Leslie e Orgel, foi o pai da teoria do “mundo de RNA”, que estabelecia o RNA como predecessor do DNA

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Orgel, pai da teoria do mundo de RNA

 

Leslie Orgel

Leslie Orgel, pai da teoria do mundo de RNA. – (Foto: Salk Institute/ Reprodução)

 

Leslie Eleazer Orgel (Londres, 12 de janeiro de 1927 – San Diego, Califórnia, 27 de outubro de 2007), químico inglês, um dos maiores estudiosos da origem da vida.

Orgel foi o pai da teoria do “mundo de RNA”, que estabelecia o RNA como predecessor do DNA.

O RNA hoje auxilia o DNA no organismo humano, além de carregar o genoma de certos vírus. Orgel propôs que ele tenha reinado como único replicador antes do surgimento do DNA.

Ele foi um dos primeiros cientistas a sugerir que o RNA (ácido ribonucléico) foi a primeira molécula a servir de base para a vida, antecedendo a existência do DNA.

Trabalhando no Instituto Salk, nos Estados Unidos, Orgel tentou desvendar as reações que levaram ao surgimento das primeiras formas de vida, bilhões de anos atrás.

Ficou conhecido pela frase “a evolução é mais esperta que você”, ou Segunda Lei de Orgel, frequentemente usada para combater argumentos criacionistas.

 

 

 

 

Leslie Orgel, bioquímico que estudou origens da vida

Leslie Eleazer Orgel

Leslie E. Orgel, pai da teoria do mundo de RNA. (Credito: Instituto Salk)

Leslie E. Orgel, foi um bioquímico cujos estudos de vida adiantada na terra primitiva ajudou a conduzir à formação de uma teoria agora amplamente aceita sobre o desenvolvimento do DNA.

Orgel também avançou uma nova ideia sobre a possível chegada da vida do espaço exterior.

Orgel e outros começaram a fazer perguntas seminais sobre as origens bioquímicas do DNA na década de 1960, à medida que a estrutura molecular do DNA ou do ácido desoxirribonucléico estava sendo desvendada e seu papel como armazém de instruções genéticas estava sendo mais amplamente compreendido.

Trabalhando de forma independente, Leslie Orgel, Francis Crick e Carl R. Woese propuseram que outro ácido nucleico, conhecido como RNA, poderia ter sido o precursor do DNA. RNA ou ácido ribonucleico, trabalha para transportar as instruções genéticas do DNA aos criadores de proteínas básicas, os ribossomos. Em documentos separados, os três pesquisadores sugeriram que o RNA já desempenhara um papel mais elementar na criação de uma biblioteca de informações genéticas, em última instância, para permitir que os organismos se replicassem.

Suas ideias se tornaram conhecidas amplamente como a “teoria do mundo do RNA”, que foi explorada mais profundamente por Leslie Orgel e Stanley L. Miller em um livro de 1974, “As origens da vida na Terra”. O livro cobre o desenvolvimento da energia solar sistema, atmosfera prematura da Terra e outras condições prévias necessárias para a vida biológica, e considera possíveis precursores do ARN.

Gerald F. Joyce, professor de química e biologia molecular no Scripps Research Institute em San Diego, disse em uma entrevista que o livro “estabelece a agenda experimental para todo o problema da vida na Terra”, uma agenda que “permanece relevante e que o campo continua a perseguir.

Leslie Orgel mais tarde colaborou com o Dr. Crick, seu colega vencedor do Nobel em Salk, em refinar a noção provocadora de que as sementes da vida podem realmente ter vindo do alcance do espaço. O conceito, conhecido como panspermia dirigida, propõe que microorganismos interestelares, como esporos e bactérias, tenham sido semeados por uma inteligência superior. A noção tem detratores e adeptos, mas para Leslie Orgel, fazia parte de uma investigação de longo alcance sobre os começos da vida e a possibilidade de fenômenos semelhantes em todas as galáxias.

Na década de 1970, como parte dessa investigação, ajudou a Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço na análise das descobertas das missões Viking a Marte. Leslie Orgel e outros analisaram os componentes do solo em Marte e sua capacidade de sustentar a vida.

Sua primeira pesquisa havia sido no campo da química inorgânica, no que equivalia a uma carreira científica separada. Como cientista jovem, Leslie Orgel estudou a estrutura molecular e a ligação de metais e escreveu um livro de texto influente, “Uma Introdução à Transição – Química de Metal: Teoria do Campo do Ligando” (1960).

Leslie Eleazer Orgel nasceu em Londres. Ele recebeu o curso de graduação e doutorado na Universidade de Oxford, onde estudou química.

Depois de realizar pesquisas em Cambridge, na Universidade de Chicago e no Instituto de Tecnologia da Califórnia, ele se juntou ao Laboratório de Evolução Química da Salk. Embora ele tenha sido oficialmente aposentado, o Dr. Orgel continuou sua pesquisa até várias semanas atrás.

