Pioneiro na defesa dos direitos homossexuais e na luta contra a AIDS

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Dereck Jarman (31 de janeiro de 1942 – Londres, 19 de fevereiro de 1994), artista plástico e cineasta inglês. Experimentalista e obcecado por temas como o homossexualismo e a decadência da Inglaterra, ganhou da crítica o rótulo de cult ao dirigir filmes como Caravaggio, uma biografia do pintor italiano. Portador do vírus da Aids desde 1986, seu último filme, Blue, é quase autobiográfico e fala dos horrores da doença. Dereck Jarman faleceu dia 19 de fevereiro de 1994, aos 52 anos, em decorrência de Aids, em Londres.
(Fonte: Veja, 2 de março de 1994 – Edição n° 1 329 – DATAS – Pág; 77)

O Filme BLUE foi produzido no ano de 1993 tendo como autor, diretor e protagonista o cineasta britânico Derek Jarman (1942- 1994). Trata-se de uma espécie de relato das experiências e reflexões do autor enquanto homossexual e aidético em fase terminal.

Derek Jarman foi um cineasta e artista britânico e ajudou a fundar o cinema independente britânico, unindo artes visuais e película, lançando com isso as bases para a chamada “estética queer”[1]. A filmagem que fez sobre o pintor Caravaggio, em 1986, foi um de seus filmes mais populares. O compositor e designer de som Simon Fisher Turner agregou intenso valor e densas camadas sonoras a vários de seus filmes, entre eles: Caravaggio, The Gardian, Edward II e BLUE. Ativista da causa gay, seus filmes giram em torno de assuntos relacionados a esta temática. Em 1986 o diretor descobriu que era portador do vírus HIV e em 1993, já no estado terminal da doença, quase cego e muito debilitado, realizou o filme BLUE onde mostra a sua batalha contra a AIDS.

Nasceu em 1942, na Inglaterra. Estudou na Universidade de Londres e na Slade School of Arts. Integrante do movimento de vanguarda inglês dos anos 70 e 80, realizou diversos filmes em Super-8, além de escrever poesias e pintar. Em 1976, dirigiu seu primeiro longa- metragem, Sebastiane. Pioneiro na defesa dos direitos homossexuais e na luta contra a AIDS, venceu por 3 vezes o Prêmio Teddy do Festival de Berlim, dedicado a filmes de temática LGBT. Com Caravaggio (1986), ganhou o Urso de Prata em Berlim. Faleceu em 1994, em decorrência da AIDS.

Em um primeiro momento foi feito um estudo geral sobre o filme BLUE e escolhida a cena que seria recortada a fim de propor uma análise da entonação da narrativa e da trilha sonora. Escolhida a cena, foi realizada uma espécie de descrição da ruidagem, da ambiência e de características do som que se mostraram mais significativas, denominada “roteiro do som da cena”, explorando a partir deste recorte a polissemia da narrativa.

Jarman teve a coragem de explorar de uma maneira diferente a capacidade das pessoas de sentir sensações. A proposição singular desse filme se dá no aspecto visual, entretanto, tem-se por resultado uma trilha sonora embuída de funções atípicas em relação às produções audiovisuais. Ao longo dos 74 minutos, a única perspectiva visual é uma tela monocromática azul. Tal estaticidade visual confere à trilha sonora toda função narrativa (seja pelos “diálogos” ou pela ruidagem).

Acerca do projeto do filme, Senra (2009) afirma que Jarman tinha como idéia inicial fazer um filme sobre o pintor Yves Klein, entretanto, por problemas orçamentários, Jarman adaptou a ideia para um relato autobiográfico.

[1] Uma estética que inventa e oferece outras possibilidades de significar, ser e viver que estão além daquelas oferecidas pelo sistema opressivo e essencialista da heterosexualidade compulsória. (SANTOS, 2002,p.21

(Fonte: http://www.mnemocine.art.br)

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