Pioneiro na área de células-tronco e clonagem

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Nobel de Medicina: Gurdon, pioneiro na área de células-tronco e clonagem

O cientista é um dos mais destacados biólogos do Reino Unido

O britânico John Bertrand Gurdon, agraciado nesta segunda-feira junto com o japonês Shinya Yamanaka com o Prêmio Nobel de Medicina 2012, é um dos mais destacados biólogos do Reino Unido, pioneiro no campo das células-tronco e da clonagem. Nascido em 2 de outubro de 1933, sir John B. Gurdon é professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge desde 1983 e membro da Royal Society de Londres desde 1971.

Agraciado com vários prêmios, entre eles o Wolf de Medicina em 1989, o cientista procede de uma rica família britânica, o que lhe permitiu estudar no colégio secundário Eton College, o mais exclusivo do Reino Unido. Desde muito pequeno, Gurdon mostrou inclinação pela biologia, apesar de na escola não ter sido encorajado a prosseguir estudos científicos porque não lhe viam aptidões para isso.

Segundo seus biógrafos, o professor – de 79 anos e muito conhecido por seu abundante cabelo comprido loiro e liso – tem em sua mesa de trabalho uma nota emoldurada de uma de suas professoras de Eton. “Acho que Gurdon tem a ideia de se transformar em cientista. Pelo que mostra neste momento, isto é bastante ridículo. Se não pode entender dados biológicos simples, não teria nenhuma chance de fazer o trabalho de um especialista e seria uma absoluta perda de tempo tanto para ele como para os que lhe ensinem”, sentenciou a professora quando Gurdon tinha 15 anos.

Seus pais lhe propuseram uma carreira nas Forças Armadas ou no setor financeiro, mas nem o Exército o admitiu nem seu trabalho no mundo das finanças prosperou. O novo Prêmio Nobel de Medicina optou então por estudar clássicos – latim e grego – no colégio Christ Church, da Universidade de Oxford, mas depois passou à zoologia. Sua entrada nessa área foi quase por acaso, após receber uma carta do chefe do Departamento de Admissões de Oxford, Hugh Trevor-Roper, na qual lhe propunha fazer a mudança se aceitasse imediatamente deixar os clássicos pela ciência.

Ao contrário do que é hoje a Universidade de Oxford, na qual há grande concorrência pelas vagas, a ciência não era, nos tempos de Gurdon, muito requisitada, e havia dificuldades para recrutar alunos. Com esta mudança, John Gurdon começou uma carreira meteórica que lhe transformou em um dos cientistas britânicos mais famosos, concretamente por ter transferido núcleos de células epiteliais do intestino do girino a ovos de sapo.

Junto com o japonês Shinya Yamanaka, Gurdon foi premiado hoje por ter descoberto como se podem “reprogramar” as células maduras para que se “transformem em células pluripotentes”, capazes de transformar-se em qualquer tipo de tecido, o que “revolucionou” a compreensão de como se desenvolvem as células e os organismos.

Segundo o Instituto Karolinska de Estocolmo, Gurdon descobriu em 1962 que a “especialização das células é reversível”. A técnica utilizada em seu estudo do girino é considerada pioneira e ajudou ao desenvolvimento do estudo da clonagem, concretamente à criação da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado. Por seus estudos, Gurdon foi condecorado com o título de cavalheiro pela rainha Elizabeth II da Inglaterra em 1995, enquanto no ano 2004 o Instituto de Células Biológicas e Câncer passou a ser chamado Instituto Gurdon.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias – CIÊNCIA- PESQUISA – 8 de outubro de 2012)

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