Maurice Capovilla, diretor de ‘Subterrâneos do futebol’, dirigiu adaptações de romances de Ignácio de Loyola Brandão e João Antônio para as telas

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Cineasta, diretor, roteirista, ator e produtor Maurice Capovilla, o ‘Capô’, diretor de ‘Subterrâneos do futebol’

 

Nos anos 1970 ele dirigiu as séries Globo Shell e o programa Globo Repórter

 

Cineasta paulista dirigiu adaptações de romances de Ignácio de Loyola Brandão e João Antônio para as telas

 

Maurice Capovilla (Valinhos (SP), 16 de janeiro de 1936 – 29 de maio de 2021), cineasta, ator, roteirista e produtor paulista.

 

Capô, como todo mundo carinhosamente o chamava no meio cinematográfico, foi diretor de talento. Entre seus vários filmes, destacam-se o documentário “Subterrâneos do futebol” (1965) e as ficções “Bebel, garota propaganda” (1967), “O profeta da fome” (1970) e “O jogo da vida” (1977).

Com extensa carreira como produtor, ator e professor, o paulista Capovilla trabalhou no projeto original do Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza, núcleo cinematográfico criado pelo governo do Ceará.
Fez filmes muito bons. O longa “Bebel, garota propaganda” é adaptado do romance de Ignácio de Loyola Brandão, e “O jogo da vida”, de “Malagueta, Perus e Bacanaço”, de João Antônio.

 

Nascido em Valinhos (SP) em 1936, Capovilla estreou como cineasta nos anos 1960, com a direção do curta-metragem “União”, em 1962. Entre os outros curtas dirigidos por Capovilla destaca-se o documentário “Subterrâneos do futebol”, de 1964.

Dirigiu seu primeiro longa-metragem “Bebel, garota propaganda” em 1968, com roteiro escrito por ele mesmo. Capovilla se baseou no conto “Bebel que a cidade comeu”, de Ignácio de Loyola Brandão.

 

Talvez seu trabalho mais marcante e original seja o incisivo, estranho e corrosivo “Profeta da fome”, estrelado por José Mojica Marins, o Zé do Caixão. O personagem vive de se exibir como faquir e acaba, involuntariamente, criando uma seita, na qual seria o guru e salvador. Mas o espírito iconoclasta da figura tão bem interpretada por Mojica impede a seita de prosperar.

 

“Subterrâneos do futebol”, com seu corte sociológico, talvez ainda seja a melhor radiografia do nosso esporte mais popular. Esporte ao qual Capô sempre esteve muito ligado – passou perto de se tornar atleta profissional na juventude, quando saiu de sua Valinhos natal para treinar no Fluminense.

Nos anos 1970 dirigiu as séries Globo Shell e o programa Globo Repórter, da TV Globo. Nos anos 1980, foi diretor de núcleo da Rede Bandeirantes.

Na Globo Shell, Capô dirigiu uma série especial sobre crianças, produzida em São Paulo, que foi ao ar em março de 1973. O roteiro do também cineasta Jean Claude Bernadet, dividia o assunto em seis tópicos: A Criança na Família; A Criança fora da Família; Criança e Criatividade; Criança e Escola; Criança e Meios de Comunicação; Criança e Sociedade de Consumo.

A narrativa da série trabalhava basicamente com três elementos: depoimentos de crianças em som direto; entrevistas com pais, professores e especialistas no assunto, também com som direto; e o texto narrado por Cid Moreira.

Já no Globo Repórter, Capô assinou com Rudá de Andrade a biografia de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade para o documentário Do Sertão ao Beco da Lapa (e o mundo de Oswald), exibido no dia 27 de novembro de 1973.

Maurice Capovilla deixou ainda o longa de ficção “Harmada” (2005), baseado no romance homônimo de João Gilberto Noll e protagonizado por Paulo César Pereio. Como ator, seu último trabalho foi em 2005, no filme “Donde comienza el camino”.

Também dirigiu um documentário em homenagem ao compositor Lupicínio Rodrigues, “Nervos de aço”, título de uma das canções de Lupi, magistral cultor da dor-de-cotovelo. Grande admirador de Lupicínio, Capovilla, no entanto, tinha a alegria como divisa maior e vocação natural.

Veja parte da obra deixada por Capô:

  • Donde comienza el camino (2005) [ator]
  • Harmada (2003) [roteirista, diretor]
  • O Boi Misterioso e o Vaqueiro Menino (1980) [roteirista, diretor]
  • Bububu no Bobobó (1980) [roteirista]
  • O Todo Poderoso (1979) (telenovela) [diretor]
  • O Jogo da Vida (1977) [roteirista, diretor]
  • A Noite do Espantalho (1974) [roteirista]
  • Vozes do Medo (1972) [roteirista, diretor] (segmento “Júlia Miranda”)
  • Noites de Iemanjá (1971) [roteirista, diretor]
  • O Profeta da Fome (1970) [roteirista, diretor]
  • Audácia (1970) [ator]
  • O Ritual dos Sádicos (1970) [ator]
  • O Bandido da Luz Vermelha (1968) [ator]
  • Bebel, Garota Propaganda (1968) [roteirista, diretor]
  • Brasil Verdade (1968) [roteirista](segmento “Os Subterrâneos do Futebol”)
  • Lance Maior (1968) [produtor associado]

 

Maurice Capovilla faleceu em 29 de maio de 2021, no Rio de Janeiro, aos 85 anos.

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/05/30 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por Alba Valéria Mendonça e Daniel Silveira, G1 Rio – 30/05/2021)

(Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2021/05/30 – ESTADO DE MINAS / CULTURA / CINEMA / por Agência Estado – 30/05/2021)

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