Oswaldo Cruz, foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil

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O mata-mosquitos

Oswaldo Cruz (São Luiz do Paraitinga, 5 de agosto de 1872 – Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917), cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro. Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil.

 

 

Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal.

 

 

Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões Cruz, Oswaldo Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga, São Paulo. Ele viveu na cidade até 1877, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro. Estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II.

 

 

Aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Em 24 de dezembro de 1892, formou-se doutor em medicina, com a tese Veiculação Microbiana pelas Águas. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência.

 

 

Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos, tendo como diretor geral o Barão de Pedro Afonso e diretor técnico o jovem bacteriologista. Em 1902, Cruz assumiu a direção geral do novo Instituto. Este, por sua vez, ampliou suas atividades, não mais restringindo-se à fabricação de soro antipestoso, mas dedicando-se também à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.

 

 

No ano seguinte, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.

 

 

Guerra contra o mosquito

 

 

Quando Oswaldo Cruz prometeu, em 1902, acabar com a febre amarela no Rio de Janeiro em três anos, o combate à doença era feito com o isolamento dos doentes e a querima de colchões, roupas e objetos por eles usados.

 

 

Acreditava-se que o contágio se desse pelo contato direto. Oswaldo Cruz mudou tudo: causando uma grande agitação, mandou acabar com os focos de mosquitos, para ele os verdadeiros transmissores da doença.

 

 

Foi uma gritaria geral: protestos, manifestações em praça pública, levantes militares contra o governo. Inquieto, o presidente Rodrigues Alves insinuou a Oswaldo Cruz: “Para acalmar a situação, o senhor não poderia mandar queimar alguns colchões e peças de roupa, enquanto mata os mosquitos?”

 

 

O cientista foi claro: “Se fizer isso, quando o combate aos mosquitos acabar com a febre vão dizer que foi aquela medida que produziu resultados, e não esta”.

 

 

Saiu do gabinete e ainda ouviu Rodrigues Alves comentar: “É impossível que esse moço não tenha razão”. Ainda bem que pelo menos ele confiou: três anos depois não havia mais febre amarela no Rio de Janeiro.

 

 

No mundo científico internacional, porém, seu prestígio era já incontestável. Em 1907, no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.

 

 

Em 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento da Amazônia. Permitiu, também, o término das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.

 

 

Em 1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Eleito prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver construído.

 

Sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.

(Fonte: Super Interessante – ANO 2 – Fevereiro de 1988 – N° 2 – Dito & Feito – Pág: 37)
(Fonte: http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/oswaldo-cruz)

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