Obdulio Varela, mesclou experiência e malandragem para vencer o Brasil, na Final da Copa de 1950.

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O capitão uruguaio mesclou experiência e malandragem para vencer o Brasil, dono da casa, na Final da Copa de 1950

Obdulio Varela (Montevidéu, 20 de setembro de 1917 – Montevidéu, 2 de agosto de 1996), ex-jogador, foi o capitão da seleção uruguaia na Copa de 1950. Apelidado de “Chefe Negro” por ser mulato (filho de espanhol com negra), o ex-jogador teve uma participação destacada na final da Copa de 50, disputada no Brasil e vencida pelo Uruguai.

Além de vencer a Copa, Varela foi campeão uruguaio seis vezes, sempre jogando pelo Peñarol. Também ganhou um campeonato sul-americano de seleções.

Varela disputou, aos 37 anos, a Copa de 54, na Suíça.

A seleção uruguaia só foi desclassificada da competição após o jogador deixar o time com uma contusão.

A carreira

Conhecido como El Negro Jefe (“o chefe negro”) por sua pele mulata, Varela era ídolo em seu país antes de 1950. Jogou no Juventud, no Montevideo Wanderers e no Peñarol, em que atuou de 1943 a 1955 e ganhou seis títulos nacionais. Foi capitão do time vencedor em 1949, o qual serviu de base para a seleção do Uruguai no Mundial.

Invicto

Para o escritor Nelson Rodrigues, “Varela não atava as chuteiras com cordões, mas com as veias”. Nunca o Uruguai perdeu uma partida em Mundiais com ele em campo. Na Suíça, em 1954, Obdulio Varela continuou invicto, mas uma contusão o tirou da semifinal. Sua seleção perdeu e terminou em quarto lugar.

O suspense

Por pouco Varela não jogou o Mundial. Aos 32 anos, achava-se velho. Luís Carlos Castagnola, diretor do Wanderers e seu amigo, o convenceu da importância para o país, pois o time era inexperiente. O Peñarol, por sua vez, tentou impor seu técnico à seleção. A federação nacional se opôs, e o clube ameaçou não ceder seus jogadores.

A catimba

Na final de 1950, Varela se impôs. O Brasil só precisava empatar para ser campeão. O capitão fez o time marcar bem, e o primeiro tempo acabou sem gols. Quando Friaça abriu o placar para o Brasil, no segundo tempo, Varela pegou a bola e pediu um intérprete para reclamar de impedimento com o árbitro. Tudo para irritar os adversários.

O “bicho”

Depois da final, Obdulio Varela saiu pelo Rio. Bebeu cerveja e consolou os brasileiros que o reconheceram. Ao voltar ao Uruguai, comprou um carro usado com o “bicho” — gratificação ganha pelo título. Jogou até 1955, tentou ser técnico e trabalhou no Cassino de Montevidéu.

Obdulio Varela morreu em 2 de agosto de 1996, em Montevidéu. Varela, aos 78 anos, teve uma parada cardiorrespiratória.

O gerente esportivo da Associação Uruguaia de Futebol, Raúl Moller, disse ontem que Varela foi “um grande capitão da seleção nacional e parte vital da história do futebol no país”.

A associação estabeleceu que todas as partidas de futebol no Uruguai neste final de semana devem respeitar um minuto de silêncio antes do seu início em homenagem ao ex-jogador.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/8/03/esporte/42 – DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – FOLHA DE S.PAULO – São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996)
(Fonte: http://placar.abril.com.br/materia/os-craques-das-copas-do-mundo-obdulio-varela – Boletim da Copa – Por: Redação ABRIL NA COPA em 08/02/2013)

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