Paul Leonard Newman (1925-2008), era suburbano de Shaker Heights, Ohio.

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Paul Leonard Newman (1925-2008), era suburbano de Shaker Heights, Ohio. Nasceu no dia 26 de janeiro de família húngaro-polonesa. Seu pai era comerciante de artigos esportivos. Não importa a avaliação que se faça de Paul Newman, sua marca será para sempre um ofuscante par de olhos. Suas íris azuis projetavam para os homens um resumo da masculinidade em estado bruto. As mulheres ficavam paralisadas naquela imensidão cor do céu sem nuvens. E tinha o sorriso de mister Butch Cassidy em pessoa, fugindo dos soldados bolivianos com Sundance Kid pelo deserto. Qualquer dúvida sua vocação acabou em 1932, quando, aos 7 anos de idade, estreou numa montagem escolar de Robin Hood. Durante a Segunda Guerra Mundial, tentou ser piloto da Marinha, mas foi rejeitado por uma ironia: com os olhos azuis que o fariam mundialmente famoso, Paul Newman era daltônico. Foi transferido para o Havaí, onde seguia a bordo de bombardeiros e atirava torpedos na direção dos navios japoneses.
Terminada a guerra, estudou Teatro na Universidade Yale. Casou-se pela primeira vez e teve um filho e duas filhas. E foi para a Meca dos jovens atores de Nova York, o Actor’s Studio de Lee Strasberg. Estreou na Broadway com a peça Picnic, de William Inge. Em 1954, fez sua pouco triunfal entrada em Hollywood no épico bíblico O Cálice Sagrado. (Chegou a publicar um anúncio se desculpando pela fraca atuação.)
A consagração veio em 1958 na adaptação da peça Gata em Teto de Zinco Quente, de Tennessee Williams. Paul Newman ganhou US$ 17 mil pelo papel e foi indicado para seu primeiro Oscar (perdeu para David Niven). Nesse mesmo ano casou-se pela segunda vez – e pelos próximos 50 anos -, com a atriz Joanne Woodward.
Tiveram três filhas.
Butch Cassidy and the Sundance Kid, uma mistura atrevida de faroeste, romance, comédia e drama, foi o filme que marcou 1969. Nele, Newman e Robert Redford formaram uma dupla de heróis improváveis pelo carisma e pela beleza. Os dois andando de bicicleta com Katharine Ross ao som de “Raindrops Keep Fallin’ on my Head” virou um daqueles clipes essenciais em qualquer história do cinema.
No mesmo ano em que Butch Cassidy foi lançado, Paul Newman estrelou um filme sem importância chamado Winning. Para o papel, treinou para ser piloto de corrida- e nunca mais largou as pistas. Virou piloto profissional e competente, chegando em segundo lugar num 24 Horas de Le Mans. Em 2005, já com 80 anos, Paul Newman correu as 24 Horas de Daytona. Envolvido com o Partido Democrata, chegou a entrar na lista de inimigos do então presidente Richard Nixton. (“A maior honra que já recebi”, disse) No auge, criou com o amigo a marca Newman’s Own, de molhos para salada, macarrão etc. Todo o lucro da empresa, mais de US$ 250 milhões, foi para a caridade. Em 1978, com a morte do filho Scott, por overdose, criou uma fundação para dependentes de drogas. Foi um homem nobre em cada escolha. Atuou em filmes fracos como Inferno na Torre e em sucessos como Golpe de Mestre. O Oscar de Melhor Ator só veio em 1986, com A Cor do Dinheiro. Era sua quinta indicação. A ultima aparição na tela foi em Estrada para a Perdição (2002). Ele ainda faria uma das vozes da animação Carros (2006). Sempre fumou, até descobrir um câncer no pulmão, em junho. Abandonou o tratamento para morrer em casa, em Westport, Connecticut, em 26 de setembro. Um ano antes, havia feito uma piada sobre seu epitáfio: “Aqui jaz Paul Newman, que morreu como um fracassado porque seus olhos ficaram castanhos”.

(Fonte: Época – N° 542 – 6 outubro 2008 – Em Memória –Por Dagomir Marquezi – Pág; 150)

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