John McAfee, criador do antivírus, foi um dos pioneiros no mercado de antivírus para computadores pessoais

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John McAfee, criador do antivírus, pioneiro da segurança digital

 

 

Considerado um dos pioneiros de softwares antivírus e figura polêmica da indústria de tecnologia, John McAfee. (Foto: Gage Skidmore/Flickr)

 

 

John McAfee (Cinderford, Reino Unido, 18 de setembro de 1945 – Barcelona, 23 de junho de 2021), pioneiro dos programas de antivírus, era um dos mais controversos personagens do mundo da tecnologia.

 

John McAfee nasceu em 1945, na cidade de Cinderford, na Inglaterra. De pai americano e mãe britânica, ele cresceu nos Estados Unidos,
estudou matemática e começou sua carreira na tecnologia como programador do Instituto de Estudos Espaciais, da Nasa, em 1968.

 

Nos anos seguintes, passaria por empresas como Univac e Xerox. Seu trabalho pioneiro em antivírus começaria na Lockheed, nos anos oitenta,
quando teve acesso ao malware Brain, considerado o primeiro vírus para o IBM PC, e começou a desenvolver um software para combatê-lo.

 

Em 1987, ele fundou a McAfee Associates e passou a oferecer serviços de antivírus para usuários finais e, depois, para empresas. Ele dirigiu a
empresa até 1994. Em 2011, a companhia seria comprada pela Intel.

 

Depois de deixar a McAfee Associates, McAfee fundou as empresas como a Tribal Voice, QuorumEx e Future Tense Central, e ocupou cargos de
liderança Everykey, MGT Capital Investments e Luxcore.

 

Criador do software que leva seu sobrenome, o excêntrico empresário com mais de três décadas de carreira, foi um dos pioneiros no mercado de antivírus para computadores pessoais.

 

Famoso por inventar seu sistema de proteção de computadores, McAfee vinha se dedicando ao comércio de criptomoedas nos últimos tempos.

 

Conhecido pelo antivírus que carrega seu sobrenome, cuja marca hoje pertence à Intel, ele teve uma vida conturbada, em especial na última década.

 

A saga de McAfee é a história de um homem que conquistou fortuna no disputado mercado de software no Vale do Silício, mas sempre demonstrou sinais de instabilidade, o que resultou em várias acusações criminais, incluindo fraudes e até mesmo suspeitas de homicídio.

 

Ele também foi um dos pioneiros dos aplicativos de mensagens instantâneas, com a fundação, em 1994, da Tribal Voice, desenvolvedora do PowWow. McAfee também voltou a atuar em segurança com a participação na Zone Labs, empresa que criou o firewall ZoneAlarm e foi adquirida pela Check Point em 2003.

Boa parte das iniciativas de que fez parte foram dedicadas à privacidade. Em 2013, à luz das revelações de Edward Snowden, ele anunciou a D-Central, um produto da Future Tense Central, com a promessa de permitir navegação anônima e irrastreável.

 

Já em 2014, anunciou o aplicativo Cognizant, renomeado para DCentral 1, que visava monitorar permissões de aplicativos no celular, algo que passou a ser um ponto central das versões mais recentes do Android e do iOS.

 

Já em 2015, tornou-se evangelista da Everykey, empresa que desenvolve um produto que funciona como uma chave física que substitui as senhas na realização de login.

Pioneiro do antivírus

De pai americano e mãe britânica, McAfee nasceu na Inglaterra, em 1945, mas cresceu nos Estados Unidos. Ele estudou matemática e trabalhou como programador da Nasa entre 1968 e 1970.

McAfee passou por empresas como Univac e Xerox, antes de chegar à Loockheed, nos anos 80, onde começou a desenvolver software para combater vírus de computador. Ele foi um dos pioneiros nesta tecnologia de proteção.

Em 1987, o programador fundou a McAfee Associates. No começo, ele oferecia o serviço gratuitamente aos usuários comuns. Depois, começou a vendê-lo para diferentes empresas.

Em 1992, o antivírus da McAfee era usado por muitas empresas americanas e multinacionais, o que levou o empresário a fazer uma oferta pública na Bolsa de Valores.

Em 1994, McAfee se desligou da empresa e depois vendeu todas suas ações, em 1996.

Antivírus McAfee

 

Ele se envolveu em um projeto de reconhecimento de voz na empresa de defesa Lockheed Martin. No novo emprego, teve contato com um código de informática que desconhecia: um vírus. Ficou tão curioso com a novidade, que resolveu criar uma forma de limpar os computadores depois de infectados, algo inédito até aquele momento.

