Jorginho do Pandeiro, um mestre do choro, integrante do Época de Ouro

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Jorginho do Pandeiro, um mestre do choro

Mestre Jorginho do Pandeiro (Mauricio Carrilho)

Integrante do Época de Ouro, músico acompanhou alguns dos maiores cantores brasileiros

 

Jorginho do Pandeiro, em 2015, com seus filhos Celsinho (dir) e Jorge Filho – (Foto: Guito Moreto / Agência O Globo)

 

Jorginho (3 de dezembro de 1930 – 6 de julho de 2017), começou a tocar pandeiro aos seis anos. Sua carreira no chorinho se iniciou em 1944, quando tinha apenas 14 anos, e foi compor o grupo do Ademar Nunes, na Rádio Tamoio. Nesta época, o músico tocou com grandes bambas como Benedito Lacerda e Pixinguinha.

Foi natural que o músico carioca Jorge José da Silva (3 de dezembro de 1930 – 6 de julho de 2017) tivesse incorporado ao nome artístico, Jorginho do Pandeiro, o instrumento que lhe deu o pão e a glória de ser reconhecido como um dos maiores craques no toque do pandeiro e do choro, reverenciado por grandes músicos do Brasil de ontem e de hoje, como o bandolinista Hamilton de Holanda, para citar somente um exemplo.

Filho e irmão de violonistas, Jorge – ou Jorginho, como todo o meio musical o conhecia e o chamava – começou a tocar pandeiro ainda criança, aos seis anos. Aos 14 anos, entrou para o conjunto do violonista fluminense Ademar Nunes na rádio Tamoio e já começou a carreira de músico profissional em caminho cruzado diversas vezes com a trajetória do irmão mais velho, Horondino José da Silva (1918 – 2006), o Dino Sete Cordas, músico igualmente virtuoso, mestre do violão e do choro.
Integrante de orquestras e de conjuntos regionais da era de ouro do rádio brasileiro, Jorginho pôs o toque particular do pandeiro em gravações feitas com Jacob do Bandolim (1918 – 1969), fundador em 1964 do Época de Ouro, grupo de choro no qual o pandeirista entrou em 1972, ano em que o conjunto voltou à cena, três anos após a morte de Jacob.

Durante a sua carreira, Jorginho também foi produtor de grandes expoentes da MPB, como Clara Nunes. O músico Hamilton de Holanda lamentou a morte do amigo, a quem conheceu quando ainda era criança.

Nascido em 3 de dezembro de 1930, o carioca Jorge José da Silva, deixou o seu nome marcado na história do choro — mas este viria acompanhado de um novo sobrenome, oriundo do instrumento que começou a tocar aos aos sete anos de idade: o pandeiro.

Além de ter integrado diversas orquestras e conjuntos regionais, Jorginho do Pandeiro participou de gravações históricas de Jacob do Bandolim, o fundador do Época de Ouro, lendário grupo de no qual ele entrou em 1972, três anos após a morte de Jacob, e que liderou uma espécie de renascimento do choro nos anos 1970.

O pandeirista nasceu em uma família musical. Seu pai, Caetano José da Silva, era violonista e sempre recebia em casa os amigos músicos, entre eles Pixinguinha. “O baile era dentro de casa. Como havia muitos músicos, o pessoal tocava no quarto e dançava na sala”, explicou Jorginho, em 2000, em entrevista ao GLOBO. Desde cedo, ele acompanhava o pai nas apresentações. Lino e Dino, seus irmãos mais velhos, também se tornaram-músicos. O segundo, inclusive, ficou conhecido como Dino 7 Cordas, companheiro de Jorginho no Época de Ouro. “Apesar de meu pai e meu irmão tocarem violão, sempre gostei mais de pandeiro”, justificou-se.

Jorginho iniciou sua trajetória musical aos 14 anos, na Rádio Tamoio, onde se apresentou no conjunto de Ademar Nunes. Depois, se apresentaria também nas rádios Nacional e Mayrink Veiga. Ao longo da carreira, cantores como acompanhou Sílvio Caldas, Emilinha, Marlene, Orlando Silva, Beth Carvalho, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Alcione, Martinho da Vila, Luiz Gonzaga, Cartola e Nelson Cavaquinho.

Tanto o filho (Celso Silva) quanto o neto (Eduardo Silva) de Jorginho tornaram-se pandeiristas. Aos 13 anos Celso já tocava atabaque com os irmãos, mas a carreira profissional começou em 1976 no conjunto de choro Os Carioquinhas, que tinha entre os integrantes Luciana e Rafael Rabelo. Dois anos mais tarde ele fundou, juntamente com amigos e com o irmão Jorge, que toca cavaquinho, o grupo Nó em Pingo D’Água.

Sempre em atividade, Jorginho nunca deixou de tocar o pandeiro magistral, divulgando o choro no Brasil e no mundo. O currículo ostenta centenas de gravações feitas com grandes nomes da música brasileira, como Paulinho da Viola, sambista também diplomado na escola do choro. Jorginho deixa como herdeiro na música o filho Celso Silva, também excelente percussionista e também tocador de pandeiro como o pai que lhe foi um mestre.

Jorginho morreu em 6 de julho de 2017, aos 86 anos, de complicações decorrentes de infecção urinária.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA – MÚSICA/ POR O GLOBO – 07/07/2017)

(Fonte: http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira – MÚSICA/ por Mauro Ferreira – 07/07/2017)

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