Juan Vicente Gómez, general militar, foi presidente da Venezuela, fixou o padrão de corrupção, que durante seu longo governo roubou centenas de milhões de dólares

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Dos pequenos aos grandes países, o golpe sempre começa com o descontentamento militar e termina com promessas de uma nova política

Juan Vicente Gómez (Foto: www.fimfiction.net/Reprodução)

Juan Vicente Gómez (Foto: www.fimfiction.net/Reprodução)

Juan Vicente Gómez (24 de julho de 1857 – 17 de dezembro de 1935), general militar, foi presidente da Venezuela, fixou o padrão de corrupção, que durante seu longo governo roubou centenas de milhões de dólares, para si, e quantias substanciais para sua família e seus companheiros militares.

Quando morreu, em dezembro de 1935, seus sucessores, General Eleazer López Contreras (1935/1941) e Isaías Medina Angarita (1941/1945), mantiveram a tradição.

Cada um deles apropriou-se de mais ou menos 13 milhões de dólares durante o tempo que estiveram no poder, fugindo para os Estados Unidos depois da revolução de 1945.

Marcos Pérez Jiménez (1914-2001), o jovem oficial que comandara a revolução, foi o pior que todos os seus antecessores, fugindo para a Flórida com uma quantia avaliada em um quarto  de bilhão de dólares.

Ao que tudo indica, Pérez Jiménez fugiu com mais de 250 milhões, fortuna considerável. Mas essa corrupção não é de maneira alguma uma justificativa infalível para o golpe de Estado.

Poucos conseguiram voltar, como Pérez Jiménez, deposto em janeiro de 1958 e eleito senador da Venezuela, em 1968. A maioria se limita às intermináveis manobras políticas, complicadas e inofensivas, na eterna esperança de que, numa madrugada próxima, a traição, a audácia e a força bruta se reunirão novamente na América Latina, para que um outro golpe de Estado lhes devolva por alguns anos – ou talvez por alguns dias – o poder perdido.

Na série de golpes bem sucedidos mostra que, apesar da promoção feita em torno das guerrilhas e da revolução popular, o golpe de Estado foi a maneira mais eficiente de se fazer política à margem do jogo democrático.

O ativismo civil permanece atuante em toda América Latina sob a moderna forma de guerrilhas ou seguindo a linha tradicional do terrorismo. A lealdade aparente dos conspiradores deve ser mantida até o último momento.

Quando a conspiração começa a amadurecer, surgem em circulação nos quartéis (o golpe só pode ser dado por quem tenha o controle ou o comando direto das tropas) os primeiros programas de reformas do futuro governo revolucionário.

Mesmo depois que o golpe está nas ruas, a hesitação se justifica: enquanto o presidente não estiver preso, morto ou exilado, a vitória é duvidosa.

De uma maneira geral, é o Exército, como Arma mais forte, que resolve a sorte dos golpes de Estado na América Latina.

(Fonte: Veja, 1º de outubro de 1969 – Edição 56 – INTERNACIONAL/ Por E. Liewven – Pág: 42/43/44)

 

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