 

Assim nasceu a McAfee Associates, que passou a desenvolver programas que detectam e eliminam vírus do computador dos usuários. O modelo de negócio da companhia consistia em primeiro dar o antivírus e, em seguida, cobrar pelo serviço técnico ou para instalá-lo nas empresas.

 

Na década de 1990, a invenção já era usada por várias empresas – e fortuna do empresário estava avaliada em US$ 100 milhões de dólares. Em 1993, o empresário decidiu fazer uma oferta pública de ações na Bolsa de Valores americana. Em 1994, pediu demissão da empresa e, 1997, a McAfee foi comprada pela Network Associates, após união com a Network General, o empresário decidiu fazer uma oferta pública na Bolsa de Valores e, em 1997, tornou-se a Network Associates (NAI), após união com a Network General.

 

Em 2010, a empresa foi vendida para a Intel por US$ 7,7 bilhões, até então a maior aquisição da companhia de chips. A partir daí, McAfee perdeu qualquer envolvimento com a companhia que criou. Em 2014, a fabricante mudou o nome da empresa de cibersegurança para Intel Security, em uma tentativa de se afastar do histórico polêmico do fundador.

 

Hoje, o fundo de private equity TPG é quem administra a empresa de cibersegurança.

 

Ascensão

 

Desde jovem, McAfee mostrou aptidão para a tecnologia. Com formação em matemática, ele foi contratado aos 23 anos para trabalhar como programador no Instituto de Estudos Espaciais da NASA.

 

Sua carreira então o levou a várias empresas, sempre para trabalhar diretamente com tecnologia: Univac, Xerox e CSC.

Nos anos 1980, quando computadores pessoais começaram a se tornar mais acessíveis no mundo, McAfee se destacou pela criação de um software capaz de desabilitar o Pakistani Brain, a primeira ameaça virtual conhecida.

 

Logo na sequência, em 1987, ele deu início à sua empreitada de maior sucesso, a empresa de segurança digital McAfee, conhecida pelo seu antivírus para o Windows, que rapidamente se provou um sucesso e se tornou uma das maiores companhias de segurança digital do mundo.

 

A liderança de John McAfee, no entanto, não durou muito. Em 1994, aparentemente cansado da vida corporativa, o então CEO se desfez de todas as ações da empresa por um valor estimado de US$ 100 milhões. Desde então, não houve mais nenhum vínculo entre a companhia e o fundador, além do nome em comum.

No longo prazo, a decisão pode ter custado alguns bilhões a John McAfee. Em 2010, a Intel adquiriu a empresa por US$ 7,7 bilhões, o que renderia quantias muito maiores.

Acusado de evasão fiscal

 

A Justiça espanhola havia autorizado a extradição de McAfee para os Estados Unidos, onde ele era acusado de infração fiscal, segundo a agência France Presse.

As autoridades norte-americanas disseram que McAfee ganhou mais de US$ 10 milhões entre 2014 e 2018 graças a atividades com criptomoedas, serviços de consultoria, conferências e venda de direitos para fazer um documentário sobre sua vida.

No entanto, “ele não apresentou declarações fiscais em nenhum desses anos e não pagou nenhuma de suas obrigações fiscais”, apontam documentos de um tribunal superior de Madri.

Ele mesmo teria admitido que não pagou impostos nos EUA por mais de oito anos.

 

As polêmicas de McAfee

 

O empresário se envolveu em diversas controvérsias nos últimos anos. Em 2012, a Justiça de Belize, onde ele morava à época, o considerou suspeito de ter envolvimento no assassinato de seu vizinho.

 

McAfee chegou a ser considerado fugitivo pelas autoridades do país. Ele fugiu para a Guatemala e, de lá, foi deportado para os EUA.

Em entrevista à revista “Wired”, McAfee disse que conheceu sua esposa, Janice, em Miami Beach, na primeira noite após chegar em território americano. Na ocasião, ela teria oferecido seus serviços como prostituta.

 

Os dois se casaram e foram para o Tennessee, onde, em 2016, McAfee lançou sua primeira campanha para a presidência dos EUA. Ele anunciou que concorreria pelo Partido Libertário, mas a candidatura não teve êxito.

Em janeiro de 2019, McAfee se tornou procurado por autoridades dos EUA depois de ter admitido que não havia pago impostos no país por mais de oito anos.

Ele passou por Bahamas e, depois, foi para Cuba, onde chegou a anunciar novamente que disputaria a eleição presidencial americana. Mais uma vez, a candidatura não se tornou realidade.

Em julho de 2019, McAfee voltou às manchetes ao publicar uma foto em que carregava armas junto com sua esposa. Ele disse, na ocasião, que a CIA “estava tentando alcançá-los”.

