Os primeiros exibidores de filmes na capital

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Sessões pioneiras 2008, assinala o centenário dos primeiros exibidores de filmes na capital.
Há cem anos, em 1908, abria-se em Porto alegre o Recreio Ideal, com sessão fechada para a imprensa e convidados, como era de costume. Era um (cinematógrafo), estabelecimento especializado em projeções cinematográficas. Até ai nenhuma novidade pois, os porto-alegrenses assistiam a projeções desde novembro de 1896,quando dois diferentes exibidores apresentaram as (fotografias animadas),como foram chamados os primeiro filme aos interessados nas novas invenções do prolífero final do século 19.Já o Recreio Ideal e os outros quatro cinemas que abriram naquele 1908, (Recreio Familiar, Rio Branco, Berlim e Variedades), a maioria na mesma quadra da Rua das Andradas, entre as Ruas General Câmara e Caldas Jr., foram identificados pela imprensa como novos centros de diversões, isto é, por isso hoje são considerados nossas primeira salas de cinema. Até 1908, quando exibidas como atração autônoma, as projeções cinematográficas eram realizadas na modalidade de espetáculo por funções, podendo ocorrer também aos domingos á tarde, como matine. Eram espetáculos mais longos e caros, que contavam com muitos filmes, intervalos e provavelmente oral. Já o Recreio Ideal e seus congêneres proporcionam sessões sucessivas entre as 18h: 30min e 23h, com duração media de 30min. Os interessados podiam assisti-las sentados em cadeiras de primeira classe por mil réis ou de segunda classe por 500 réis. Cada programa compreendia cinco filmes curtos ambos de temáticas variáveis, (cômicos, dramas, atualidades e fantasias), o que permitia ao espectador experimentar diferentes emoções em uma única sessão, além de atualizar-se sobre os acontecimentos nacionais e mundiais. A principal produtora no mundo era a francesa Pathé Fréres, com total domínio no mercado mundial.Embora constantes públicos e diferentes modalidades de espetáculo, apenas os cinematógrafos Recreio Ideal e Variedades, mantiveram-se em atividade em 1909, juntando-se a eles o Smart-Salão, aberto em março daquele ano. A partir de 1909, foi introduzida no mercado local a filmografia italiana. Os cinematógrafos adquiriram maior definição funcional e cultural, contribuindo para a estabilização da atividade exibidora na cidade. Porto Alegre veria futuramente a proliferação das salas de projeção e sua expansão territorial em direção aos bairros, democratizando o acesso do público ao cinema, que havia sido aberto e variado durante a fase da exibição itinerante e relativamente elitizado com a abertura das primeiras salas permanentes.

(Fonte: Zero Hora – caderno Cultura – Alice Dubina Trusz – 9 de agosto de 2008)

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