José Arthur Giannotti, era um dos maiores nomes da filosofia brasileira e se dedicou ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein

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Filósofo José Arthur Giannotti, era referência crítica do pensamento marxista

 

Professor emérito da USP, intelectual foi um dos fundadores do Cebrap e integrava grupo de estudos de FHC nos anos 1960

 

Professor José Arthur Giannotti, em foto de 2014. — (Foto: Marcos Santos / USP Imagens)

 

José Arthur Giannotti (São Carlos, no Interior de São Paulo, em 25 de fevereiro de 1930 – São Paulo, 27 de julho de 2021), professor, filósofo, considerado um dos maiores nomes da filosofia brasileira, era professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) e ajudou a fundar o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), entidade de estudos sociais e de formulação de políticas que surgiu em 1969 e reunia opositores do regime militar.

 

Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Giannotti era um dos maiores nomes da filosofia brasileira e se dedicou ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein.

 

Giannotti era um dos mais respeitados estudiosos da obra de Karl Marx no Brasil, autor de obras que se concentram na reflexão sobre o trabalho. Após se mudar para a capital paulista com a família, decidiu ingressar na USP por influência do escritor Oswald de Andrade, que conheceu na adolescência. Entre as décadas de 1950 e 1960 fundou o grupo “Seminários Marx”, que também tinha entre seus participantes historiadores, economistas, cientistas sociais, críticos literários e filósofos – entre eles Fernando Henrique Cardoso, Paul Singer, Ruth Cardoso e Roberto Schwarz, em diferentes gerações.

Presidiu o Cebrap de 1984 a 1990 e entre 1995 e 2001. Foi membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e de diversos conselhos deliberativos da área educacional e científica, como da Sociedade Brasileira de Pesquisa Científica (SBPC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Publicou, entre outras obras, os livros Apresentação do mundo (1995), Certa herança marxista (2000), O jogo do belo e do feio (2005) e Lições de filosofia primeira (2011), todos pela Companhia das Letras.

Publicações

Entre os livros publicados por Giannotti estão “Origens da dialética do trabalho: estudo sobre a lógica do jovem Marx”, tese de livre-docência defendida em 1966 e publicada em 1985; e “Trabalho e reflexão: ensaios para uma dialética da sociabilidade”, de 1983.

Em 2020, lançou “Heidegger/Wittgenstein: confrontos” aos 90 anos. Em entrevista à revista Época, ele disse que se tratava de seu “melhor livro”.

Com quase 500 páginas, a publicação esmiúça o pensamento do alemão Martin Heidegger (1889-1976) e do austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951).

Biografia

José Arthur Giannotti nasceu em São Carlos, no Interior de São Paulo, em 25 de fevereiro de 1930. Seu pai se mudou para a capital paulista porque queria que todos os quatro filhos tivessem educação superior.

Giannotti ingressou na Universidade de São Paulo na década de 1950 e tornou-se professor livre-docente em 1960. Foi professor emérito da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL/USP) e diretor do Departamento de Filosofia.

Também lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e foi professor titular na área de Filosofia política no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-UNICAMP).

Teve participação na política nacional, tendo participado do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) como membro da Comissão Nacional de Educação.

José Giannotti faleceu em 27 de julho de 2021, aos 91 anos, em São Paulo.

A morte foi confirmada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que publicou um comunicado oficial lamentando o falecimento do filósofo.

“É com imensa tristeza que o Cebrap recebe a notícia do falecimento de um de seus fundadores, o prof. José Arthur Giannotti. Aos familiares e amigos que tiveram o privilégio de conviver com Giannotti, um dos maiores intelectuais brasileiros, nossas sinceras condolências”, afirmou.

O sociólogo Sergio Abranches destacou a trajetória de Giannotti, que para ele foi “um dos maiores pensadores do Brasil”. “Vida longa dedicada ao pensamento”, escreveu Abranches.

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/07/27 – SÃO PAULO / Por G1 SP — São Paulo – 27/07/2021)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/07 – PODER / por Maurício Tuffani – SÃO PAULO – 27.jul.2021)

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias – NOTÍCIAS / por ESTADÃO CONTEÚDO – 27 jul 2021)

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