Marcos Paulo, ator e diretor, destacou-se primeiro como galã de novelas.

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Uma das figuras mais gentis dos bastidores da televisão, sempre tão imerso em duelos de egos e demonstrações de vaidades.

Marcos Paulo, belo galã que foi nos anos 70 e 80 e também como o diretor preciso que se tornou com o passar dos anos.

Em uma carreira de mais de quatro décadas, iniciada ainda na adolescência, Marcos Paulo (São Paulo, 1º de março de 1951 – Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2012), destacou-se primeiro como galã de novelas. No final dos anos 1970, ele passou a se dedicar também à direção, tendo assinado trabalhos marcantes como “Dancin days” e “Roque Santeiro”. Recentemente, estreou como cineasta, em “Assalto ao Banco Central”.

Dele, que tinha apreço especial por produções de época, vale lembrar da minissérie O Primo Basílio, escrita por Gilberto Braga e Leonor Básseres a partir do romance de Eça de Queiroz e dirigida por Daniel Filho em 1988. Ali, ele foi o próprio primo do título, cujo charme perturba e desencaminha a heroína Luísa, vivida por Giulia Gam.

Como diretor, depois de imprimir o nome em produções históricas como Roque Santeiro (de 1985, e que tinha ainda Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota e Jayme Monjardim no time de diretores), Marcos Paulo assinou a delicada Força de Um Desejo (1999), em parceria com Mauro Mendonça Filho.

Mais uma vez com texto de Gilberto Braga e de novo no século 19, a novela das 18h contava a história de uma cafetina de luxo, Esther Delamare (Malu Mader), que se envolvia com um barão do café, Henrique Sobral (Reginaldo Faria) e o filho dele, Inácio (Fábio Assunção), ele sim o seu grande amor. Com atuações marcantes – como a de Selton Mello, o jovem Abelardo, e Natháia Timberg, a ressentida Idalina – e figurinos deslumbrantes, a produção se esmerou na reconstrução de época, favorecida pela opção do diretor de iluminar as cenas internas com velas.

Dos últimos tempos, vale rever também Desejo Proibido, novela das 18h escrita por Walther Negrão e que teve direção de núcleo de Marcos Paulo em 2007. Ambientada numa cidade fictícia do interior de Minas e passada na década de 30, a trama contava a história de amor de um jovem padre, Miguel (Murilo Rosa) e uma moça impetuosa que teria recebido um milagre quando criança. Leve, divertida e bonita de ver, a novela se amparou nas características que, afinal, tornaram-se as marcas do diretor: cuidado com os mínimos detalhes de produção e dedicação especial ao trabalho dos atores, que se refletiu em atuações como a de Marcos Caruso, o padre Inácio, Eva Wilma, a vilã Cândida, e Daniel de Oliveira, o inescrupuloso Henrique.

Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bixiga. Ele era filho adotivo do ator, autor e diretor Vicente Sesso, o que lhe garantiu contato precoce com a TV.

Na TV Globo, atuou em dezenas de novelas, como a primeira versão de “Gabriela” (1975) e “Tieta” (1989). Na década de 1980, em “Sinhá moça” (1986), de Benedito Ruy Barbosa, e na minissérie “O primo Basílio”, baseada no romance do escritor português Eça de Queiroz (1845-1900), na qual defendeu o papel-título.

Depois, vieram participações relevantes em “Meu bem, meu mal” (1990) – cuja direção assumiu com a novela já em andamento, em substituição a Paulo Ubiratan –, “Despedida de solteiro” (1992) e “Quatro por quatro” (1995). Mais recentemente, ele pôde ser visto em “Páginas da vida” (2006).

Sua estreia na direção aconteceu em “Dancin days” (1978) – ele dividiu a função com Dennis Carvalho e José Carlos Pieri. Já seu principal trabalho como diretor de novelas foi em “Roque Santeiro” (1985). Ele também dirigiu “Fera ferida” (1993), “Salsa e merengue” (1996) e “A indomada” (1997). Ao longo da última década, ficou responsável por “Porto dos milagres” (2001), “O beijo do vampiro” (2002), “Começar de novo” (2004) e “Desejo proibido” (2007).

