Omar Torrijos, general de Exército, extravagante, controvertido e popular homem-forte do Panamá

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Omar Efraín Torrijos Herrera (Santiago de Veraguas, 13 de fevereiro de 1929 – 31 de julho de 1981), general de Exército, extravagante, controvertido e popular homem-forte do Panamá.

Torrijos firmou sua popularidade devido a um estilo desconcertante, capaz de permitir-lhe manter boas relações com Fidel Castro e com o xá do Irã, com os sandinistas e com membros do establishment americano.

Seu prestígio interno consolidou-se de vez em 1977, quando negociou com os Estados Unidos a volta à soberania panamenha do canal do Panamá a partir do ano 2000. Antes disso, numa de suas frases de efeito, ele dissera: “Prefiro entrar na Zona do Canal do que entrar para a história do meu país.” Bem ou mal, a verdade é que o general entrou em ambas.

O presidente Aristides Royo, um civil que Torrijos instalou no cargo em 1978, enquanto se mantinha como pano de fundo do poder, assegurou que  Torrijos “é um desses homens que nunca morrem.”

Royo não conseguiu, em seus três anos de governo, firmar-se como um líder capaz de garantir a realização das eleições presidenciais convocadas para 1984 – as primeiras em quase duas décadas. Além disso, não teve êxito como administrador: o Panamá devia nessa época ao exterior mais que os 3 bilhões de dólares de seu PNB e tinha uma taxa de desemprego de 20%.

Omar Torrijos, 52 anos, faleceu em 31 de julho de 1981, o pequeno avião em que viajava pelo interior do país foi colhido por uma tempestade – e espatifou-se contra uma montanha. A morte de Torrijos, só foi anunciada no dia seguinte, e, durante três dias, dezenas de milhares de panamenhos aturdidos desfilaram pela catedral, ante os restos do general.

Ao longo dos sete quilômetros que separavam a Catedral de Dom Bosco do Cemitério Amador, na cidade do Panamá, uma multidão de 300 000 pessoas aguardava, em emocionado silêncio, a passagem do cortejo fúnebre. O ataúde seguia sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros, precedido por um cavalo negro, carregando na sela vazia o sabre de comando e o quepe de seu falecido dono. Dos estribos pendiam duas botas lustrosas, viradas para trás, como correspondente aos generais mortos em combate.

Por toda a capital, milhares de pessoas portavam bandeirolas panamenhas. Entre a maré de cartazes com a foto do general em seu clássico chapéu. Não foi , certamente, um funeral pontilhado de cenas de histeria como os dos ex-presidentes Gamal Abdel Nasser, do Egito, ou Juan Domingo Perón, da Argentina. De todo modo, um impressionante contingente humano prestou suas últimas homenagens a Omar Torrijos – algo em torno de 10% do total da população do Panamá.

O fato, porém, é que Torrijos saiu de cena deixando um grande vácuo de poder.

 

(Fonte: Veja, 12 de agosto de 1981 – Edição 675 – PANAMÁ/ Por Eric Nepomuceno, do Panamá – Pág: 44)

 

 

 

 

 

 

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