PARQUE ARQUEOLÓGICO REVELA RIQUESAS DA SEXTA REDUÇÃO

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Ao continuarmos nossa trilha pelo caminho das Missões, vamos nos deparar com o município de Entre-Ijuís. É nessa cidade tipicamente gaúcha que está sediado o Parque Arqueológico de São João Batista, onde ainda se preservam os restos da sexta redução jesuítica, fundada pelo padre Antônio Sepp. São João Batista foi a primeira fundição de ferro e de aço do Sul do país e suas ruínas guardam a pedra cupim, composta com cerca de 40% de aço. Já na entrada do parque arqueológico é possível apreciar fragmentos da redução – criada no ano de 1697 – dispostos como se fossem um caminho, uma trilha a ser percorrida. Também resiste às agruras do tempo parte da igreja, destruída em um incêndio monumental ocorrido em 1814.
Em uma de suas vigas está cravada uma profunda marca de uma cruz missioneira, remetendo a um passado de fé e disciplina. Mais à frente, um gramado esconde as lembranças do que no passado era utilizado por índios e jesuítas como quintal. E, seguindo as trilhas da história, deparamo-nos, logo após o quintal, com uma demarcação onde era localizado o Colégio/Casa dos Padres. Infelizmente, lá encontram-se apenas pedras remanescentes que, dispostas entre árvores vigorosas, dão uma paz interior e remetem a um período no qual a religião era a palavra de ordem na redução. O parque arqueológico também mantém um monumento em homenagem ao padre Antônio Sepp. A obra feita em pedra é datada de 1959 e se confunde com as ruínas da própria redução, devido à perfeição e à delicadeza dos traços e dos detalhes, que mostram o trabalho dos indígenas da época e reproduzem a figura do pioneiro da siderurgia do ferro e do aço no Sul do país.
É dentro desse contexto missioneiro que Entre-Ijuís nos oferece a opção de percorrer as trilhas deixadas pelos índios guaranis nas reduções através do típico ‘lombo de um cavalo’. A cavalgada possui paradas em pontos estratégicos e tem como partida a redução de São João Batista. O percurso de quatro horas revela paisagens tradicionais da região, como as fazendas gaúchas, as lavouras, o gado e o mato nativo. E, após o trajeto, o que espera os viajantes é um gostoso churrasco campeiro assado em fogo de chão. Para essa aventura, que envolve um grupo de, no máximo, 20 pessoas, é aconselhável levar boné, repelente, filtro solar e, é claro, a máquina fotográfica.
Os remanescentes da história missioneira também remetem ao município de Santo Ângelo. A visita à cidade começa pela Catedral Angelopolitana, erguida a partir de 1929, à semelhança do antigo templo de São Miguel. Centrada no mesmo local da igreja da Redução de Santo Ângelo Custódio, vêem-se no alto do pórtico imagens esculpidas relembrando os santos padroeiros dos Sete Povos.
A praça Pinheiro Machado, em frente à catedral, sedia o museu arqueológico, composto de peças pertencentes à redução. A cidade, que preserva seu patrimônio histórico e cultural, também possui ótimas opções gastronômicas, que vão desde o tradicional churrasco até um barzinho bem legal com bebidas e petiscos.

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