Leon Eliachar, escritor, jornalista e humorista egípcio, radicado no Brasil desde a infância.

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“Sou casado, mas não uso aliança, por que o importante é que se use a mulher, não a aliança.” (Leon Eliachar, 1969).

Leon Eliachar (Cairo, Egito, 12 de outubro de 1922 – Rio de Janeiro, 29 de maio de 1987), escritor, jornalista e humorista egípcio, radicado no Brasil desde a infância, autor de livros como O Homem ao Cubo e O Homem ao Quadrado. E de mais três livros que venderam meio milhão de exemplares, foi assassinado. Eliachar foi encontrado morto em seu apartamento no dia 29 de maio de 1987, com um tiro no rosto, aos 64 anos, no Rio de Janeiro. Foi um serviço de profissionais – silêncioso e sem testemunhas. Uma única bala, calibre 32, penetrou na boca, atingiu o cérebro. Apenas três dias depois, quando a empregada Maria das Dores da Silva entrou no apartamento é que o crime foi descoberto. Com as mãos amarradas pelos fios de seu aparelho de barbear, enrolado num cobertor, o humorista foi assassinado – numa tragédia onde todas as pistas apontam para o desfecho sangrento de um triângulo amoroso.

Aos 64 anos, dois casamentos desfeitos, Eliachar vivia só mas tinha uma mania – gravar as conversas que mantinha pelo telefone. A polícia descobriu 52 fitas com essas conversas, boa parte delas contendo seus diálogos com Vera Araújo, dona de um butique em Palmas, a 385 quilômetros de Curitiba, casada com o vereador Alberto Araújo, uma das pessoas mais ricas da cidade, com quem Eliachar sustentava um romance há dois anos e meio. “Ele ameaçou te matar caso fizesse o quê?”, perguntou Eliachar, num dos diálogos gravados. “Caso eu saísse”, responde Vera, contando que o marido ameaçara amarrá-la em casa, tirar a guarda dos filhos. Seguindo essa pista, no início a polícia pensou que o próprio Araújo fosse o assassino. Mais tarde, quando o marido sustentou que não saíra da cidade nos últimos 15 dias, a suspeita tomou outro rumo – o de que Araújo tivesse contratado dois pistoleiros para liquidar o amante de sua mulher.
(Fonte: Veja, 10 de junho de 1987 – Edição n° 979 – POLÍCIA/ Trio de Sangue – Pág; 44 – DATAS – Pág; 109)

Leon Eliachar nasceu na cidade do Cairo, no Egito, no dia 12 de outubro de 1922. Veio muito pequeno para o Brasil e se tornou um dos melhores jornalistas de humor da imprensa falada e escrita, após ter atingido a idade da razão — ou do disparate, como costumava dizer. Era tão brasileiro como qualquer brasileiro, embora conste que nunca tenha se naturalizado.

Jornalista desde os 19 anos de idade, trabalhou em diversos jornais e revistas, fixando-se, por último, na “Ultima Hora”, onde, seguindo o exemplo de Aporelly (o Barão de Itararé) nos tempos de “A Manhã” com “A Manha”, mantinha uma página, às vezes reduzida a meia, com o título de “Penúltima Hora”. Justificava o nome da página com a legenda “Um jornal feito na véspera”.

Colaborador (arrependido, segundo o autor) dos argumentos de dois filmes carnavalescos, foi autor de programas de rádio e secretário da revista “Manchete”.

Em 1956 foi laureado com o primeiro prêmio (“Palma de Ouro) na IX Exposição Internacional de Humorismo realizada na Europa — Bordighera, Itália, por sua definição de humor acima citada, e uma historieta, “O Judeu” (leia em “Contos”, no Releituras), sobre o qual afirmou ter podido escrever sem parecer anti-semita, pois ele próprio era judeu.

Há pouquíssimo material sobre o biografado. A maior parte são artigos escritos por ele e por amigos, todos muito bem humorados, cheios de nonsense, o que bem demonstra o espírito do biografado.

Leon Eliachar foi assassinado na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1987. Segundo o noticiário da época, a mando de um rico fazendeiro paranaense com cuja esposa o autor vinha mantendo um romance.
(Fonte: www.releituras.com – Arnaldo Nogueira Jr
29/06/2012)

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