No cinema, seu único trabalho como diretor de longa-metragem foi “Assalto ao Banco Central” (2010). Marcos Paulo já trabalhava na produção do que marcaria seu segundo filme como diretor. Segundo ele, “Sequestrados” seria um “thriller policial”, com parte de suas cenas gravadas no Amazonas. O elenco teria Lima Duarte, Milhem Cortaz, Fábio Lago, Vinícius de Oliveira e Eriberto Leão.

Desde 1998, Marcos Paulo era responsável por um dos núcleos de direção de programas da TV Globo. Além de novelas, o núcleo produziu episódios de “Você decide”, “Malhação”, o especial de fim de ano “Estação Globo” e o programa humorístico “Os caras de pau”.

Marcos morreu em 11 de novembro de 2012, de embolia pulmonar. Ele estava em casa, no Rio de Janeiro de 2012, e tinha 61 anos de idade.
(Fonte: http://g1.globo.com – Do G1 Rio de Janeiro – 12/11/2012)
(Fonte: http://entretenimento.r7.com/famosos-e-tv/noticias – 12/11/2012)
(Fonte: http://veja.abril.com.br/blog – Patrícia Villalba – 12/11/2012)

Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951, e foi criado no bairro do Bixiga. É filho adotivo do ator, diretor, produtor e autor de TV Vicente Sesso. Por isso, desde muito cedo, tomou contato com o universo da televisão. Como na época as emissoras ainda não tinham estruturas de produção muito desenvolvidas, era comum que boa parte do trabalho fosse concluído na casa de Vicente Sesso. Lá eram finalizados cenários e figurinos – depois transportados em um caminhão para os estúdios – e ocorriam ensaios de programas. Marcos Paulo cresceu entre os marceneiros e técnicos de televisão e em contato com alguns dos maiores atores da época, como Fernanda Montenegro, Francisco Cuoco e Sérgio Britto.

Aos cinco anos, Marcos Paulo começou a trabalhar com o pai, fazendo teatro infantil. Logo depois, iniciou sua carreira na televisão atuando em adaptações de peças infantis. Em 1967, fez sua primeira novela na TV Excelsior de São Paulo: O Morro dos Ventos Uivantes. Trabalhou também na TV Record, em Ana, a Professorinha (1968), e na TV Bandeirantes, em Era Preciso Voltar (1969), ambas novelas escritas por Sylvan Paezzo. Ainda em 1969, trabalhou ao lado de Fernanda Montenegro, Francisco Cuoco e Tônia Carrero na novela Sangue do Meu Sangue, escrita por seu pai, apresentada pela TV Excelsior.

Marcos Paulo começou a trabalhar na TV Globo em 1970. Sua estreia foi na novela Pigmalião 70, de Vicente Sesso, ao lado de Sérgio Cardoso e, mais uma vez, de Tônia Carrero. Em seguida, trabalhou em Próxima Atração (1970), também de Walther Negrão, e em Minha Doce Namorada (1971), de Vicente Sesso, sempre em papéis de galãs de boa-índole. Na novela seguinte, entretanto, interpretou seu primeiro vilão: Rafa, o líder de uma gangue de motociclistas arruaceiros na novela O Primeiro Amor, de Walther Negrão.

Em 1972, o ator fez parte do elenco do primeiro programa gravado em cores da TV brasileira: Meu Primeiro Baile, Caso Especial adaptado por Janete Clair da peça Carnet de Bal, de Jacques Prevert. Também em 1972, trabalhou em Uma Rosa com Amor, de Vicente Sesso. Seu personagem, o jovem ator iniciante Sérgio, vivia um romance com Roberta, uma atriz mais velha e experiente, vivida por Tônia Carrero. Em 1973, atuou na novela Carinhoso, de Lauro César Muniz, como o piloto de corridas Eduardo. Seu personagem formava um triângulo amoroso com Regina Duarte e Cláudio Marzo.

Nos anos seguintes, trabalhou em diversas novelas, como Fogo Sobre Terra (1974), de Janete Clair; Gabriela (1975), de Walter George Durst; O Grito (1975), de Jorge Andrade; O Casarão (1976), de Lauro César Muniz; e Nina (1977), de Walter George Durst. Estava escalado para trabalhar na primeira versão de Roque Santeiro, em 1975, mas a novela foi censurada.

Em 1978, já consagrado como ator, Marcos Paulo passou cinco meses nos Estados Unidos fazendo um curso de direção na New School. Quando retornou ao Brasil, estreou como diretor na novela Dancin’ Days, de Gilberto Braga, ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri. Os três assumiram a direção da novela a partir do capítulo 75, no lugar de Gonzaga Blota.

