Michael K. Williams, foi destaque em ‘Boardwalk Empire’ e em ‘The Wire’, essa considerada uma das melhores séries da história da televisão

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Michael K. Williams (1966-2021), destaque em ‘The Wire’ e em ‘Boardwalk Empire’

 

 

Michael Kenneth Williams

Michael K. Williams, um dos protagonistas da premiada série “Lovecraft Country”. (Foto: Instagram/Michael K. Williams / Pipoca Moderna)

 

 

Michael K. Williams (22 de novembro de 1966 — Brooklyn, Nova York, 6 de setembro de 2021), ator era um dos protagonistas da premiada série “Lovecraft Country”. O intérprete afroamericano alcançou a fama interpretando o criminoso Omar Little em The Wire, um dos personagens mais memoráveis da icônica série de crimes. E conseguiu mais um marco em sua carreira ao dar vida a Albert Chalky White em Boardwalk Empire.

 

Michael K. Williams, cujo rosto era marcado por uma longa cicatriz, ganhou reconhecimento como Omar Little, um personagem atípico de The Wire, série da HBO criada por David Simon. Sua interpretação de um solitário criminoso homossexual, com seus próprios códigos e princípios morais, foi aclamada pela crítica e pelo público.

 

Ele foi indicado cinco vezes ao Emmy, sem ganhar o prêmio, sendo a última vez em 2021 por seu papel na série Lovecraft Country.

 

Muitos dos personagens que Williams interpretou foram produto de uma sociedade discriminatória que os deixou à margem. Pessoas que tiveram que lidar com abuso racial, pobreza ou crime. A todos eles, o ator conseguiu injetar a humanidade necessária para aproximá-los do público e entender suas bússolas morais, tingi-los de claro-escuro e quebrar o imaginário de que o mundo está dividido entre o bem e o mal.

Michael K. Williams nasceu e foi criado “nos primeiros 32 anos” de sua vida no bairro de Flatbush, no Brooklyn. “Apesar de tudo que é feio e ruim, eu não mudaria minha vida por nada, isso me fez quem eu sou. Tenho orgulho de dizer que cresci nessas ruas do Brooklyn. Tenho algumas cicatrizes, quase todas internas, mas elas me fizeram o homem que sou”, disse à CannesSeries em 2018. Aos 21 anos entrou em reabilitação e depois passou uma década em casa sem interesse por nada e de luta em luta (daí suas cicatrizes externas). Até que o balé, primeiro, e o cinema depois, graças a Tupac Shakur, tiraram-no de uma década infernal.

Omar Little mudou sua vida e sua poderosa interpretação para a jornada de The Wireconsiderada uma das melhores séries da história da televisão. Seu trabalho durante as cinco temporadas da série que retrata a face mais crua da marginalização de Baltimore comoveu os espectadores e fez dele um personagem de culto. O próprio ex-presidente Barack Obama afirmou que era seu personagem favorito em The Wire. Em 2012, Donnie Andrews, o criminoso que inspirou Omar, morreu. “DEP o gangster original e um homem de alto a baixo, Donnie Andrews. O homem que inspirou Omar Little. Dedico minhas orações a ele”, escreveu Williams em sua conta no Twitter.

 

Quatro vezes indicado ao Emmy, ele vinha recebendo elogios da crítica por seu trabalho desde 1995. Michael Kenneth Williams começou a carreira artística como dançarino de hip-hop e chegou a participar de turnês de Madonna e George Michael. Seu primeiro registro em vídeo explorou seu lado sexy, numa aparição sem camisa no clipe da música “Secret”, de Madonna, em 1994. Mas essa atividade não pegou bem na sua vizinhança barra pesada.

“Enquanto crescia, fui alvo de muitas perseguições”, ele relatou à revista Time em 2017. “Eu não era popular com a turma, nem com as mulheres. Em uma comunidade de machos alfa, ser sensível não é considerado uma qualidade.”

 

A reprovação culminou numa briga violenta num bar, que o deixou com uma cicatriz permanente, cortando seu rosto de ponta a ponta. O ataque visava acabar com sua carreira com uma deformidade, mas, na prática, aumentou a propensão de Hollywood para lhe dar papéis que envolviam atividades violentas.

 

Sua transformação em ator ocorreu por intermédio de outro ídolo musical, ninguém menos que o rapper Tupac Shakur, que convenceu o diretor Julien Temple a escalá-lo como seu irmão no thriller criminal “Bullet”, de 1996, justamente por causa da cicatriz em seu rosto.

 

Williams deu sequência ao papel com outros thrillers criminais e uma pequena participação em “Vivendo no Limite” (1999), de Martin Scorsese, antes de ser escalado como Little Omar na série “A Escuta” (The Wire), produção da HBO sobre o submundo do tráfico em Baltimore, EUA, que durou cinco temporadas e lhe deu grande visibilidade. Em 2008, o então senador Barack Obama declarou Omar seu personagem favorito da TV americana.

