O desafio das Forças Armadas para proteger nossas riquezas

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O desafio das Forças Armadas para proteger nossas riquezas – como o petróleo do pré-sal – A Amazônia e de vizinhos cada vez mais problemáticos.
O Brasil é um dos três únicos países do planeta que fazem fronteira com dez ou mais vizinhos terrestres – os outros dois são a Rússia, com 14, e a China, com dez. Por isso, precisa ter tato diplomático para lidar com países com todo tipo de orientação político-ideológica. O arco de 15.700 quilômetros que vai da Tríplice Fronteira, na foz do Rio Iguaçu, em pleno Sudeste, até o Oiapoque, limite setentrional com a Guiana Francesa, reúne pela primeira vez, governos irrequietos e até instáveis, cujas atitudes não podem ser para sempre tratadas com bonomia e condescendência.
Se a Amazônia subiu ao topo das prioridades para as Três Armas, a proteção a riquezas emergentes no Atlântico tende a mudar radicalmente o perfil modorrento que a Defesa assumiu. Daí a preocupação com a vigilância das águas, cuja exploração econômica é reconhecida como de direito do Brasil. São 4,4 milhões de quilômetros quadrados, ou metade do território brasileiro.
Nela, figuram as jazidas submarinas que, entre os litorais do Espírito Santo e de São Paulo, prometem transformar o Brasil em exportador de petróleo. O solo brasileiro não é invadido desde 1865, quando pelo Rio Grande do Sul começou a Guerra do Paraguai, o maior conflito sul-americano da História, em que 10 milhões de brasileiros alocaram 200 mil soldados.
Zona Exploratória Econômica Exclusiva
São 4,4 milhões de quilômetros quadrados submersos. Neles, o país exerce direitos sobre as riquezas naturais, mas só detém a posse de uma faixa de 12 milhas marítimas.
Fronteira marítima: 8.500 km.
Fronteira terrestre: 16.880 km.

Séculos de prontidão: Grandes intervenções das Forças Armadas na vida dos brasileiros 1648 – Batalha dos Guararapes
O começo de tudo. O choque com os holandeses durou anos, e as forças brasileiras conquistaram uma vitória decisiva. É considerada a data de fundação das Forças Armadas do Brasil.

1789 – Inconfidência Mineira
Mártir da Independência, o alferes mineiro Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, foi condenado a morte e executado em 21 de abril de 1792.

1822-1823 – Independência
O último militar português foi expulso do país em 2 de julho pelo marechal Pedro Labatut e suas tropas, em Salvador. Lutando com farda emprestada, a baiana Maria Quitéria tornou-se patrona do Exército brasileiro.

1835-1845 – Revolução Farroupilha
Separatistas gaúchos, republicanos e abolicionistas, retratados na aquarela Alegoria Farroupilha, empreenderam o mais longo conflito armado no continente. Governante da província, o Barão de Caxias derrotou os revoltosos.

1865-1870 – Guerra do Paraguai
Mais de 200 mil brasileiros combateram e 18 mil morreram. Entre os paraguaios, houve 300 mil mortos. A Batalha do Avaí, óleo de Pedro Américo, retrata a luta encarniçada, das maiores do século XIX.

1889 – Proclamação da República
Primeiro golpe militar no país, deu-se sem uma gota de sangue derramado. O general Benjamin Constant conseguiu a adesão, no Rio, do oficial mais graduado do Exército, o marechal Deodoro da Fonseca. O movimento federalista aboliu a Monarquia em 15 de novembro.

1893-1897 – Guerra dos canudos
Antonio Conselheiro liderou a rebelião de 30 mil sertanejos em Canudos, cidade de retirantes que fundara na Bahia. Tropas federais foram derrotados três vezes, antes da vitória, na mais mortífera guerra civil da história brasileira, tema de Os Sertões, de Euclides da Cunha.

1910 – Revolta da Chibata
Mais de 2 mil marujos se rebelaram contra torturas, extintas pela República, que a Marinha restabelecera. Tomaram quatro navios, assassinaram seis oficiais. O governo negociou, cedeu e recuou quando os rebeldes se entregaram.

1914 – Expedição Rondon-Roosevelt
As autoridades desconheciam os índios quando Cândido Rondon instalou linhas telegráficas na Amazônia. Em 1914, já coronel, ele levou a floresta uma expedição de que participou o presidente dos Estados Unidos Teddy Roosevelt.

A MÃO PESADA TOMA O PODER

1922 – Revolta dos 18 do Forte
Oficiais do Exército tentam derrubar o poder civil. Nove militares e um cidadão saem do Forte de Copacabana para enfrentar 3 mil soldados. Dois sobrevivem.

1930 – Revolução de Outubro

O segundo golpe militar no Brasil triunfa em três semanas. Depõe Washington Luiz e empossa Getúlio Vargas na Presidência. Encerra a República Velha e dá poder as massas urbanas.

1932 – Movimento Constitucionalista
Primeira revolta armada contra Vargas, une paulistas partidários de mudanças constitucionais por 83 dias, com saldo de mil mortos e a derrota.

1942 – Segunda Guerra Mundial
De fevereiro a dezembro, 18 navios brasileiros são afundados por sub-marinos alemães. Em guerra contra o Eixo desde agosto, o país conta 1.500 mortos nos ataques marítimos e 456 militares mortos na Itália.

1945 – Deposição de Getúlio Vargas
Terceiro golpe militar no país. Ativos na política desde os anos 20, generais depõem o criador do Estado Novo. Vargas se refugia no Rio Grande do Sul. Eurico Dutra, seu ex-ministro da Guerra, assume o poder.

1964-1984 – Regime Militar
No quarto golpe, o vértice das Forças Armadas decide assumir o comando do país e promove 21 anos ininterruptos de ditadura. A minuciosa intervenção coincide com expansão industrial e aceleração inflacionária.

1988 – Repressão em Volta Redonda

Greve de metalúrgicos é reprimida com violência no Rio de Janeiro. Três operários são mortos por tropas do Exército e um batalhão de choque da PM fluminense.

1992 – Tropas na cúpula ambiental
A capital do país retorna ao Rio de Janeiro durante a primeira quinzena de junho, para a realização da conferência da ONU Eco-92. A segurança a cargo do Exército serve para criar uma doutrina de ação militar em ambientes civis, adotada mais tarde em missões de paz no exterior.

2008 – Tropas nas eleições municipais
A Justiça Eleitoral decide que os soldados garantam a boa marcha dos pleitos em 460 municípios. Por um mês, 5 mil deles ocupam favelas. Fica mais difícil para o tráfico de drogas interferir na campanha política.

(Fonte: Época, 13 de outubro de 2008 – N° 543 – Debate/Defesa /Roberto Lopes e Maria Helena Passos – Pág; 76/77)

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