Nelson Freire, maior pianista brasileiro, foi um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, com uma carreira que o levou aos principais palcos do mundo

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Nelson Freire, maior pianista brasileiro

 

Nelson José Pinto Freire (Boa Esperança, 18 de outubro de 1944 — Rio de Janeiro, 1° de novembro de 2021), músico brasileiro, foi um dos maiores pianistas do mundo.

 

Freire foi um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, com uma carreira que o levou aos principais palcos do mundo.

 

Já tocou em mais de 70 países e foi o único brasileiro a ser incluído na Great pianists of the 20th century, coletânea de 100 volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente.

 

Também trabalhou com prestigiados regentes, como André Previn, Rudolf Kempe, Pierre Boulez, Kurt Masur e Lorin Maazel.

Tendo começado a estudar piano desde cedo, Nelson Freire, aos 12 anos de idade, foi o sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. Logo em seguida, ganhou uma bolsa de estudos para estudar em Viena.

 

Ao final da década de 1950, Freire já fazia recitais e concertos nas capitais europeias e se apresentava com célebres regentes como Isaac Karabtchevsky e Rudolf Kempe.

 

No ano de 1964 Freire ganhou o Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta em Lisboa e recebeu, em Londres, as medalhas de ouro Dinu Lipatti e Harriet Cohen.

 

Entre as orquestras com as quais Nelson Freire se apresentou estão a Filarmônica de Berlim, a Orquestra Sinfônica de Londres, Orquestra Filarmônica de São Petersburgo e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

 

Seu CD de interpretações de composições de Chopin foi elogiado pela crítica internacional e recebeu os prêmios Diapason d’Or e “Choc”, do periódico francês Monde de la Musique.

 

Em 1988, a gravadora Phillips o incluiu na coleção “Great Pianists of the 20th Century”, que o objetivo de fazer o sumário das melhores gravações de música erudita do século 20.

 

Em 2007, Freire venceu na categoria de disco do ano o Gramophone Awards, um dos maiores prêmios internacionais da indústria fonográfica, com seu álbum que inclui um par de concertos de Brahms ao lado da Orquestra Gewandhaus, de Leipzig. 

 

História de Nelson Freire

 

Nelson Freire nasceu em Boa Esperança, no interior de Minas Gerais, em outubro de 1944. Começou ao piano aos três anos de idade e, ainda em Minas, foi aluno de Nise Obino. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde teve aulas com Lúcia Branco.

 

Em 2015, o Estadão acompanhou Freire em uma visita a Boa Esperança, onde se apresentou em praça pública com a Filarmônica de Minas Gerais. Ele relembrou, então, da infância e do começo de sua relação com a música. Assim como do primeiro recital, aos 5 anos de idade, no Cine-Teatro Brasil.

“Eu toquei peças como La vie em rose, La Paloma e Quizas, quizas, quizas. Foi um começo cross-over”, ele brincou. “Mas eu me divertia também. A família era grande, eu tinha muitos primos, além dos meus irmãos. Eu adorava andar a cavalo, tomar banho no córrego, partir minhoca no meio e ver as metades se mexendo. Eles matavam passarinho com estilingue, mas isso eu não gostava. Só teve uma vez que eu tirei as asas de uma mosca, fui olhar ela com uma lente e acabei queimando a bichinha.”

Aos 12 anos, foi um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. “O concurso abriu meu horizonte musical. Foi inesperado. Fui convidado a participar (não havia limite de idade), e dona Lucia foi logo me prevenindo, com seu vozeirão: Não pense que vai chegar às finais. Você vai competir com pianistas do mundo inteiro, com gente de 30 anos, premiada em outros concursos”, contou ele em entrevista publicada na edição de novembro de 2019 na Revista Concerto.

 

Pouco depois, Freire seguiu para Viena, passando a estudar com Bruno Seidlhofer. Conquistou em 1964 o primeiro lugar no Concurso Vianna da Motta, em Lisboa.

 

O que aconteceu depois foi o desenvolvimento de uma carreira que fez dele um dos maiores pianistas de sua geração. Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Schumann, Schubert, Mozart, Grieg, Rachmaninov, Villa-Lobos, Debussy – Freire rodou o mundo para realizar recitais ou se apresentar com as maiores orquestras do planeta.

No início dos anos 2000, o pianista foi tema de um documentário de João Moreira Salles. O filme mostrava a personalidade do pianista: tímido, avesso a entrevistas, ele preferia se comunicar ao piano. “Quanto tenho de falar é um problema”, ele brincava sempre que começava uma entrevista. No filme, vemos ainda sua paixão pelo jazz, pela pianista Guiomar Novaes, a relação de amizade com Martha Argerich e com o próprio instrumento: uma das cenas mais célebres é aquela em que, na Sala São Paulo, chega à conclusão de que aquele piano não gosta dele.

 

O sucesso do filme coincidiu com uma nova etapa da carreira de Freire, que passou a realizar novas gravações após quase duas décadas longe dos estúdios. “Eu não gosto de gravar, todo o ritual me incomoda. Mas depois que comecei de novo acho que peguei gosto pela coisa. Agora, quero gravar cada vez mais. E tem outra coisa, para um músico como eu, que não gosta de ficar viajando o tempo todo, o disco tem uma outra vantagem: ele viaja para mim e eu fico em casa”, brincou em entrevista de 2004.

 

As gravações para o selo Decca renderam registros de referência de peças como o Concerto Imperador de Beethoven e o Concerto nº 2 de Chopin. Também foram marcantes os discos solo dedicados a Beethoven, Schumann e Debussy, além de Encores, em que gravou uma série de autores brasileiros.

 

Na lembrança do público, no entanto, fica gravada para sempre uma outra peça, que Nelson Freire costumava sempre apresentar como bis em suas apresentações: a Melodia de Orfeu e Eurídice, de Gluck. A delicadeza, o lirismo – ali ficava sempre clara a relação íntima entre o artista, seu instrumento, sua música. O que sua morte agora transforma em memória inesquecível.

 

Nelson Freire faleceu, na madrugada desta segunda-feira, dia 1º, aos 77 anos. Ele estava em sua casa, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada ao Estadão por sua empresária, Gloria Guerra.

Segundo ela, o pianista sofreu uma queda e bateu a cabeça, o que provocou uma concussão cerebral.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / por João Luiz Sampaio, Especial para o Estadão – 01/11/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/other – ENTRETENIMENTO / (FOLHAPRESS) / por EDUARDO MOURA E JOÃO GABRIEL TALLES – 01/11/2021)

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2702 – ISTOÉ GENTE / por Estadão Conteúdo – 02/11/2021)

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