 

No mesmo mês, ele e a mulher foram presos na República Dominicana. As autoridades do país apreenderam armas e US$ 80 mil que estavam com o casal. Eles foram liberados quatro dias depois.

Altos e baixos

 

O patrimônio do executivo vinha caindo desde então, saindo de um pico de US$ 100 milhões. De acordo com o jornal americano The News York Times, a fortuna dele era de US$ 4 milhões em 2009.

 

Nos dez anos seguintes, John McAfee esquivou-se das acusações de que teria matado o vizinho, tentou se candidatar à presidência dos Estados Unidos e, por fim, dedicou-se às criptomoedas até ser preso na Espanha.

 

Em 2012, o empresário foi considerado desaparecido pelo governo de Belize, onde morava até então e onde era procurado pelas autoridades para ser interrogado sobre a morte do vizinho, Gregory Faull. Algumas semanas mais tarde, entrou ilegalmente no país vizinho Guatemala, onde foi expulso do país pelas autoridades de imigração, rumo aos Estados Unidos.

 

A localização dele foi revelada por acidente – e de maneira bastante parecida com a da sua última prisão, em outubro de 2020. McAfee foi descoberto após uma reportagem do site americano Vice, que tinha um repórter e um fotógrafo fisicamente acompanhando McAfee na fuga de Belize. O texto trazia uma foto tirada pelo fotógrafo Robert King, e o arquivo continha metadados sobre onde a imagem havia sido feita. Um usuário no Twitter detectou as informações, e logo as autoridades perceberam que McAfee estava na Guatemala.

 

Toda a trajetória errática pela América Central do ex-executivo foi mostrada no documentário Gringo: a perigosa vida de John McAfee, lançado em 2016. Nele, McAfee aparece como um homem explosivo e paranoico rodeado por armas e uma milícia pessoal, além de ser suspeito de assassinato, estupro e prostituição infantil.

 

Ainda em 2016, McAfee surgiu na cena política americana ao tentar se candidatar à presidência dos EUA como libertário, mas o executivo foi preterido pelo partido, que indicou o colega Gary Johnson. Nesse mesmo ano, o ex-presidente Donald Trump seria eleito no país.

Negócios pós-McAfee

 

Depois de deixar a empresa que levava seu nome, John McAfee participou de uma série de empreendimentos, mas nenhum com o mesmo impacto que seu antivírus.

Ele também foi um dos pioneiros dos aplicativos de mensagens instantâneas, com a fundação, em 1994, da Tribal Voice, desenvolvedora do PowWow. McAfee também voltou a atuar em segurança com a participação na Zone Labs, empresa que criou o firewall ZoneAlarm e foi adquirida pela Check Point em 2003.

Boa parte das iniciativas de que fez parte foram dedicadas à privacidade. Em 2013, à luz das revelações de Edward Snowden, ele anunciou a D-Central, um produto da Future Tense Central, com a promessa de permitir navegação anônima e irrastreável.

Já em 2014, anunciou o aplicativo Cognizant, renomeado para DCentral 1, que visava monitorar permissões de aplicativos no celular, algo que passou a ser um ponto central das versões mais recentes do Android e do iOS.

Já em 2015, tornou-se evangelista da Everykey, empresa que desenvolve um produto que funciona como uma chave física que substitui as senhas na realização de login.

McAfee também tentou carreira na política, mas não teve sucesso. Ele foi pré-candidato pelo Partido Libertário nos Estados Unidos, mas não passou das primárias; também anunciou que se candidataria em 2020, mas não chegou a cumprir a promessa.

 

Uma vida de crimes?

 

Apesar de nunca ter deixado de empreender, McAfee tornou-se infame não pelos seus negócios de sucesso, mas pelas declarações e ações que, em muitas vezes, cruzaram o limite da criminalidade.

 

A história mais cabeluda de sua trajetória de vida acontece em Belize, na América Central, onde ele se tornou suspeito de assassinato e fugiu do país sem responder pela acusação. Seus problemas geraram até mesmo o documentário Gringo: A Perigosa Vida de John McAfee.

O filme relata que ele contratou um assassino por US$ 5 mil para torturar e matar Greg Faull, seu vizinho por supostamente ter matado seus cachorros, além de sequestrar e mutilar com facas e tasers David Middleton, um homem local que havia roubado a sua casa e que viria a morrer no hospital pouco tempo depois com seis ferimentos com faca. McAfee fugiu de Belize antes de ser interrogado sobre o crime.

