Anicide de Toledo, dona de um legado de mais de uma centena de composições, incluindo modas de batuque de umbigada e sambas, a mestra se tornou a matriarca do batuque de umbigada e a primeira mulher a cantar e compor dentro dessa tradição cultural afro-brasileira de origem bantu que perpetua dança sincopada pelo toque de tambores

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Dona Anicide Toledo, voz do batuque de umbigada, tem rico legado eternizado em álbum póstumo

Mestra do batuque de umbigada, grande dama batuqueira, reconhecida nacionalmente como mestra de cultura popular

Dona Anicide Toledo (1933 – 2023) é revivida em álbum póstumo produzido por Júlio Fejuca programado para 9 de maio — (Foto: Oxalá Produções / Divulgação)

 

Anicide de Toledo (nasceu em 6 de setembro de 1933 – faleceu em 6 de julho de 2023), dona de um legado de mais de uma centena de composições, incluindo modas de batuque de umbigada e sambas, a mestra se tornou a matriarca do batuque de umbigada e a primeira mulher a cantar e compor dentro dessa tradição cultural afro-brasileira de origem bantu que perpetua dança sincopada pelo toque de tambores.

Parte do legado de Dona Anicide – como a artista era reverentemente chamada no meio musical – está preservado no álbum gravado com produção musical de Júlio Fejuca e com participações das cantoras Anelis Assumpção e Juçara Marçal.

Intitulado Dona Anicide e composto por 15 faixas, o álbum póstumo chega ao mundo digital na próxima quinta-feira, 9 de maio, com repertório dividido em três partes. Uma edição física com tiragem de 300 cópias será distribuída a instituições culturais.

A dor de um amorAmor da minha vidaCachaça que me matouIngratidãoModa do racismo e Padecimento são algumas músicas eternizadas na voz da mestra no álbum Dona Anicide.

Para que o disco transmitisse com fidelidade o clima de uma roda de batuque de umbigada, o produtor Júlio Fejuca gravou Dona Anicide com os batuqueiros ao vivo, captando a energia do canto, dos tambores e da dança.

A primeira parte do álbum Dona Anicide foi adornada com arranjo de cordas. Juçara Marçal e Anelis Assumpção entram na segunda parte do álbum. Juçara interpreta samba de Dona Anicide enquanto Anelis Assumpção canta sobre sample de Sinhá sereia, já utilizado por Anelis no álbum Sal (2022).

Já a terceira parte apresenta o batuque na essência do gênero, somente com percussão, a voz de Anicide Toledo e o coro dos batuqueiros.

Dona Anicide foi reconhecida como patrimônio imaterial do estado de São Paulo pela Associação Cultural Abaçaí em 2018, seis anos após a artista lançar o primeiro álbum, A voz feminina do batuque de umbigada (2012).

Tia Anicide, como era chamada, foi a primeira mulher a cantar na tradição capivariana do Batuque de Umbigada e, além de uma voz marcante e potente, tinha o tino aguçado para compor modas, como são chamadas as canções do batuque.

A mestra morreu pouco tempo depois de terminar as gravações para um álbum musical que será lançado, ainda neste ano, em homenagem às suas nove décadas de vida.

Ao longo dos 90 anos de vida vivida em Capivari (SP), município do interior do estado de São Paulo ligado à cidade de Piracicaba, Anicide foi revivida em álbum póstumo produzido por Júlio Fejuca programado para 9 de maio.

Ela faleceu em julho de 2023 e no mês de setembro completaria 90 anos.

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2023/09/07 – Globo Notícias/ PIRACICABA E REGIÃO/ NOTÍCIA/ Por g1 Piracicaba e Região – 

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(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/05/03 – POP & ARTE/ MÚSICA/ Por Mauro Ferreira – 03/05/2024)

Por Mauro Ferreira

Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’. Faz um guia para todas as tribos

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