Luiz Werneck Vianna, cientista social, autor do clássico Liberalismo e Sindicato no Brasil, atuou como advogado de presos políticos, trabalhou ao lado de Fernando Henrique Cardoso no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap)

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Sociólogo Luiz Werneck Vianna, foi professor da PUC-RJ e militante contra a ditadura

O cientista social Luiz Werneck Vianna. (Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO) © Fornecido por Estadão

Luiz Werneck Vianna (nasceu em 1938 no Rio de Janeiro – faleceu em 21 de fevereiro de 2024, no Rio de Janeiro), cientista social, sociólogo, professor e ex-presidente da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais).

Autor do clássico Liberalismo e Sindicato no Brasil (Editora Paz e Terra, 1976), atuou em mais de uma dezena de instituições universitárias pelo País. Atualmente, era professor do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), contribuindo com textos de opinião para o Estadão e outros veículos de comunicação.

O acadêmico foi autor de livros como “Liberalismo e Sindicato no Brasil” (1976), “Esquerda Brasileira e a Tradição Republicana” (2006) e a “A Judicialização da Política e das Relações Sociais no Brasil” (1999). Foi mestre em ciência política pelo Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) e doutor em sociologia pela USP.

Nascido em 1938 no Rio de Janeiro, Werneck Vianna foi criado no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio, e frequentou colégios de elite, como Santo Inácio, Andrews, Pedro II e Anglo-Americano. No ano de 1958, ingressou na faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), concluindo o curso em 1962. Também graduou-se em ciências sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1967.

No início da década de 1960, entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB), sendo perseguindo pela ditadura militar (1964-1985) a partir de 1968, quando cursava mestrado no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). “As aulas começaram em 1969, mas não deu para completar o curso porque faltando um semestre pra finalizá-lo fui ‘selecionado’ pelo DOI-Coi para participar de uma temporada com eles e não aquiesci, me escondi. Essa minha corrida me levou a São Paulo, e de São Paulo fui para o Chile”, relatou Werneck Vianna em entrevista concebida a Celso Castro e Lúcia Lippi Oliveira em 2005.

Werneck Vianna retornou de seu exílio no Chile em 1971, sendo detido por seis meses após chegar no Brasil. Após sair da prisão, atuou como advogado de presos políticos. Em São Paulo, foi acolhido por Carlos Estevão, Fernando Henrique Cardoso e Francisco Weffort. Ao lado de FHC, trabalhou no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Além disso, foi orientado por Weffort durante o seu doutorado em Sociologia na Universidade de São Paulo (USP).

No ano de 1974, Werneck Vianna colaborou na formulação do programa político do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). No ano seguinte, fugindo da repressão ao Partido Comunista do Brasil na capital paulista, retornou ao Rio e, escondido na casa do dramaturgo Paulo Pontes, companheiro da época de CPC, escreveu sua tese “Liberalismo e Sindicato no Brasil.

Principais Obras:

Liberalismo e Sindicato no Brasil (1976);
A Revolução Passiva- iberismo e americanismo no Brasil (1997);
A Judicialização da Política e das Relações Sociais (1998);
A Democracia e os três poderes no Brasil (2002);
A Modernização e o Moderno (20012); entre outros.
Recebeu os seguintes prêmios:

Sergio Buarque de Holanda, em 1997
Florestan Fernandes, da Sociedade Brasileira de Sociologia (2012)
Prêmio ANPOCS de Excelência Acadêmica Antonio Flavio Pierucci em Sociologia, da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) (2014)

Werneck Vianna faleceu na quarta-feira, 21, no Rio de Janeiro, aos 86 anos.
Em nota, o Cidadania lamentou a morte do professor da PUC-RJ. “Intelectual da mais alta qualidade, sempre teve o entendimento de que a política feita de maneira honesta e transparente e baseada na busca de consensos é o único caminho para o desenvolvimento social e econômico de uma Nação”, diz o texto.

A PUC do Rio de Janeiro, onde lecionou, publicou nota de pesar afirmando que ele foi um intelectual de “grande relevância para o campo da sociologia e para a comunidade acadêmica como um todo”, deixando “‘marca indelével na história do pensamento social do Brasil”.

“Durante sua trajetória, contribuiu de forma significativa para o avanço do conhecimento científico e para o debate público, sempre pautado pela ética, pela integridade e pelo compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e democrática.”

O Observatório das Metrópoles, da UFRJ, também repercutiu o falecimento. “Werneck, importante figura intelectual no Brasil e na América Latina, deixa um legado imensurável de estudos e análises sobre a sociedade brasileira, com destaque para sua obra seminal ‘A Revolução Passiva’”, declarou a instituição por meio de nota.
(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Estadão Conteúdo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História de Zeca Ferreira – 21/02/2024)
(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – 21/02/2024)
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