Marcos Paulo dirigiu também as novelas Brilhante (1981), de Gilberto Braga; Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes; Fera Ferida (1993) e A Indomada (1997), de Aguinaldo Silva; Salsa e Merengue (1996), de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa; Meu Bem Querer (1998), de Ricardo Linhares; Força de um Desejo (1999), de Gilberto Braga; Porto dos Milagres (2001), de Aguinaldo Silva; e O Beijo do Vampiro (2002), de Antônio Calmon.

Dirigiu ainda os seriados Plantão de Polícia (1979) – no qual também atuou –, Delegacia de Mulheres (1990) e Carga Pesada (2003), além da minissérie Parabéns pra Você (1983), de Bráulio Pedroso. Participou do projeto de criação do seriado Armação Ilimitada, em 1985, e foi diretor de alguns episódios do Caso Especial (1972-1992) e do Você Decide (1992). Dirigiu também alguns programas musicais da série Grandes Nomes (1981) ao lado de Daniel Filho, que criou o projeto em 1981.

Em 1993, Marcos Paulo foi um dos idealizadores do programa Radical Chic, junto com Miguel Paiva, criador da personagem. Em princípio, seriam quadros inseridos na programação do Fantástico, mas José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, resolveu aproveitar a ideia e fazer um programa de games voltado para adolescentes.

Depois de um período dedicado apenas à direção, Marcos Paulo voltou a atuar na novela Eu Prometo (1983), de Janete Clair, e no episódio As Dores do Parto, da Quarta Nobre. Nessa época, trabalhou também como ator em Corpo a Corpo (1984), de Gilberto Braga, e em Sinhá Moça (1986), de Benedito Ruy Barbosa – trabalho pelo qual recebeu o prêmio de melhor ator em Montreaux, na Suíça, no Golden Rose Festival. Em Brega e Chique (1987), de Cassiano Gabus Mendes, viveu seu primeiro personagem cômico, o Luiz Paulo.

Em 1988, interpretou o papel-título da minissérie O Primo Basílio, adaptação de Gilberto Braga e Leonor Bassères do romance de Eça de Queiroz. Depois disso, atuou em O Salvador da Pátria (1989), de Lauro César Muniz. Em seguida, fez as novelas Tieta (1989) e Meu Bem, Meu Mal (1990), de Aguinaldo Silva; Despedida de Solteiro (1992), de Walther Negrão; Olho no Olho (1993), de Antonio Calmon; Quatro por Quatro (1994), de Carlos Lombardi; Cara e Coroa (1995), de Antonio Calmon; e Por Amor (1997), de Manoel Carlos. Em 2004, protagonizou a novela Começar de Novo, de Antonio Calmon e Elizabeth Jhin, e, em 2006, fez parte do elenco de Páginas da Vida, de Manoel Carlos. Também participou das minisséries Meu Destino é Pecar (1984), A, e, i, o… Urca (1989) e Tereza Batista (1992).

No teatro, entre vários trabalhos, atuou em Quando as Máquinas Param (1971), de Plínio Marcos, e Deus lhe Pague, de Joracy Camargo. No final dos anos 1970, montou a peça As Gralhas, de Bráulio Pedroso – pela qual recebeu o prêmio Mambembe como diretor-revelação –, e Sinal de Vida, de Lauro César Muniz. Em 1972, estreou no cinema em Eu Transo… Ela Transa, de Pedro Camargo. Trabalhou nos filmes Mais que a Terra (1990), de Elizeu Ewald; Apolônio Brasil (2003), de Hugo Carvana; Diário de um Novo Mundo (2005), de Paulo Nascimento e Se Eu Fosse Você 2 (2009), de Daniel Filho, entre outros.

Em 1998, Marcos Paulo assumiu um dos núcleos de direção de programas da TV Globo. Sob sua responsabilidade, foram produzidas as novelas Meu Bem Querer (1998), Força de um Desejo (1999), Porto dos Milagres (2001), O Beijo do Vampiro (2002), Começar de Novo (2004) e Desejo Proibido (2007). Outros programas também produzidos pelo Núcleo Marcos Paulo foram Você Decide, Malhação, o especial de fim de ano Estação Globo e Os Caras de Pau.

(Fonte: http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo – 04/2012)

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