O primeiro jesuíta a ocupar o cargo em toda a história

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O primeiro jesuíta a ocupar o cargo em toda a história

Um jesuíta no trono de Pedro

Jorge Mario Bergoglio é o primeiro jesuíta a ocupar o cargo em toda a história

Primeiro Papa Latinoamericano

Bergoglio é o primeiro papa latino-americano da história. O novo pontífice, jesuíta, é o 266º papa da Igreja Católica e o primeiro nascido na América Latina. Ele sucede Bento XVI, que renunciou em fevereiro de 2013. Bergoglio foi o segundo mais votado no conclave de 2005, no qual foi eleito o alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI.

Talvez seja exagero afirmar que, séculos atrás, a escolha de um papa jesuíta pudesse até soar como heresia. Mas em outros tempos, a presença de um representante da ordem no principal cargo do Vaticano seria, no mínimo, impensável. Jorge Mario Bergoglio não é mais um papa. É o primeiro jesuíta a ocupar o cargo em toda a história.

Fundada em 1540, a Companhia de Jesus manteve, em quase 500 anos de existência, relativa distância do centro do poder católico, sem nunca deixar de expor suas posições no seio da Igreja.

Em 1773, por pressão de alguns reis europeus, a Companhia de Jesus chegou a ser suprimida pelo papa Clemente XIV, passando a existir de forma extraoficial apenas na Rússia. Acabou restaurada 41 anos depois, por Pio VII.

Mas a aura de uma ordem diferente, quase à margem das disputas, manteve-se a ponto de criar, fora dos círculos religiosos, uma ideia de que os jesuítas não rezassem pela mesma Bíblia do Vaticano. Em 2008, o padre Adolfo Nicolás, que então assumia o cargo de prepósito geral da ordem, viu-se obrigado a desmentir desavenças com o poder de Roma.

— Não há nem houve nunca antítese entre o papa e a Companhia de Jesus, os jesuítas e o Vaticano — teve de assegurar Nicolás, à época.

Assunção ao papado mostra ruptura de tradição católica

Com ou sem diferenças significativas com o Vaticano, o fato é que a assunção de Bergoglio ao papado parece se apresentar como uma ruptura com alguns velhos tabus católicos:

— Os superiores jesuítas sempre foram chamados de “papa negro”, para contrapor ao “papa branco”. (A Companhia de Jesus) é uma ordem religiosa com profunda influência na Igreja, mas sempre houve temor de ter um jesuíta, de ser ao mesmo tempo um “Papa branco” e “Papa negro”. Isso rompeu uma tradição histórica, para o bem da Igreja — comenta o padre José Oscar Beozzo, estudioso da história da Igreja na América Latina.

Marcelo de Aquino, reitor da Unisinos, instituição de origem jesuíta, explica que boa parte do fato de a ordem nunca ter eleito um papa em um milênio e meio de história se deve a um preceito ditado pelo fundador, Inácio de Loyola:

— Os jesuítas, por opção, têm essa característica, de não aceitar indicações para bispos. É mais uma questão de carisma (na teologia, talento para o desempenho da missão na Igreja) dos jesuítas. A gente só aceita ser nomeado bispo por uma ordem expressa do papa e, por isso, são poucos os cardeais jesuítas.

O padre Vicente Zorzo, provincial do Brasil Meridional da Província de Jesus, completa o raciocínio, afirmando que, se Bergoglio aceitou a missão de liderar a Igreja, é por estar disposto a cumprir o seu juramento como sacerdote:

— É a nossa entrega à Igreja. Se um dia o padre vai ser bispo, ele faz isso como um serviço à Igreja, não como uma glória. Ele não está lá para usufruir um privilegio, mas para servir à Igreja. Ele nos dá um testemunho de comprometimento.

Fim do mundo

Ao quebrar o protocolo com um comentário brincalhão — “Vocês sabem que o dever do conclave era dar um bispo a Roma, parece que meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase no fim do mundo” —, Bergoglio acabou reforçando lendas e teorias conspiratórias sobre seu pontificado.

Ainda Malaquias

Segundo a Profecia dos Papas, atribuída a São Malaquias, o atual pontificado seria o último antes do fim da Igreja Católica, de Roma e do mundo. Descrito por Malaquias como Petrus Romanus, esse papa tem pouca identidade com o argentino Jorge Bergoglio, que sempre se manteve afastado de Roma. Há dúvidas se as profecias são genuínas ou uma farsa montada no século 16.

O “papa negro”

Escritores cristãos como a brasileira Mary Schultze, bacharel em teologia, disseminam a tese de que o “papa negro” da Companhia de Jesus opera nas sombras para manipular o Vaticano. Seria um indivíduo sinistro e poderoso, espécie de dublê do legítimo pontífice.

A numerologia

Jorge Mario Bergoglio tem 76 anos de idade. A soma 7 + 6 dá 13. Sua escolha como papa ocorreu em 13/3/2013, cuja soma é 13. Papa Francisco tem 13 letras.

No Estado

No Rio Grande do Sul, a ordem deixou um legado para a história: as reduções jesuíticas, chamadas de missões. A de São Miguel é a melhor conservada e se tornou um dos cartões postais dos gaúchos.

(Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2013/03 – MUNDO – NOTÍCIAS – Marcelo Monteiro – Cai um tabu – 13/03/2013)

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