Em 1990, ele foi nomeado membro da Academia Nacional de Ciências. Ele também era um colega da Royal Society. Ele se tornou cidadão americano na década de 1980.

Escrevendo na revista Nature em 2006, Leslie Orgel refletiu em sua missão de compreender os 4,5 bilhões de anos de vida na Terra, uma história que ele descreveu como “território intelectual caótico”.

Além da cronologia rudimentar, ele disse: “quase tudo o mais sobre a origem da vida permanece obscuro”.

Ele acrescentou que apenas pesquisas cada vez mais penetrantes poderiam revelar “os passos detalhados que levaram da química abiótica sem restrições à complexidade organizada da bioquímica”.

Leslie Orgel morreu em 27 de outubro de 2007, aos 80 anos na Califórnia. A causa foi o câncer de pâncreas, disse um porta-voz do Instituto Salk para Estudos Biológicos em San Diego, onde o Dr. Orgel esteve na faculdade desde 1964.

(Fonte: The New York Times Company – CIÊNCIA / 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia – FOLHA DE S.PAULO – CIÊNCIA – MEMÓRIA / Da redação – São Paulo, 2 de novembro de 2007)

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“DNA” artificial dá pistas sobre surgimento da vida

Pesquisadores nos EUA criaram uma molécula artificial que pode explicar como ocorreu a transição entre o mundo sem vida e o aparecimento do RNA (e depois do DNA), um dos maiores enigmas da ciência. O achado ajuda a criar hipóteses sobre como a vida emergiu na sopa química dos oceanos primordiais da Terra, há mais de 3 bilhões de anos.

Nos organismos existentes hoje, o código genético está escrito em DNA (ácido desoxirribonucleico), que carrega a receita para fazer proteínas (as moléculas que fazem tudo na célula). O DNA, no entanto, é complexo demais para ter sido o primeiro transmissor de informação genética.

 

RNA / DNA (ácido ribonucleico)

 

 

Uma parte da fita do DNA, onde ficam as bases nitrogenadas, é responsável pelo pareamento (A-T e C-G) que permite a transmissão da informação. O resto do DNA é estrutura auxiliar: um esqueleto feito de fosfatos e açúcares onde as bases nitrogenadas se ligam.

 

A montagem da fita, entretanto, só pode ser feita com a ajuda de proteínas especiais que aceleram reações químicas, as enzimas.

 

Ao criar o tPNA (o ácido nucleico peptídico de tioéster), uma molécula que consegue agregar bases nitrogenadas sem precisar de enzimas, os cientistas mostraram que é possível que existissem moléculas mais simples do que o DNA transmitindo informação. O tPNA é mais simples até do que o RNA (ácido ribonucleico), que a maioria dos cientistas acha hoje que precedeu o DNA no papel de replicador.

 

Esqueleto novo

 

Os cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps e do Instituto Salk, ambos na Califórnia, criaram um novo tipo de esqueleto, feito de aminoácidos, os “tijolos” que formam as proteínas. Os aminoácidos seguram as bases nitrogenadas com muito menos vigor do que os fosfatos e açúcares do DNA. Isso faz com que as bases possam se agregar ao tPNA mesmo sem a presença de enzimas.

 

Sabe-se que os oceanos da Terra primitiva eram repletos de aminoácidos. Com a prova agora de que bases nitrogenadas podem se fixar em uma estrutura de aminoácidos, existe uma pista sobre como as informações se transmitiam antes do surgimento do RNA.

 

O estudo foi publicado na última edição da revista “Science”. Um de seus autores foi o químico britânico Leslie Orgel (1927-2007). Orgel foi o pai da teoria do “mundo de RNA”, que estabelecia o RNA como predecessor do DNA.

 

O RNA hoje auxilia o DNA no organismo humano, além de carregar o genoma de certos vírus. Orgel propôs que ele tenha reinado como único replicador antes do surgimento do DNA.

 

“Apesar de a hipótese consensual para a molécula que originou a vida ser o RNA, este é considerado por alguns muito complexo para ter sido a primeira molécula capaz de se autorreplicar. Logo, especula-se que polímeros mais simples teriam antecedido o RNA e depois sido substituídos por ele”, diz o biólogo goiano Paulo Amaral, da Universidade de Queensland, na Austrália.

“Por outro lado, também é consenso que esses sistemas ainda são muito artificiais. Não temos ideia do que realmente estava lá há cerca de 4 bilhões de anos”, afirma.

Falta agora mostrar se o tPNA pode se replicar indefinidamente. “Eles não mostraram isso”, diz Amaral. “Nem que o sistema evolui (no sentido de evolução darwinista). Mas o primeiro passo foi dado.”

(Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2009/06/16 – CIÊNCIA – 16/06/2009)

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