Pieter Botha, último presidente sul-africano do apartheid

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Pieter Botha, último presidente sul-africano do apartheid

Pieter Botha, último presidente sul-africano do apartheid - AFP PHOTO ANNA ZIEMINSKI  (Photo credit should read ANNA ZIEMINSKI/AFP/Getty Images)

Pieter Botha, último presidente sul-africano do apartheid – AFP PHOTO ANNA ZIEMINSKI (Photo credit should read ANNA ZIEMINSKI/AFP/Getty Images)

Pieter Botha (Paul Roux, Estado Livre de Orange, 12 de janeiro de 1916 – Johannesburgo, 31 de outubro de 2006), ex-presidente da África do Sul, governou o país de 1978 a 1989.

Pieter W. Botha, o último presidente da África do Sul no regime do apartheid, conduziu o país durante um período de intensa violência racial e profundo isolamento internacional.

Conhecido como o “Velho Crocodilo” por seu temperamento esquentado e maneiras rudes, ele foi líder do regime de minoria branca no país de 1978 a 1989. Durante sua liderança, ele resistiu às pressões internacionais para libertar o famoso prisioneiro político Nelson Mandela, que mais tarde viria a ser presidente do país. Botha foi substituído em 1990 por F. W. Klerk, que convocou, em 1994, as primeiras eleições multirraciais da África do Sul. O pleito foi vencido por Mandela, primeiro presidente negro sul-africano e Prêmio Nobel da Paz.

O ex-presidente costumava descrever-se como o primeiro líder sul-africano a buscar uma reforma racial no país. Entretanto, sua administração foi marcada por uma defesa ferrenha do regime de apartheid, que levou a uma restrição às atividades de partidos políticos negros e à prisão de mais de 30 mil pessoas. Através de uma série de medidas liberalizantes, Botha procurou apoio entre as comunidades pardas e de origem asiática da África do Sul, criando câmaras parlamentares para essas minorias. Além disso, retirou as restrições aos casamentos interraciais. Mas para cada passo adiante, cinco eram dados para trás, o que levou a imposição de um estado de emergência em 1986. O período foi marcado pelas piores represálias aos movimentos negros em mais de quatro décadas de apartheid. Em 1998, Botha foi considerado culpado por crimes contra os direitos humanos cometidos durante seu governo, mas conseguiu escapar da condenação graças à saúde frágil

Botha foi presidente durante os últimos anos do apartheid, período de maior isolamento internacional da África do Sul. Através de sanções econômicas ao país, maior produtor mundial de ouro e de diamantes, líderes mundiais pediam a Botha que desse fim ao regime racista e libertasse o preso político mais conhecido do mundo, Nelson Mandela.

O presidente, no entanto, resistiu às pressões. As reformas só tiveram início em 1989, com a renúncia dele e a ascensão de Frederik de Klerk. Em 1998, uma comissão de inquérito do governo, organizada por Nelson Mandela, considerou Botha culpado de uma série de violações a direitos humanos, como ordem de assassinatos e até atentados a bomba.

Mas o delicado estado de saúde do ex-presidente evitou que o processo contra ele fosse levado adiante. Até o fim da vida, Botha se recusou a pedir desculpas pelo apartheid e negou que tivesse conhecimento de torturas e assassinatos em seu governo.

Depois do apartheid

Com uma população de 44 milhões (70% de negros), a África do Sul vai superando as mais de quatro décadas de apartheid. O regime implantado na Constituição elaborada pelo Partido Nacional, em 1948, negava direitos civis à população negra.
Após Frederik de Klerk subir ao poder, o Congresso Nacional Africano, maior grupo de oposição, recuperou os direitos políticos e as leis do apartheid foram gradualmente revogadas. Nelson Mandela foi libertado em 1990, após 28 anos de prisão. Ele e De Klerk receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

No ano seguinte, foram realizadas as primeiras eleições livres no país e Mandela chegou ao poder com mais de 60% dos votos. O ex-preso político deixou o governo em 1999, substituído por Thabo Mbeki, que ainda lidera o país.

O ex-presidente da África do Sul, Pieter Botha, morreu em sua casa em Johannesburgo em 31 de outubro, aos 90 anos.

Pieter W. Botha morreu enquanto dormia, em sua casa na província do Cabo Ocidental. Ironicamente, uma das primeiras organizações a oferecer condolências à família de Botha foi o Congresso Nacional Africano, partido considerado uma organização terrorista durante o governo de Botha e que atualmente governa a África do Sul.

A atitude foi vista como uma tentativa de mostrar como uma nova África do Sul multirracial deve lidar com as cicatrizes de seu passado racista. “O Congresso Nacional Africano leva suas condolências e simpatia à família, amigos e colegas do ex-presidente P.W. Botha, que faleceu nesta noite. O CNA deseja força e conforto neste momento difícil”, diz o comunicado distribuído pelo partido. 
(Fonte: www1.folha.uol.com.br –- Mundo – 31/10/2006)

(Fonte: http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS – GERAL – INTERNACIONAL/ Por Agencia Estado – 31 Outubro 2006)

 

 

Pieter Botha: ex-presidente de uma África do Sul dividida pelo apartehid
Pieter Botha (Orange, 12 de janeiro de 1916 – Johannesburgo, 31 de outubro de 2006), ex-presidente da África do Sul. Ele governou o país de 1978 a 1989, período de exacerbação do apartehid, regime racista que negava direitos políticos aos negros, obrigava-os a viver em guetos e só foi abolido em 1990. Um dos últimos defensores do apartheid, Botha resistiu às pressões para libertar Nelson Mandela, que se tornaria presidente do país em 1994. Desde que deixou o cargo, vivia recluso em uma fazenda. Botha morreu em sua casa em Johannesburgo na terça-feira, 31 de outubro, aos 90 anos.
(Fonte: Veja, 8 de novembro, 2006 – ANO 39 – N° 44 – Edição n° 1981 – DATAS – Pág; 128)

Recusou-se dia 15 de junho de 1998, em George, na África do Sul: a pedir perdão pela violação aos direitos humanos durante seu governo o ex-presidente da África do Sul, Pieter Botha, de 82 anos. Ele foi levado a julgamento por não colaborar com a Comissão de Verdade e Reconciliação, que investiga os crimes praticados sob o regime de segregação racial. Se julgado culpado, Botha pode pegar dois anos de cadeia.

(Fonte: Veja, 24 de junho, 1998 -– ANO 31 -– N° 25 – Edição 1552 -– DATAS – Pág; 38)

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