Paim Cunha, empresário dono da antiga rede de eletrodomésticos Brastel (“Tudo a preço de Banana!”)

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Paim Cunha: o pivô do escândalo financeiro Coroa-Brastel viveu na pobreza depois que seu império ruiu

 

Assis Paim Cunha (Vassouras, 12 de outubro de 1928 – Miguel Pereira, Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2008), ex-banqueiro pivô do escândalo Coroa-Brastel, que eclodiu em 1983 e se tornou um dos mais ruidosos da história do país. Paim Cunha nasceu na cidade de Vassouras em 1928. Paim foi um dos mais bem-sucedidos empresários da década de 70. Sua Brastel era, então, a maior rede de eletrodomésticos nacional. O negócio desandou em 1981, quando Paim comprou uma corretora endividada, a Laureano.

 

Para absorvê-la, pegou um empréstimo na Caixa Econômica Federal e emitiu letras frias para financiar-se. Logo se descobriu que ele pagava juros muito acima dos de seus concorrentes, sinal de que sua situação financeira era periclitante. O Banco Central interveio na corretora e Paim deu o cano em 34.000 credores. Fortuna evaporada, ele se tornou um caso único: o de ex-empresário brasileiro que perdeu a empresa e ficou realmente pobre. Paim Cunha morreu dia 22 de outubro de 2008, aos 80 anos, de ataque cardíaco, em Miguel Pereira, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 29 de outubro de 2008 –ANO 41 – N.° 43 – Edição 2084 –DATAS – Pág; 62)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assis Paim Cunha, empresário dono da antiga rede de eletrodomésticos Brastel ( Tudo a preço de Banana!).

Empresário Assis Paim Cunha, ex-dono da corretora Laureano e do grupo Coroa-Brastel.

Assis Paim ganhou notoriedade com o escândalo Coroa-Brastel. Em 1983, o empresário tinha mais de 200 milhões de dólares com a rede de eletrodomésticos Brastel e a corretora Coroa.

Pivô do escândalo, Paim perdeu a fortuna, mas jurava inocência. O empresário, que ergueu um império de US$ 1 bilhão na década de 70, foi à lona depois de comprar uma corretora quebrada à beira da intervenção federal. Paim, que acusava o governo de ter armado contra ele oferecendo vantagens para que comprasse a corretora, perdeu toda sua fortuna, algo em torno de R$ 4 bilhões em valores atualizados. Depois de mais de duas décadas tentando recolher documentos para provar sua inocência, o empresário moveu uma ação contra o governo por perdas e danos morais. Sonhava em ver seu dinheiro de volta e melhorar um pouco de vida.

O escândalo

O caso Coroa-Brastel foi aberto pela Justiça em 1985, quando uma denúncia chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o empresário e contra dois ministros, Delfim Neto (Planejamento) e Ernane Galvêas (Fazenda).

Os ex-ministros eram acusados de desviar irregularmente recursos públicos na liberação de empréstimo da Caixa Econômica Federal ao empresário em 1981.

O empréstimo de, na moeda da época, cruzeiros – Cr$ 2,5 bilhões -, seria utilizado no reforço de capital de giro do grupo e no plano de expansão da Brastel. Segundo a denúncia, o dinheiro teria servido para quitar dívidas junto ao Banco do Brasil e ao Banespa.

O caso foi a julgamento em 94. A denúncia contra Galvêas foi rejeitada. Já a acusação contra Delfim, então deputado pelo PPR-SP, não chegou a ser examinada. A Câmara negou licença ao STF para processá-lo.

Versão de Paim Cunha

Paim Cunha costumava dizer que passou mais de 20 anos tentando limpar o seu nome, apontando para funcionários do governo federal que o teriam obrigado a comprar um corretora em dificuldades, a Laureano, o que teria contribuído para a ruína da sua rede de eletrodomésticos, a Brastel , e o braco financeiros do grupo, a corretora e o banco de investimentos Coroa.

Na versão de Paim, ele teria sido obrigado a comprar a Laureano, que estava em dificuldades, para ficar livre de limitações impostas ao financiamento de compras a prazo na Brastel, que, então, seria a maior rede de eletrodomésticos do país em volume de vendas. Na época, início dos anos 80, o regime militar já dava sinais de exaustão.

A liquidação do grupo empresarial Coroa-Brastel se prolongou por mais de duas décadas, enquanto Paim passou levar uma vida modesta, primeiro no Rio, e depois em Miguel Pereira.

Ele contava que sobrevivia graças uma pensão da previdência social e a renda do aluguel de três imóveis. Os 34 mil investidores prejudicados na quebra do Coroa-Brastel jamais tiveram seu dinheiro de volta.
(Fonte: www.kiminda.wordpress.com)

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