José Agrippino de Paula, fundador da tropicália e autor dois livros (Lugar Público e Pan América)

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Sinônimo de radicalidade e contracultura

José Agrippino de Paula (Foto: bardobulga.blogspot.com/Reprodução)

José Agrippino de Paula (Foto: bardobulga.blogspot.com/Reprodução)

José Agrippino de Paula (São Paulo, 13 de julho de 1937 – Embu, 4 de julho de 2007), escritor, cineasta e dramaturgo, foi o fundador da tropicália

Agrippino escreveu dois livros (Lugar Público e Pan América), montou quatro peças (United NationsRito de Amor SelvagemPlaneta dos Mutantes e Tarzan III Mundo) e dirigiu vários filmes.

Sua obra mais famosa é “PanAmérica”, livro lançado originalmente em 1967, que virou símbolo da contracultura e referência ao Tropicalismo. Na edição mais recente, de 2001, a obra ganhou prefácio de Caetano Veloso.

Agrippino de Paula mudou a face da literatura brasileira em 1967, quando publicou “PanAmérica”, livro que é citado na letra de Sampa, de Caetano Veloso (“PanAmérica de Áfricas utópicas no mundo do samba mais possível, novo Quilombo de Zumbi”).

Misturando personagens da emergente cultura pop americana, como John Wayne, Marilyn Monroe, o jogador Joe Di Maggio, Andy Warhol, numa espécie de comentário alegórico sobre a sociedade de consumo e a eficiência de seus signos. Com Jorge Mautner, fundou o movimento filosófico Kaos, e influenciou bastante a Tropicália e seus protagonistas mais conhecidos, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

José Agrippino de Paula vivenciou os conteúdos da vida no final do século XX com tanta frieza e tanta paixão que talvez não haja no mundo nenhuma obra literária contemporânea de seu PanAmérica que lhe possa fazer face. O livro soa, e já soava em 1967, como se fosse a Ilíada na voz de Max Cavalera, escreveu Caetano Veloso.

Como diretor, fez filmes que dialogaram com as vanguardas que explodiriam mais tarde, como Hitler Terceiro Mundo. A primeira vez que Agrippino renasceu em vida foi em 1988, quando o Museu da Imagem e do Som organizou uma retrospectiva de sua obra e reeditou PanAmérica.

A segunda vez que Agrippino ressucitou foi em 2005, quando a psicanalista Miriam Chnaiderman encontrou, na feira de antiguidades da Benedito Calixto, uma câmera super-8 igual às que Agrippino usou nos anos 70. O escritor sempre dizia aos seus interlocutores, que o procuravam no Embu, que voltaria a filmar se tivesse uma daquelas câmeras.

Miriam e seus colaboradores compraram o material e investiram no projeto de tentar trazer Agrippino de volta a atividade criativa. Enquanto tentavam, faziam seu próprio filme, documentando a tentativa e o mundo de Agrippino de Paula no curta Passeios no Recanto Silvestre, sucesso no festival É Tudo Verdade.

Se a maior prova da consciência e frescor da obra literária é o número de discípulos. Agrippino marcou sua época. No Rio de Janeiro, um desses discípulos despontou com força total nos meados da primeira décadas dos anos 2000: o garoto Botika, autor de Uma Autobiografia de Lucas Frizzo.

Agrippino de Paula faleceu vítima de infarto, em Embu, perto da Grande São Paulo. Ele completaria 70 anos no dia 13 de julho.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – CULTURA – AGENCIA ESTADO – 6 Julho 2007)

 

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