Mary Jackson, engenheira aeroespacial profissional e líder em garantir oportunidades iguais para as gerações futuras

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A primeira engenheira negra da agência espacial norte-americana trabalhou na construção do túnel de pressão supersônico, que posteriormente serviu para testes de veículos espaciais

 

A história de Mary W. Jackson é contada no filme “Estrelas Além do Tempo”

 

Mary Jackson começou a trabalhar na agência espacial em 1951 e atingiu um cargo sênior em 1979 depois de aulas em matemática e física

 

Mary W. Jackson Sede da NASA em Washington, DC. (Foto: Nasa)

Mary Winston Jackson (Hampton, 9 de abril de 1921 — Hampton, 11 de fevereiro de 2005), matemática e engenheira aeroespacial, liderou programas que influenciaram a contratação e promoção de mulheres nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática da agência.

 

Jackson iniciou sua carreira na Unidade de Computação da Área Oeste, segregada pelo Centro de Pesquisa Langley da agência em Hampton, Virgínia.

 

Jackson iniciou sua carreira como matemática. Tempos depois, atuando na Nasa já há 5 anos, a matemática participou de um programa especial de treinamento, se tornando, em 1958, engenheira da agência.

 

Um dos seus trabalhos de destaque na NASA foi a construção, em conjunto com outros cientistas, de um túnel de alta pressão, além dos experimentos em aeronaves.

 

A história de Jackson na NASA começa em 1951, num momento em que a agência espacial ainda tinha o nome de National Advisory Committee for Aeronautics (NACA). Foi em 1958 que Jackson se qualificou como engenheira depois de ter aulas noturnas em matemática e física, chegando ao mais alto cargo do seu departamento em 1979.

 

Por quase duas décadas, durante sua carreira em engenharia, ela escreveu ou co-escreveu vários relatórios, mais focados no comportamento da camada limite de ar ao redor de aviões. Em 1979, ingressou no Programa Federal para Mulheres de Langley, onde trabalhou duro para abordar a contratação e promoção da próxima geração de matemáticas, engenheiras e cientistas. Mary se aposentou de Langley em 1985.

 

Em 2019, o presidente Donald J. Trump assinou a Lei da Medalha de Ouro do Congresso de Figuras Escondidas, que concedeu postumamente a honra a Jackson, que faleceu em 2005, e suas colegas de “Figuras Escondidas” Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Christine Darden.

 

Em 2017, Katherine Johnson, então com 99 anos, estava lá para dedicar pessoalmente uma nova instalação de pesquisa em computadores de última geração, que leva seu nome em Langley. Johnson, outro membro original da Unidade de Computação da Área Oeste, também foi homenageado como pioneiro e recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 2015. Além disso, Johnson fez parte do grupo homenageado com a Medalha de Ouro do Congresso e a Verificação e Validação Independente da NASA em Fairmont, West Virginia, também leva o nome de Johnson.

 

A história da engenheira ficou conhecida nacionalmente quando Margot Lee Shetterly escreveu, em 2016, o livro “Hidden Figures: The American Dream and the Untold Story of the Black Women Mathematicians Who Helped Win the Space Race” [ou “Figuras ocultas: o sonho americano e uma história não contada pelos matemáticos das mulheres negras que ajudaram a executar uma corrida espacial”, em tradução livre]. A obra, então, foi transformada em filme, no qual a personagem de Jackson foi interpretado pela atriz estrelada por Janelle Monáe.

 

Vida e carreira de Mary W. Jackson

 

 

Jackson nasceu em abril de 1921 e foi criada em Hampton, no estado da Virginia. Após o ensino médio, concluiu a graduação no Instituto Hampton, em 1942, com um diploma duplo em matemática e ciências físicas. Ela trabalhou como professora, guarda-livros e também se dedicou à família.

 

No entanto, foi em 1951 que sua vida mudou — a cientista foi recrutada pelo Comitê Consultivo Nacional de Aeronáutica, que em 1958 foi sucedido pela Nasa. Ela começou na área de pesquisa e computação, mas logo recebeu uma oferta para trabalhar no túnel de pressão supersônico, onde foram conduzidos testes de veículos espaciais.

Percebendo sua genialidade, seu supervisor sugeriu que ela participasse de um programa de treinamento que a permitiria ganhar uma promoção para atuar como engenheira. Porém, as aulas eram ministradas em uma instituição para brancos, de modo que ela precisou de uma permissão para se juntar aos colegas na sala de aula.

 

Mary conseguiu vencer o preconceito e completou os cursos, ganhou a promoção e, em 1958, tornou-se a primeira engenheira negra da Nasa. Nos anos seguintes, ela produziu diversos relatórios sobre o comportamento do ar ao redor de aviões, mas ficou frustrada pela diminuição das promoções.

 

Em 1979, outra reviravolta mudou seu rumo: ela ingressou no Programa Federal para Mulheres de Langley, onde guiou a contratação e promoção da próxima geração de matemáticas, engenheiras e cientistas mulheres. Jackson se aposentou  em 1985 e faleceu em 2005, aos 83 anos de idade, deixando um legado na história da luta pelos direitos da mulher e do movimento negro. Sua história é contada no filme “Estrelas Além do Tempo” (2017), no qual é interpretada pela atriz Janelle Monáe.

 

A sede da Nasa, em Washington D.C., passará a ser chamada de Edifício Mary W. Jackson, em homenagem à primeira engenheira negra da agência espacial dos Estados Unidos. O anúncio foi feito em 24 de junho por Jim Bridenstine, chefe da instituição.

 

“Mary W. Jackson fazia parte de um grupo de mulheres muito importantes que ajudaram a Nasa a conseguir colocar astronautas americanos no espaço. Mary nunca aceitou o status quo, ela ajudou a quebrar barreiras e abrir oportunidades para afroamericanos e mulheres no campo da engenharia e tecnologia ”, diss Bridenstine, em nota.

 

Em 2019, a Nasa já havia mudado o nome da rua que leva à sua sede para “Hidden Figures Way” (em tradução livre, caminho das figuras ocultas) em homenagem aos trabalhos das cientistas Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, que ajudaram a tornar possível a desejada viagem espacial.

“Estamos honrados pela Nasa continuar comemorando o legado de nossa mãe e avó Mary W. Jackson”, disse Carolyn Lewis, filha de Mary. “Ela era uma cientista, humanitária, esposa, mãe e pioneira que abriu o caminho para que milhares de outras pessoas tivessem sucesso em todo o país”.

 

Mary Winston Jackson faleceu aos 83 anos.

Sua vida profissional trouxe importantes contribuições para a ciência, além de ter um significado político para a comunidade negra dos EUA e ao redor do mundo.

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo – NOTÍCIAS / MUNDO – 25 JUN 2020)

(Fonte: https://www.msnoticias.com.br/editorias/geral-ms-noticias – NOTÍCIAS / Por: REDAÇÃO – 25/06/2020)

(Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/06 – SOCIEDADE / Por BEATRIZ LOURENÇO* – 25 JUN 2020)

*Com supervisão de Luiza Monteiro

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