Paul-Henri Spaak, político, ex-chanceler belga, ex-secretário da OTAN

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Paul-Henri Spaak (1899-1972), político, ex-chanceler belga, ex-secretário da OTAN e principal criador do Mercado Comum Europeu. Discreto funcionário da empresa americana ITT desde a aposentadoria política em 1966, Spaak, o “Senhor Europa”, era mais conhecido pela nova geração como tio da atriz Catherine Spaak. Foi o primeiro Presidente do Parlamento Europeu. Mas sua influência no cotidiano europeu atual vai muito além disso.

“Deixei muitas batalhas inacabadas”, disse ao encerrar trinta anos de vida política, evoluída da extrema esquerda para a moderação, sempre como principal líder socialista belga. Mas, três vezes primeiro-ministro, seis vezes ministro do Exterior, primeiro presidente da Assembleia Geral da ONU em 1946, já no exílio em Londres durante a Segunda Guerra Mundial, Spaak lançara a ideia da união da Europa ocidental. Liderou em 1950 a campanha contra o rei pró-nazista Leopold, obtendo a aclamação do atual rei Baudoin.

Filho da primeira senadora belga, Marie Janson, de família valã e flamenga, não era apenas político por vocação: tornou-se símbolo da união das duas nacionalidades de seu país e da união dos europeus ocidentais contra o expansionismo soviético e a favor da aliança atlântica. Estava em férias nos Açores quando sofreu a crise de rins e um avião da Força Aérea americana o levou às pressas a Bruxelas. Spaak quis morrer na Bélgica e na Europa. Spaak morreu no dia 31 de julho de 1972, aos 73 anos, de crise renal.

(Fonte: Veja, 9 de agosto, 1972 – Edição n.° 205 – DATAS – Pág; 72)

Paul Henri Spaak (1899-1972)
Um homem de Estado europeu – assim pode ser descrita, em poucas palavras, a carreira política do belga Paul Henri Spaak.
Tendo mentido acerca da sua idade, conseguiu ser recrutado pelo exército belga durante a Primeira Guerra Mundial, ficando dois anos como prisioneiro de guerra na Alemanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, como Ministro dos Negócios Estrangeiros, tentou em vão preservar a neutralidade belga. Foi para o exílio, juntamente com o resto do Governo, primeiro para Paris e, mais tarde, para Londres.
Após a libertação da Bélgica, Spaak entrou no Governo, tendo desempenhado as funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros e de Primeiro-Ministro. Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, tinha formulado planos para a fusão dos países do Benelux e, imediatamente a seguir à guerra, fez campanha pela unificação da Europa, tendo apoiado a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e a Comunidade Europeia de Defesa.
Para Spaak, a união dos países através de obrigações vinculativas decorrentes de tratados internacionais constituía a forma mais efectiva de garantir a paz e a estabilidade. Contribuiu para estes objectivos como Presidente da primeira assembleia plenária das Nações Unidas, em 1946, e como Secretário-Geral da NATO, entre 1957 e 1961.
Spaak foi uma personalidade determinante no contexto do Tratado de Roma. Durante a chamada «Conferência de Medina», em 1955, os seis governos participantes nomearam-no Presidente do grupo de trabalho que elaborou o Tratado.
(Fonte: www.aprendereuropa.pt)

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