Miguel Arraes (1916-2005), político, foi um dos nomes centrais da esquerda brasileira no século XX.

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UM ÍCONE DA ESQUERDA

Arraes: 57 anos de vida pública

Miguel Arraes (15 de dezembro de 1916 – 13 de agosto de 2005), político, foi um dos nomes centrais da esquerda brasileira no século XX. Natural do Ceará, construiu sua carreira política em Pernambuco a partir dos anos 40. Foi governador do estado por três mandatos, sempre com o apoio de comunistas, socialistas e trabalhistas.

Exilado na Argélia durante o período da ditadura militar, voltou ao cenário político depois da anistia, em 1979, com a bandeira do MDB. Em 1990, ingressou no Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual era presidente nacional, e retornou ao Congresso como deputado – mas não soube revisar seu antiquado ideário socialista. Miguel Arraes estava internado havia 57 dias com infecção pulmonar. Morreu dia 13 de agosto de 2005, aos 88 anos, de falência de múltiplos órgãos, no Recife.
(Fonte: Veja, 24 de agosto, 2005 – Edição 1919 – DATAS – Pág; 93)

Miguel Arraes (Araripe (CE), 15 de dezembro de 1916 – Recife (PE), 13 de agosto de 2005), presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro), ex-governador e deputado federal.

O mito Arraes, três vezes governador de Pernambuco (1962, 1986 e 1994).

Nascido em 15 de dezembro de 1916 em Araripe (CE), Arraes teve forte atuação na política regional pernambucana. Foi para o Rio de Janeiro estudar direito em 1932. Iniciou sua vida pública em 1947, indicado para a chefia da Secretaria da Fazenda pernambucana pelo ex-presidente do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool).

Apesar de ser cearense, Arraes construiu sua carreira política em Pernambuco, onde elegeu-se para cargos no Legislativo e Executivo. Foi deputado estadual e governador do Estado por três vezes.

Em seu primeiro mandato como governador, foi deposto pela ditadura militar. Exilou-se na Argélia, em 1965, e só retornou ao Brasil 14 anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia. Já foi eleito três vezes deputado federal.

Arraes era o único homem entre os sete filhos de José Almino Alencar e Maria Benigna Arraes. Casou em 1945 com Célia de Souza Leão, que faleceu após 16 anos deixando oito filhos pequenos. O deputado se casou pela segunda vez no ano seguinte, com Magdalena Fiúza, com quem teve mais dois filhos.

O político cearense é pai do economista José Almino e do diretor e produtor de TV Miguel [Guel] Arraes Filho. Também é avô do ex-ministro da Ciência e Tecnologia e deputado federal Eduardo Campos (PSB-PE).

Miguel Arraes, morreu em 13 de agosto de 2005, aos 88 anos, de choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal, em Recife (PE).
(Fonte: www1.folha.uol.com.br – 13/08/2005 – Poder – da Folha Online)

Miguel Arraes governou Pernambuco três vezes
Cearense de nascimento, Miguel Arraes construiu sua carreira política em Pernambuco e se tornou um dos maiores expoentes da esquerda brasileira.

Foi deputado estadual e governador do Estado por três vezes.

Em seu primeiro mandato como governador, foi deposto pela ditadura militar. Exilou-se na Argélia, em 1965, e só retornou ao Brasil 14 anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia.

Arraes nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, em Araripe, Ceará, onde freqüentou os primeiros anos de escola. Em 1932, concluiu o curso secundário no Colégio Diocesano, no Crato, também no Ceará, e em seguida mudou-se para o Recife.

Em Recife, Miguel Arraes prestou concurso público para IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), onde conheceu Barbosa Lima Sobrinho, antigo presidente do IAA, que o levou para a vida pública.

Carreira

Miguel Arraes iniciou-se na vida pública em 1948 como secretário estadual da Fazenda na gestão do então governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho.

Disputou sua primeira eleição em 1950, quando se elegeu suplente de deputado estadual. Foi só em 1958 que conquistou uma vaga titular na Assembléia Legislativa de Pernambuco.

Foi secretário da Fazenda no governo Cid Sampaio em 1959, mesmo ano em que se elegeu prefeito do Recife. Em 1962, Miguel Arraes foi eleito pela primeira vez governador de Pernambuco.

Exílio

No seu governo (que não chegou a concluir), Miguel Arraes desencadeou um programa nacionalista, com ações voltadas para os trabalhadores rurais.

Foi deposto em 1º de abril de 1964 pelo regime militar. Saiu do Palácio do Governo diretamente para a prisão. Permaneceu onze meses presos na ilha de Fernando de Noronha.

Conseguiu um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) somente em 25 de maio de 1965 e decidiu se exilar na Argélia.

Depois de viver 14 anos no exílio, Miguel Arraes retonou para o Brasil em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia concedida pelo governo brasileiro a todos os banidos pelo regime.

De volta a Recife, Arraes retomou sua trajetória política, se filiando ao PMDB ( Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Foi eleito deputado federal em 1982.

Em 1986, ainda pelo PMDB, Miguel Arraes foi eleito pela segunda vez governador de Pernambuco. Em 1990, já pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual foi fundador e presidente nacional, Arraes foi eleito, novamente, deputado federal.

Em 1994, foi eleito pela terceira vez governador de Pernambuco, derrotando Gustavo Krause (PFL) por uma diferença de mais de 300 mil votos.

Em 1998, ainda no cargo de governador, Arraes decidiu disputar a reeleição contra Jarbas Vasconcelos, seu antigo aliado, mas foi derrotado. Em 2002, mais uma vez elege-se deputado federal.

Arraes perdeu eleição para antigo aliado em 1998
Considerado um mito imbatível após se eleger três vezes governador de Pernambuco em quarenta anos de vida pública, Miguel Arraes perdeu sua última eleição estadual, em 1998, para um antigo aliado político, Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Arraes era governador do Estado, quando tentou a reeleição. Sua principal bandeira era criticar a política econômica do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fraco nas pesquisas, Arraes recorreu a Paulo Maluf e a Marta Suplicy para se reeleger em 1998, mas foi praticamente ignorado pelo PT. Na época, militantes petistas diziam não ver em Arraes uma identidade com as lutas do partido.

Por sua vez, Vasconcelos, que era um dos mais agressivos adversários do PFL pernambucano em eleições passadas, se aliou ao vice-presidente Marco Maciel, ao prefeito de Recife, Roberto Magalhães, e a outros caciques do partido para enfrentar o grupo de Arraes.

Para tentar a reeleição, Arraes chegou a fazer três comícios em uma só noite.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br – 13/08/2005 – Poder – da Folha Online)

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