Koellreutter, compositor e maestro considerado o papa da música dodecafônica no Brasil.

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Hans-Joachim Koellreutter (Freiburg, Alemanha, 2 de setembro de 1915 – São Paulo, 13 de setembro de 2005), compositor e maestro alemão que viveu no Brasil, fundador do revolucionário movimento Música Viva, em 1938.

Hans-Joachim Koellreutter, compositor e maestro um dos mais importantes músicos do país, alemão naturalizado brasileiro considerado o papa da música dodecafônica no Brasil.

Koellreutter chegou ao Brasil na década de 1930, fugindo do regime nazista na Alemanha. Aportou no Rio de Janeiro e morou na pensão da mãe de Tom Jobim, onde conheceu o maestro brasileiro e se tornou seu professor.

A partir de então, Koellreutter começou a viver como professor de música. Trabalhou na Proarte (em São Paulo) e na Universidade Federal da Bahia, onde dirigiu o departamento de música e influenciou diversos dos artistas que viriam a criar o movimento tropicalista.

O compositor resumiu sua filosofia como professor: “Aprendo com o aluno o que ensinar. São três preceitos: 1) não há valores absolutos, só relativos; 2) não há coisa errada em arte; o importante é inventar o novo; 3) não acredite em nada que o professor disser, em nada que você ler e em nada que você pensar; pergunte sempre o por quê.”

CRONOLOGIA

02.set.1915 – Nasce em Freiburg, na Alemanha

1934 a 1936 – Estuda composição na Academia Superior de Música de Berlim e flauta no Conservatório de Música de Genebra, na Suíça

1935 – Cria o “Círculo de Trabalho para a Nova Música”, um grupo contra o nazismo e sua política cultural, o que lhe rende perseguições

16.nov.1937 – Muda-se para o Rio de Janeiro, fugindo do nazismo, após denúncia de que estaria noivo de uma judia, feita por parentes à Gestapo

1938 – Começa a lecionar no Conservatório de Música do Rio de Janeiro

1939 – Cria com Egídio de Castro e Silva o grupo Música Viva, que assume o dodecafonismo como uma nova técnica de compor. Desempregado e sem pátria, trabalha na gravação de música em chapas de chumbo em uma editora de origem alemã, o que lhe intoxica gravemente

1940 – É editada por um ano a revista “Música Viva”

1940 – É nomeado membro do Instituto Interamericano de Musicologia, de Montevidéu

1942- Funda o Quinteto Instrumental de São Paulo. Fica preso por três meses em São Paulo, suspeito de espionagem

1944 – Em maio é lançado o “Primeiro Manifesto” pelo grupo Música Viva. No mesmo mês, torna-se apresentador de uma série de programas na Rádio MEC sobre música contemporânea e o grupo Música Viva

1944 – É convidado pelo maestro húngaro Szenkar, criador da Orquestra Sinfônica Brasileira, a ser primeiro flautista e um dos fundadores da orquestra

1946 – É lançada a “declaração de princípios” do movimento Música Viva conhecido como “10Manifesto 46”. Leciona no Instituto Musical de São Paulo

1948 – Naturaliza-se brasileiro

1948 – Atua como diretor do Primeiro Curso Internacional de Composição Dodecafônica em Milão (Itália)

1949 – Dirige o concerto inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo

nov.1950 – Compositor Camargo Guarnieri publica crítica ao dodecafonismo na “Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil”

1952 – Funda a Escola Livre de Música de São Paulo, da qual assume o cargo de diretor até 1958

1954 – Cria a Escola de Música da Bahia, onde também trabalha como diretor até 1962

1960 – Lança seu primeiro livro, “Jazz Harmonia”

1962 – Muda-se para Berlim como artista residente, graças à bolsa que recebe da Fundação Ford

1963 – Chefia o departamento de programação internacional do Instituto Goethe, em Munique, República Federal da Alemanha

1964 – Recebe o título honoris causa da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Dirige o Instituto Cultural da RFA em Nova Délhi, na Índia, além de representar o Instituto Goethe na Índia e no Ceilão (atual Sri Lanka)

1966 – Funda a Escola de Música de Nova Délhi, da qual se torna diretor

1969 – Muda-se para o Japão como diretor do Instituto Cultural da RFA em Tóquio e representante do Instituto Goethe no Japão e na Coréia do Sul

1975 – Regressa ao Brasil como diretor do Instituto Cultural Brasil-Alemanha e volta a lecionar música em diferentes instituições

1981 – Recebe o título de cidadão honorário carioca

20.mai.1983 – É empossado diretor do Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, de Tatuí (SP)

1984 – Deixa o Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, por falta de recebimento do salário

31.mai.1987 – É lançado, no MASP, o primeiro LP brasileiro registrando as obras compostas pelo artista desde 1941

26.jun.1987 – Recebe a Medalha de Honra da Inconfidência do governo de Minas Gerais

1987 – Recebe a Medalha do Mérito da Universidade de São Paulo e passa a ser professor visitante do Instituto de Estudos Avançados (IEA), da USP

1992 – Recebe o Prêmio Régio da Indústria da Comunidade Européia

23 a 30.nov.1995 – É homenageado pela 11ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea

13.set.1996 – Estréia “Café”, ópera com libreto de Mário de Andrade, em Santos (SP)

1997 – Recebe o Prêmio Ministério da Educação na categoria música

2000 – É homenageado, juntamente com Haroldo de Campos e Tomie Ohtake, na Fundação Japão

11.set.2000 – É homenageado no MIS com concerto e lançamento de CDs e de dois vídeos: “Concertos Comentados” e “Koellreuter: A Música Transparente”

21.dez.2000 – É recebido como membro honorário da Academia Brasileira de Música

2001 – São lançados dois livros sobre a obra de Koellreutter: “Música Viva e H.J. Koellreutter”, de Carlos Kater, e “Koellreuter educador”, de Teca Alencar de Brito

13.set.2005 – Koellreutter morre aos 90 anos em São Paulo, após uma parada cardíaca.

(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 26 de novembro de 2009 – EDIÇÃO 838 – Citações)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – da Folha de S.Paulo – do Bando de Dados – 14 de setembro de 2005)

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