 

Outros problemas legais que ele acumulou durante sua vida incluíram prisão por porte de armas de alto calibre em um iate na República Dominicana e por dirigir e portar armas sob efeito de entorpecentes nos Estados Unidos. Ainda em Belize, sua casa foi invadida em uma operação policial sob suspeita de produção irregular de drogas e, novamente, por porte ilegal de armas de fogo.

 

McAfee também se envolveu em uma série de problemas fiscais ao longo da sua vida, que viriam a culminar em sua prisão em Barcelona, que seria o cenário de sua morte. Ele era acusado de fraude e sonegação de impostos nos EUA, com uma dívida de US$ 4,2 milhões que o colocou na lista de procurados da Interpol.

 

Também foi acusado de praticar esquemas de pump-and-dump com criptomoedas. A prática consiste em promover e incentivar que outros adquiram algum bem financeiro, como ações ou Bitcoins, apenas com o objetivo de valorizá-lo para vendê-lo na alta, o que normalmente vem seguido de uma forte baixa no valor e grandes prejuízos para quem foi influenciado.

 

Ele ainda teve tempo de se envolver em uma polêmica boba em 2020, relacionada à COVID-19. Em agosto de 2020, ele afirmou que tinha sido preso na Noruega por usar uma calcinha no rosto no lugar de uma máscara facial. No entanto, ele sequer esteve no país escandinavo; McAfee entrou na Alemanha em voo vindo da Califórnia, o que o obrigaria a realizar quarentena no país. Em vez disso, ele preferiu seguir para a Bielorrússia, onde não havia tal exigência, mas ele precisou ser escoltado por um policial. Ele aproveitou o momento para tirar sarro da imprensa por não checar os fatos e noticiar sua afirmação como se fosse verdade.

 

Prisão

Procurado pela Interpol com código vermelho (o mais alto da polícia internacional), McAfee foi preso em outubro de 2020 quando estava prestes a embarcar em um voo para Istambul com um passaporte britânico. As forças policiais haviam encontrado o empresário depois que ele publicou uma foto nas redes sociais que teria denunciado sua localização.

 

Autoridades dos EUA afirmam que McAfee sonegou impostos e não informou ganhos de milhões de dólares por meio da promoção de criptomoedas e trabalho de consultoria e venda de direitos sobre a história de sua vida para um documentário. O órgão de regulação do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC, o acusa de ter levantado US$ 23,1 milhões em compensações por ter feito recomendações enganosas sobre criptomoedas, com metade sendo bitcoin e outra, de ether.

 

Na época de sua prisão, uma fonte da área judicial disse que McAfee foi apresentado a um juiz por meio de videoconferência e enviado à prisão onde iria aguardar a extradição para os EUA. A decisão aconteceu em 21 de junho, e foi divulgada em 23 de junho, quando um juiz espanhol decidiu pela extradição do empresário para os Estados Unidos.

 

A decisão da justiça espanhola ainda poderia ter tido apelação pela defesa de McAfee, mas, poucas horas depois de emitida a ordem, o empresário foi encontrado por policiais, já morto, na prisão.

 

As autoridades espanholas acreditam que o empresário se matou após decisão judicial em 21 de junho, que autorizava a extradição de McAfee para os Estados Unidos, onde iria cumprir pena pelo crime de evasão fiscal.

 

Em entrevista ao jornal espanhol El Diario, McAfee descreveu como era sua rotina na penitenciária em Barcelona: “A vida nas prisões espanholas é como o (hotel) Hilton, comparada ao surrealismo abjeto e à desumanização das prisões americanas. Aqui eles me tratam como um ser humano em vez de um número.”

 

John McAfee de 75 anos de idade foi encontrado morto em 23 de junho de 2021, estava na penitenciária Brians 2, em Sant Esteve de Sesrovires, em uma prisão em Barcelona, na Espanha, confirma o Departamento de Justiça catalão.

“A comitiva judicial viajou até a prisão e está investigando as causas da morte. Tudo indica que pode ser uma morte por suicídio”, afirmou o comunicado. Segundo as autoridades, McAfee foi encontrado enforcado. Uma autópsia está em andamento para confirmar a causa do óbito.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Bruna Arimathea, Guilherme Guerra e Maria Isabel Miqueletto, especial para o Estadão Conteúdo / fornecido por Microsoft News – 23/06/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/06/23 – ECONOMIA / TECNOLOGIA / NOTÍCIA / Por Rafael Miotto e Victor Hugo Silva, G1 – 23/06/2021)

(Fonte: https://canaltech.com.br/seguranca – SEGURANÇA / Por Renato Santino – 23 de Junho de 2021)

(Fonte: https://computerworld.com.br/negocios – NEGÓCIOS / por Redação – 23/06/2021)

(Com informações de ReutersEl Mundo e El País)

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