luta pela inclusão da comunidade asiática. Seu rosto vai estampar as moedas de 25 centavos de dólar nos Estados Unidos

Projeto da moeda que levará o rosto de Anna May Wong — (Foto: Divulgação Casa da Moeda dos EUA)

 

 

A partir da segunda-feira (24), o rosto da atriz americana filha de chineses é a efígie nas moedas de 25 centavos de dólar até o fim de 2022 nos Estados Unidos.

Primeira grande estrela de origem asiática em Hollywood, ela nasceu em 1905 na Chinatown de Los Angeles, filha de imigrantes, e começou ainda criança na indústria cinematográfica. Aos 14 anos, fez sua estreia como figuração em The Red Lantern (A Lanterna Vermelha), dirigido por Albert Capellani. Dali para frente, foi rápida a ascensão da atriz, fazendo com que ela se tornasse um dos principais rostos do cinema nos anos seguintes.

Será esse mesmo rosto que vai estampar as moedinhas de todo o país nos próximos meses. A ação faz parte do projeto American Women Quarters, que destaca mulheres relevantes para a cultura americana nas moedas do país. A escritora Maya Angelou e a astronauta Sally Ride também já foram homenageadas. A moeda, que começa a circular na próxima semana, traz um um close do rosto de  Anna, apoiado em sua mão.

“Sua carreira abrangeu filmes, televisão e teatro. Ela apareceu em mais de 60 filmes, incluindo filmes mudos e um dos primeiros filmes feitos com Technicolor. Wong também foi a primeira americana de ascendência asiática a protagonizar um programa de televisão nos EUA, com seu papel em ‘The Gallery of Madame Liu-Tsong’ (A Galeria de Madame Liu-Tsong), em 1951”, destacou a Casa da Moeda dos EUA.

Estrelato

Filha do casal Wong Sam-sing e Lee Gon-toy, donos de uma lavanderia tradicional em Chinatown, em Los Angeles, Wong Liu Tsong, seu nome asiático, nasceu em 3 de janeiro de 1905. Anna começou a atuar no cinema mudo e fez parte dos primeiros filmes com fala, atuando em inglês, alemão e francês.

Anna alcançou o estrelato ainda jovem, aos 20 anos, e sempre foi um ícone por superar as dificuldades de uma época em que existiam leis contra a miscigenação das pessoas, além do enorme preconceito contra os asiáticos. Na época, uma das leis americanas proíbiam atores de diferentes raças de se beijarem em cena.

Frustrada por conta das limitações de papéis, além de ter sido cortada de todas as protagonistas no teatro por ser asiática, Anne deixou Hollywood e se mudou para a Europa em 1928. Um ano depois, ela viveu sua primeira protagonista em um filme britânico e virou uma atriz de renome.

Antes de voltar para Hollywood e revolucionar a indústria em 1930, a atriz passou alguns meses na China estudando sua cultura. Ela foi contratada pela Paramount Pictures, além de conseguir sua primeira protagonista na Broadway, na peça On the Spot, onde se recusou a atuar de forma estereotipada, inserindo na atuação o que aprendeu durante os meses no país de seus ancestrais. A crítica elogiou a autenticidade da atriz no papel.

Ela também usou sua voz de forma política, lutando por seus conterrâneos nos Estados Unidos,  buscando melhores papéis e representações menos ofensivas à cultura chinesa. Ícone da moda, Anna foi considerada a mulher mais bem vestida do mundo, e a mulher chinesa mais bonita do mundo nos anos 30.

Após sofrer um infarto aos 56 anos, Anne morreu enquanto se preparava para filmar o Flower Drum Song, no entanto, sua história de luta e transformação mudou a indústria do cinema. “Décadas antes das leis de direitos civis que criaram a categoria asiática-americana, Wang atuou como uma atriz que queria ser reconhecida como americana. Agora, quando você receber um troco, poderá ter ela na palma de sua mão – disse Shirley Jennifer Lim ao New York Times. Lim é professor de história na Stony Brook University e autor de um livro sobre a carreira da atriz.

(Créditos autorais: https://revistamarieclaire.globo.com/Cultura/noticia/2022/10 – CULTURA/ REDAÇÃO MARIE CLAIRE – 19 OUT 2022)

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