“Omar se tornou um alter ego”, disse ele na entrevista da Time. “Um gay que não gosta de roupas chiques ou carros chiques, não usa drogas, nem pragueja e rouba a maioria dos traficantes gangster da comunidade. Ele é um pária, e me identifiquei imensamente com isso. Em vez de usá-lo como uma ferramenta para talvez me curar, me escondi atrás disso. Ninguém mais reparou em Michael nas ruas. Tudo era Omar, Omar, Omar. Eu confundi essa admiração. Estava bem. Mas as reverências não eram para mim. Eram para um personagem fictício. Quando aquela série acabou, junto com aquele personagem, eu não tinha ideia de como lidar com isso. Eu desmoronei.”

 

Mas o ator não ficou tempo nenhum parado. O sucesso da série abriu as portas para várias outras produções importantes, desde filmes como “Medo da Verdade” (2007), “Atraídos Pelo Crime” (2009), “A Estrada” (2009) e “12 Anos de Escravidão” (2013), a inúmeras participações em séries. Na própria HBO, ele voltou a se destacar no papel de Chalky White em “Boardwalk Empire”, outra produção criminal, desta vez passada durante a era da Lei Seca, exibida de 2010 a 2014.

 

Ele também teve pequenos papéis nos blockbusters “O Incrível Hulk” (2008) e “Uma Noite de Crime: Anarquia” (2014), além de arcos importantes nas séries “Alias” (em 2005) e “Community” (em 2011 e 2012), sem esquecer atuações em “RoboCop” (2014), “O Mensageiro” (2014), “Vício Inerente” (2014), “O Apostador” (2014), “Bessie” (2015), “Caça-Fantasmas” (2015), “Assassin’s Creed” (2016), “Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe” (2019), etc.

 

Entre seus últimos trabalhos, estão as séries “The Night Of” (2016) na HBO, “Hap and Leonard” (2016-2018) na Amazon, “Olhos que Condenam” (2019) na Netflix, e “Lovecraft Country” (2020), novamente na HBO. Três delas lhe renderam indicações ao Emmy de Melhor Ator Coadjuvante, categoria em que também foi reconhecido pelo telefilme “Bessie”, da HBO.

 

Os melhores papéis de Williams na série estão relacionados à HBO, a casa de televisão onde trabalhou por mais de 20 anos, dando vida a personagens em Boardwalk EmpireThe Night Of e o já mencionado Território Lovecraft. Também atuou em outras séries como So they see usAliasSopranosFis for family e Law and Order. No cinema, ele apareceu em RoboCop12 anos de escravidão, Pure ViceMedo da verdadeAssassin’s CreedThe DealerOrphans of BrooklynRescue in the Red SeaOs caça-fantasmasO mensageiroRoad player.

 

Embora não tivesse vencido anteriormente, era forte a expectativa para sua primeira premiação da Academia de Televisão por “Lovecraft Country”, graças ao emocionante desempenho como Montrose Freeman, o pai do protagonista Atticus (Jonathan Majors) e um homem gay que escondia sua verdade do próprio filho. A premiação aconteceu no dia 19 de setembro.

 

Seu próximo projeto, anunciado em 1° de setembro, era estrelar a biografia sobre o bicampeão mundial dos pesos pesados George Foreman, dirigido por George Tillman Jr. Em 20 de setembro, os Emmys serão entregues, e Williams era o favorito na categoria de melhor ator coadjuvante em série dramática por Território Lovecraft.

 

“Durante minha estada em The Wire percebi que o sucesso não é deixar sua comunidade, é ser bem recebido de volta”. Por isso ele se voltou para ações sociais em seu bairro e para produzir séries de documentários sobre temas que lhe interessavam. Em uma entrevista de 2017 para o The New York Times, argumentou que “o vício não desaparece”. “É uma luta diária para mim, mas estou lutando”, acrescentou.

Williams foi encontrado morto em seu apartamento em Brooklyn, Nova York, em 6 de setembro de 2021.

O jornal New York Post relatou que o corpo do ator de 54 anos foi descoberto por seu sobrinho ao visitá-lo às 14 horas da tarde. O jornal também informou que, ao ser chamada ao local, a polícia não se deparou com sinais de arrombamento, mas teria encontrado drogas, o que faz a investigação considerar a hipótese de overdose e também de suicídio.

A morte foi confirmada por sua representante, Marianna Shafran, noticia o The Hollywood Reporter.

O ator americano Michael K. Williams, o Omar da série cult The Wire, que foi encontrado morto em sua casa em Nova York em 6 de setembro, morreu por uma overdose “acidental” de fentanil, heroína e cocaína, anunciou na sexta-feira, 24, o serviço médico forense da cidade.

De acordo com o chefe do gabinete forense, que descreveu a morte como “acidental”, Williams morreu aos 54 anos de “intoxicação aguda pelos efeitos combinados de fentanil (um potente opioide), p-fluorofentanil, heroína e cocaína”.

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO / GENTE / por Pipoca Moderna – 6 set 2021)

(Fonte: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-09-06 – CULTURA / ATORES / por ANTONIA LABORDE – Washington – 06 SET 2021)

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